Sassá
não era um habitual titular no Cruzeiro e nada garante que o seja no Coritiba
em 2020 por empréstimo da raposa, mas
é um atacante com características especiais. Pouco ou nada nele é requintado,
mas é isso que o torna único. Numa modalidade em que cada vez mais vão
aparecendo avançados com qualidade técnica para participar na criação dos
ataques, continuam a existir os que se fixam na área à espera da bola, mas
ainda há espaço para os que levam tudo à frente, como Marega bem tem provado.
A fazer lembrar o maliano na I
Liga portuguesa, há Sassá
no Brasileirão. As comparações são sempre ingratas, mas os estilos são
semelhantes: possantes, combativos, rápidos e algo desengonçados. Logicamente
que Marega joga num patamar mais exigente a nível físico, técnico e tático e
que é uma das figuras de uma equipa importante no futebol europeu como o FC
Porto, mas para os seguidores do campeonato de português não há como não
lembrar o africano quando vemos jogar o
centroavante que agora reforça o coxa.
Na equipa de Belo Horizonte, quando
o treinador dava descanso ao mais
experiente, versátil e eficaz Fred, era quase sempre Sassá
quem saltava para dentro de campo. Junto dos centrais adversários, procurava
insistentemente a oportunidade de se desmarcar nas costas deles e receber a
bola no espaço, na cara do guarda-redes contrário - e que bom poder de
desmarcação tem! Constantemente aos esticões, assim é o futebol do avançado
nascido há 26 anos no Rio de Janeiro e formado no Botafogo.
Bastante robusto embora não muito
alto (1,83 m), perde poucos duelos aéreos e faz da força o principal atributo.
Além da força traduzida em velocidade, utiliza essa capacidade física para
segurar a bola e jogar de costas para a baliza mesmo não sendo um portento
técnico. Aguenta bem as cargas e consegue esperar alguns segundos pelo
surgimento de uma linha de passe.
Logicamente que um avançado com
estas características e que nunca atingiu sequer a média de meio golo por jogo
não seria propriamente um alvo para os principais clubes europeus. Mas para uma
equipa recém-promovida ao Brasileirão como o Coritiba, que muito provavelmente não
terá a oportunidade de jogar instalado no meio-campo ofensivo durante grande
parte dos jogos, está aqui um reforço bastante interessante.
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