quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

“Vou comer o mundo, senhor Futre”. Como nasceu a lenda de “El Niño” Fernando Torres

Fernando Torres estreou-se pela equipa principal do Atleti aos 17 anos
Depois de uma boa recuperação desde os lugares de despromoção à II Divisão B até à zona cimeira da II Liga Espanhola, o Atlético Madrid sofreu duas derrotas seguidas na reta final do campeonato que ditaram praticamente o fim do sonho do regresso ao primeiro escalão já em 2001.
 
Paulo Futre, então diretor desportivo dos colchoneros, decidiu começar a preparar imediatamente a temporada 2001-02, despedindo o treinador Marcos Alonso – pai do lateral esquerdo internacional espanhol, com o mesmo nome – e promovendo Carlos García Cantarero, da equipa B, a técnico interino da equipa principal até final da época. Paralelamente, o montijense começou a trabalhar na contratação de um treinador conceituado para conseguir a promoção na época seguinte, treinador esse que seria Luis Aragonés.
 
Nesse período de transição, Futre chamou ao seu escritório um jovem avançado da equipa de juniores, que poucas semanas antes havia comemorado o 17.º aniversário, e perguntou-lhe se estava preparado. “Sim”, respondeu o atacante, julgando que o diretor desportivo estava a falar da equipa B. “Estás preparado para ir à luta com a primeira equipa? Diz-me miúdo, estás preparado para comer o mundo ou queres continuar nos juniores?”, questionou o antigo extremo. “Vou comer o mundo, senhor Futre”, respondeu o jovem, de seu nome Fernando Torres.
 
Recém-coroado vencedor, melhor marcador (sete golos em seis jogos) e melhor jogador do Campeonato da Europa de sub-16, El Niño foi desafiado a dar continuidade, na equipa principal dos colchoneros, ao que havia feito nesse torneio, apesar da desconfiança de Cantarero: “Paulo, não achas que o Fernando ainda está muito verde para a primeira equipa?”
 
Mas Futre, que havia sido lançado no Sporting aos 17 anos, não duvidou da aposta. Torres estreou-se pela equipa principal do Atlético Madrid numa receção ao Leganés, a 27 de maio de 2001.
 
 
Uma semana depois, Torres voltou a ser suplente utilizado, desta feita numa visita ao Albacete, e marcou o golo da vitória (1-0). Começou aí a lenda de El Niño.
 
 
O Atlético Madrid ainda entrou na última jornada com possibilidades de subir à I Liga, mas não conseguiu, apesar de ter terminado o campeonato em igualdade pontual com Tenerife e Bétis, que acabaram por obter a promoção. Mas Fernando Torres aproveitou uma segunda época na II Liga para ganhar experiência e reforçar estatuto, ao ponto de se ter tornado internacional A em setembro de 2003, numa vitória sobre Portugal em Guimarães (3-0).







 

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