quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Hoje faz anos a pérola nigeriana que o Sporting contratou no Egito e vendeu ao Barça. Quem se lembra de Amunike?

Amunike somou 21 golos em 70 jogos pelo Sporting entre 1994 e 1996
Extremo esquerdo nigeriano dotado de muita velocidade, capacidade técnica e forte remate, despontou em clubes modestos do seu país, nomeadamente Concord FC e Julius Berger, antes de dar o salto para um dos principais emblemas do continente africano, os egípcios do Zamalek.
 
Enquanto representou o emblema do Cairo, além de ter vencido dois campeonatos do Egito, uma Taça dos Campeões Africanos e uma Supertaça Africana, estreou-se também pela seleção principal da Nigéria, pela qual haveria de conquistar a Taça das Nações Africanas em 1994, tendo apontado os dois golos na vitória sobre a Zâmbia na final (2-1).
 
 
Também nesse ano ajudou as superáguias a atingir os oitavos de final do Mundial dos Estados Unidos, ao marcar dois golos ao longo do torneio (diante de Bulgária e Itália), e foi eleito futebolista africano do ano, batendo a concorrência do liberiano George Weah.
 
 
 
Foi também em 1994 que Emmanuel Amunike, já com a temporada de 1994-95 a decorrer, assinou pelo Sporting, com Sousa Cintra a deslocar-se ao Egito para o desviar dos alemães do Duisburgo, fechar o negócio e satisfazer assim um pedido do treinador Carlos Queiroz. “Nessa reunião, um dos dirigentes do Zamalek apontou uma faca ao senhor Cintra. Havia um pré-acordo com os alemães. No aeroporto até me tentaram raptar! Não imaginam a confusão. As pessoas do Sporting perceberam o que estava a acontecer e só me lembro de ver alemães a puxar-me por um braço e portugueses por outro. Era assim o futebol”, recordou o antigo internacional nigeriano ao Maisfutebol em março de 2016.
 
Haveria de se estrear oficialmente de leão ao peito a 30 de outubro de 1994, num triunfo sobre o Beira-Mar em Alvalade (2-0), tendo marcado o seu primeiro golo pelos verde e brancos num dérbi diante do Benfica (1-0), também em casa, a 1 de dezembro.
 
Ao longo de dois anos e meio confirmou em Portugal toda a qualidade que lhe havia sido detetada, tendo amealhado 21 golos em 70 jogos e conquistado uma Taça de Portugal (1994-95) e uma Supertaça Cândido de Oliveira (1995) pelo emblema leonino.
 
 
No verão de 1996 sagrou-se campeão olímpico em Atlanta, tendo marcado o golo da vitória sobre a Argentina de Hernán Crespo, Ariel Ortega, Diego Simeone, Javier Zanetti e Roberto Ayala na final (3-2).
 
 
Poucos meses depois, em dezembro, transferiu-se para o Barcelona por 3,7 milhões de dólares, voltando a ser companheiro de equipa de Luís Figo.
 
Apesar de ter conquistado um campeonato espanhol (1996-97), a sua passagem por Camp Nou ficou assolada por lesões, ao ponto de ter ficado de fora da convocatória para o Mundial 1998.
 
 
No ocaso da carreira representou ainda os espanhóis do Albacete, os coreanos do Busan ICons e os jordanos do Al-Wehdat.
 
Entretanto tornou-se treinador e, embora ainda não tenha atingido a mesma notoriedade do que enquanto jogador, levou a seleção nigeriana de sub-17 ao título mundial da categoria em 2015.



 




 

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