Guarda-redes Pinho imperial nas alturas na área dos pacenses |
Tenho uma vaga ideia de o
Paços de Ferreira ter ido ganhar à Luz por 3-2 em março de 2001,
numa época marcado pelo regresso dos pacenses à I Liga e da pior
classificação de sempre do Benfica, o sexto lugar, mas a primeira
memória que eu tenho de um jogo entre as duas equipas é referente a
dezembro do mesmo ano.
No Estádio da Mata Real,
como era conhecido na altura a casa dos castores, defrontavam-se um
Paços de Ferreira que, sob a orientação de José Mota, tinha
arrancado em falso no campeonato, com apenas uma vitória nas
primeiras duas jornadas de 2001-02, mas que estava em
fase de recuperação, depois de triunfos sobre Marítimo e Varzim; e
um Benfica, comandado por Toni, que ainda não tinha perdido para a I Liga (sete vitórias e seis empates à entrada para a 14.ª jornada)
e que podia aproveitar a derrota do FC Porto em Guimarães para subir
à liderança.
Os pacenses mantinham a
espinha dorsal da equipa que alcançou o nono lugar na época
anterior, fazendo alinhar nesse jogo dez jogadores (em 14 utilizados)
que tinham transitado de 2000-01: como Pinho, João Armando, Zé
Nando, Adalberto, Mário Sérgio, Zé Manuel, Beto e Leonardo. E os
outros quatro, Paulo Sousa, Pedrinha, Mauro e Filó, tinham vindo
todos do Penafiel.
Já o Benfica
apresentou-se renovado, com os reforços Argel (ex-Palmeiras),
Júlio César (ex-AC
Milan), Pesaresi (emprestado pela Lazio) e João Manuel Pinto
(ex-FC Porto) na defesa e Simão Sabrosa (ex-Barcelona), Drulovic
(ex-FC Porto) e Mantorras (ex-Alverca)
no ataque, com os sobreviventes Robert Enke, Fernando Meira, Ednilson
e Rui Baião a completarem o onze.
Em meia hora o resultado
ficou sentenciado, com o Paços de Ferreira a vencer por 2-1. Aos 11
minutos, o irrequieto e aguerrido extremo Zé Manuel aproveitou um
mau alívio de Enke para ultrapassar Argel em velocidade, isolar-se,
fintar o guarda-redes alemão e inaugurar o marcador.
Dois minutos depois, João
Manuel Pinto empatou o encontro na recarga a um remate de Mantorras
defendido por Pinho, na sequência de um livre cobrado pelo lado
direito por Drulovic.
E aos 25', Leonardo
apareceu ao segundo poste para cabecear para o 2-1 na resposta a um
cruzamento de Zé Manuel pelo lado direito.
À passagem da hora de
jogo, Fernando Meira ameaçou o empate com um remate à trave, mas o
resultado não sofreu qualquer alteração. “Benfiquistas em marcha
atrás. À 14.ª jornada a águia caiu. Na capital do móvel a turma
de Toni sucumbiu perante um Paços de Ferreira em processo de
recuperação e provou pela primeira vez o sabor da derrota na altura
em que podia subir à liderança. Desta vez nem Mantorras valeu a uma
equipa sem classe”, escreveu o Diário de Notícias no dia
seguinte.
Infelizmente, não
existem na Internet vídeos deste jogo.
Na segunda volta o
Benfica goleou por 4-0, num encontro de que não me recordo, e na
época seguinte esmagou os pacenses por 7-0 na Luz.
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