Hoje faz anos a torre inglesa que ajudou a crescer o Benfica de Souness. Quem se lembra de Brian Deane?
Brian Deane marcou oito golos em 24 jogos pelo Benfica em 1998
O Benfica
de 1997-98, que começou por ser orientado por Manuel José, protagonizou uma
fantástica recuperação na tabela classificativa já com Graeme
Souness no comando técnico, recuperação essa que esteve umbilicalmente associada
ao contributo do gigante (1,90 m) avançado inglês Brian Deane, autor de sete
golos e cinco assistências na segunda volta.
Ponta de lança que despontou no
modesto Doncaster Rovers, mudou-se em 1988 para o Sheffield United, que pagou
25 mil libras pelos seus serviços para jogar na terceira divisão. Deane começou
desde logo a corresponder o investimento em campo e contribuiu com 22 golos para
a subida à Second Division em 1989 e com 21 para a promoção à First Division em
1990. Na primeira época na First
Division, em 1990-91, ajudou o blades a conseguir a permanência, através
de um tranquilo 13.º lugar, tendo marcado 13 golos que o levaram a estrear-se
pela seleção
principal de Inglaterra no final da temporada, tendo participado em dois
particulares diante da Nova Zelândia em junho de 1991. Na época seguinte contribuiu com 12
remates certeiros que ajudaram o Sheffield United a concluir o campeonato na
9.ª posição e assegurar uma vaga na edição inaugural da Premier
League.
A veia goleadora manteve-se na
era Premier
League, iniciada em 1992-93, tendo somado a terceira e última internacionalização
A em setembro de 1992, num particular frente a Espanha
em Santander.
Em junho de 1993 mudou-se para o
Leeds United, numa transferência de 2,9 milhões de libras, tornando-se na
altura a maior venda do Sheffield United e o investimento mais avultado dos whites.
Em Elland Road as coisas não lhe
correram tão bem, apesar de ter sido finalista vencido da Taça da Liga e de se ter
estreado nas competições europeias em 1995-96, tendo somado 32 golos em 138
jogos na Premier
League.
Em junho de 1997 regressou mesmo
ao Sheffield United, que na altura procurava a promoção ao primeiro
escalão do futebol inglês, mas após 12 golos em meia época foi contratado
pelo Benfica
então orientado por Graeme
Souness, por 300 mil contos (1,4 milhões de euros). No seio de uma equipa com vários
britânicos e outros jogadores familiarizados com o futebol praticado no Reino
Unido, Brian Deane começou por se sentir como um peixe na água. Estreou-se na
primeira jornada da segunda volta do campeonato e foi a tempo de somar sete
golos e cinco assistências que ajudaram os encarnados
a subir do o quinto para o segundo lugar. Nesse período as águias
foram mesmo a melhor equipa da I
Liga, o que permitiu encurtar a diferença para o campeão FC
Porto de 16 para nove pontos. “Consegui deixar uma marca
positiva na época em que cheguei. (…) No final da temporada acabámos em segundo
e conseguimos qualificarmo-nos para a Liga
dos Campeões”, afirmou ao World Football Index em abril de 2020.
Apesar do embalo da segunda
metade de 1997-98, o início da temporada seguinte não correu tão bem, com
apenas um golo em sete jogos. No entanto, transferiu-se em outubro de 1998 para
o Middlesbrough
por 4,18 milhões de euros, praticamente o triplo do que custou, e diz que
ganhou o respeito dos benfiquistas.
“[O Benfica]
é um clube em que necessitas de ganhar o respeito dos adeptos e dos jogadores e
fico feliz por poder dizer, que saí respeitado quando deixei o clube. (…) Foram
tempos fantásticos lá. Consegui adaptar-me a uma cultura totalmente diferente. Graeme
Souness foi o meu treinador no Benfica
e nós acabámos por nos unir. Havia muita coisa a acontecer no clube, naquela
época e, pelo menos o Graeme
Souness ajudava a tornar o jogo e o treino divertidos”, prosseguiu. Deane ainda marcou 19 golos em 95
jogos pelo Boro
entre outubro de 1998 e novembro de 2001, mas a sua carreira começou a entrar
numa curva descendente que o foi afastando cada vez mais da Premier
League.
A meio da temporada 2001-02
mudou-se para o Leicester,
mas não conseguiu impedir a despromoção à Division One [atual Championship].
Porém, redimiu-se ao contribuir para a subida de divisão na época seguinte. Os últimos anos do seu trajeto
profissional ficaram marcados por várias mudanças de clubes. Após deixar o Leicester,
no final de 2003, e o último jogo da carreira, no início de 2006, representou
cinco: West
Ham, Leeds United, Sunderland, Perth Glory (Austrália) e Sheffield United. Após pendurar as botas teve uma experiência
como treinador ao leme dos noruegueses do Sarpsborg 08 FF, chegou a integrar a
estrutura do Leeds United e tornou-se um dos donos do clube kosovar Ferizaj.
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