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Fernando Torres estreou-se pela equipa principal do Atleti aos 17 anos |
Depois de uma boa recuperação
desde os lugares de despromoção à II Divisão B até à zona cimeira da II Liga
Espanhola, o
Atlético
Madrid sofreu duas derrotas seguidas na reta final do campeonato que
ditaram praticamente o fim do sonho do regresso ao
primeiro
escalão já em 2001.
Paulo
Futre, então diretor desportivo dos
colchoneros,
decidiu começar a preparar imediatamente a temporada 2001-02, despedindo o
treinador Marcos Alonso – pai do lateral esquerdo internacional espanhol, com o
mesmo nome – e promovendo Carlos García Cantarero, da equipa B, a técnico
interino da equipa principal até final da época. Paralelamente, o
montijense
começou a trabalhar na contratação de um treinador conceituado para conseguir a
promoção na época seguinte, treinador esse que seria
Luis
Aragonés.
Nesse período de transição,
Futre
chamou ao seu escritório um jovem avançado da equipa de juniores, que poucas
semanas antes havia comemorado o 17.º aniversário, e perguntou-lhe se estava
preparado. “Sim”, respondeu o atacante, julgando que o diretor desportivo
estava a falar da equipa B. “Estás preparado para ir à luta com a primeira
equipa? Diz-me miúdo, estás preparado para comer o mundo ou queres continuar
nos juniores?”, questionou o antigo extremo. “Vou comer o mundo, senhor
Futre”,
respondeu o jovem, de seu nome Fernando Torres.
Recém-coroado vencedor, melhor marcador
(sete golos em seis jogos) e melhor jogador do Campeonato da Europa de sub-16,
El
Niño foi desafiado a dar continuidade, na equipa principal dos
colchoneros,
ao que havia feito nesse torneio, apesar da desconfiança de Cantarero: “
Paulo,
não achas que o Fernando ainda está muito verde para a primeira equipa?”
Mas
Futre,
que havia sido lançado no
Sporting
aos 17 anos, não duvidou da aposta. Torres estreou-se pela equipa principal do
Atlético
Madrid numa receção ao
Leganés,
a 27 de maio de 2001.
Uma semana depois, Torres voltou
a ser suplente utilizado, desta feita numa visita ao Albacete, e marcou o golo
da vitória (1-0). Começou aí a lenda de
El Niño.
O
Atlético
Madrid ainda entrou na última jornada com possibilidades de subir à
I
Liga, mas não conseguiu, apesar de ter terminado o campeonato em igualdade
pontual com Tenerife e
Bétis,
que acabaram por obter a promoção. Mas Fernando Torres aproveitou uma segunda
época na II Liga para ganhar experiência e reforçar estatuto, ao ponto de se
ter tornado internacional A em setembro de 2003, numa vitória sobre
Portugal
em Guimarães (3-0).
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