Sassá não é um habitual titular
no Cruzeiro, mas é um atacante com características especiais. Pouco ou nada
nele é requintado, mas é isso que o torna único. Numa modalidade em que cada
vez mais vão aparecendo avançados com qualidade técnica para participar na criação
dos ataques, continuam a existir os que se fixam na área à espera da bola, mas
ainda há espaço para os que levam tudo à frente, como Marega bem tem provado.
A fazer lembrar o maliano no Dragão,
há Sassá no Mineirão. As comparações são sempre ingratas, mas os estilos são
semelhantes: possantes, combativos, rápidos e algo desengonçados. Logicamente
que Marega joga num patamar mais exigente a nível físico, técnico e tático e
que é uma das figuras de uma equipa importante no futebol europeu como o FC
Porto, mas para os seguidores do campeonato de português não há como não lembrar
o africano quando vemos jogar o centroavante
da raposa.
Na equipa de Belo Horizonte,
quando Mano Menezes dá descanso ao mais
experiente, versátil e eficaz Fred, é quase sempre Sassá quem salta para
dentro de campo. Junto dos centrais adversários, procura insistentemente a
oportunidade de se desmarcar nas costas deles e receber a bola no espaço, na
cara do guarda-redes contrário - e que bom poder de desmarcação tem! Constantemente
aos esticões, assim é o futebol do avançado nascido no Rio de Janeiro e formado
no Botafogo.
Bastante robusto embora não muito
alto (1,83 m), perde poucos duelos aéreos e faz da força o principal atributo.
Além da força traduzida em velocidade, utiliza essa capacidade física para
segurar a bola e jogar de costas para a baliza mesmo não sendo um portento técnico.
Aguenta bem as cargas e consegue esperar alguns segundos pelo surgimento de uma
linha de passe.
Logicamente que um avançado com
estas características e que nunca atingiu sequer a média de meio golo por jogo
não será propriamente um alvo para os principais clubes europeus, mas para
equipas que não tenham a possibilidade de jogar instaladas nos meios-campos
ofensivos e que se apresentem num bloco médio ou baixo, poderá estar aqui um
reforço interessante e que, aos 25 anos, ainda tem alguma margem de progressão.
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