segunda-feira, 24 de março de 2025

O carrasco do Sporting na primeira derrota nacional no novo estádio. Quem se lembra de Orestes?

Golo de Orestes eliminou o Sporting da Taça em 2003-04
O Sporting inaugurou o novo Estádio José Alvalade a 6 de agosto de 2003 e esteve invicto na nova casa até 27 de novembro desse ano, quando foi derrotado e eliminado da Taça UEFA pelos turcos do Gençlerbirligi (0-3). 20 dias depois, os leões então comandados por Fernando Santos sofreram o primeiro desaire no novo recinto para as provas nacionais, tendo perdido com o Vitória de Setúbal, na altura a militar na II Liga, numa partida da Taça de Portugal. O único golo do encontro, que ditou a eliminação leonina, foi marcado pelo central brasileiro Orestes logo aos sete minutos, na sequência de um canto apontado a partir da direita por Zé Pedro.
 
“O golo aconteceu na hora certa. Foi uma explosão enorme de alegria”, afirmou Orestes na ressaca do encontro, recordando o lance que afastou o Sporting da Taça: “Quando a bola veio do canto reparei que o jogador que estava comigo [Pedro Barbosa] não me acompanhou e eu, com o tempo certo, consegui cabecear para dentro.”
 
 
Esse foi o momento de maior protagonismo do defesa mineiro de 1,82 m em seis épocas em Portugal, onde chegou pela primeira vez em julho de 2002 para reforçar o Belenenses, então na I Liga, proveniente do Portuguesa Santista, clube que em 2001 o chegou a emprestar ao Santos. “Sou um jogador de muita fibra, de muita raça, que procura nos momentos difíceis ajudar os companheiros. Tenho algumas qualidades que depois verão”, definiu-se assim na chegada a Belém.
 
Ao serviço dos azuis do Restelo atuou em 27 partidas em 2002-03, tendo sido sempre titular tanto às ordens do compatriota Marinho Peres como de Manuel José.
 
 
Embora fosse titularíssimo numa equipa do meio da tabela da I Liga, foi dispensado por Manuel José e decidiu de forma algo surpreendente transferir-se para o Vitória de Setúbal, recém-despromovido à II Liga. Imprescindível para Carlos Carvalhal, ajudou os sadinos a assegurar a subida de divisão em 2003-04.
 
Nas temporadas que se seguiram prosseguiu no segundo escalão, primeiro ao serviço do Maia (2004-05) e depois do Santa Clara (2005-06), tendo regressado ao patamar maior do futebol português em 2006-07 para representar a Naval. Tal como nos clubes anteriores, também foi titular indiscutível no conjunto da Figueira da Foz, ajudando os navalistas a conseguir a permanência de forma tranquila.
 
 
Valorizado pelos bons desempenhos, deu o salto para a Bundesliga no verão de 2007, mais precisamente para o Hansa Rostock. Em 2007-08 foi mesmo o jogador mais utilizado da equipa que acabou por ser despromovida à segunda liga germânica, tendo atuado em 32 jogos no campeonato e apontado três golos, um ao Nuremberga e dois ao Estugarda. Haveria de permanecer no clube até 2010, mas foi perdendo fulgor de forma algo progressiva, devido a problemas físicos, não conseguindo impedir a despromoção à terceira divisão na época de despedida. “Foi um bom período o que passei na Alemanha. Direi que a minha carreira ganhou uma nova dimensão”, afirmou, em jeito de balanço.
 
Em 2010-11 voltou à Naval para averbar nova descida de divisão, numa temporada em que não conseguiu ser regular. Foi muito utilizado às ordens de Rogério Gonçalves, chegando a envergar a braçadeira de capitão, mas raramente foi convocado após a chegada de Mozer ao comando técnico.
 
 
Na reta final da carreira experimentou os campeonatos de Irão, Grécia, Qatar e Arábia Saudita, tendo pendurado as botas em 2015, aos 34 anos.
 
 









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