“Digo mais vezes ‘vai apanhar no cu’ do que ‘bom dia’”. As melhores frases de Luis Aragonés
Luis Aragonés é uma lenda do Atlético de Madrid
Uma das figuras mais importantes
do futebol espanhol, que deixou a sua marca tanto como jogador como treinador. Foi
um grande avançado e ainda é o melhor marcador de sempre do Atlético
Madrid (172 golos), clube pelo qual venceu três campeonatos e duas Taças do
Rei.
Pendurou as botas em 1974, após
ajudar os colchoneros
a chegar à final da Taça
dos Campeões Europeus, e tornou-se num técnico com algum sucesso, tendo
guiado o Atleti
à conquista de um campeonato, três Taças do Rei, uma Supertaça de Espanha, uma
Taça Intercontinental e uma II Liga espanhola e levado o Espanha
a vencer o Euro 2008 – iniciando aí um ciclo de sucesso que haveria de ser
completado por Vicente del Bosque com as conquistas do Mundial 2010 e do Euro
2012. Além do sucesso que teve no
futebol, era uma personalidade carismática, que não deixava ninguém indiferente
em Espanha. Foi Luis Aragonés que influenciou a criação da alcunha “La Roja”
para a seleção
espanhola, assim que assumiu o comando técnico da mesma em 2004: “Gostava
que a seleção tivesse um nome, uma identidade. Como é o Brasil
é a canarinha ou a Argentina
é a albiceleste, gostava que Espanha
fosse La Roja.” E a seleção
espanhola ficou para sempre “La Roja”. Mas Aragonés não se limitou idealizar
uma alcunha, também elevou a fasquia da seleção
espanhola. “Vocês são um grupo excecional. Se não chegar à final com um
grupo destes, é porque sou uma merda e organizei uma equipa de merda”, chegou a
afirmar, antes de cumprir o seu propósito: chegar à final do Euro
2008 e levantar o caneco.
Durante esse Campeonato
da Europa, Sergio Ramos foi apanhado a trocar carícias com uma mulher numa
discoteca. Confrontado com esse episódio, revelou um espírito jovial: “Ele no
dia de folga pode fazer o que quiser. Até digo mais: ele só não me encontrou
naquela discoteca por milagre.” Grande motivador e divertido,
ainda que um pouco louco, utilizava uma linguagem antiga, com muitas metáforas
antigas. “Aqui até os mais parvos fazem relógios de madeira, e funcionam”,
disse numa ocasião. Tinha também um caráter
desafiante, uma característica que nunca perdeu apesar do avanço da idade. No Valência
orientou o irreverente Romário
e encarou-o de frente: “Não, não, não, nos olhos, nos olhinhos. Olha-me nos
olhinhos.”
Os palavrões estavam sempre na
ponta da língua de Aragonés. Não chamou Xavi
na sua primeira convocatória na seleção
espanhola, mas convocou-o na segunda e fez questão de o receber bem ao seu
jeito, de braços abertos: “Que pensava? Que o filho da puta do velho não ia
chamá-lo, era?” Quando Aragonés morreu, a 1 de
fevereiro de 2014, Xavi
despediu-se dele a chamar-lhe “puro Luís”. E não era para menos. “Digo mais
vezes ‘vai apanhar no cu’ do que ‘bom dia’”, admitiu o antigo atacante e
treinador, que partiu aos 75 anos.
Sem comentários:
Enviar um comentário