Hoje faz anos a pérola nigeriana que o Sporting contratou no Egito e vendeu ao Barça. Quem se lembra de Amunike?
Amunike somou 21 golos em 70 jogos pelo Sporting entre 1994 e 1996
Extremo esquerdo nigeriano dotado
de muita velocidade, capacidade técnica e forte remate, despontou em clubes
modestos do seu país, nomeadamente Concord FC e Julius Berger, antes de dar o
salto para um dos principais emblemas do continente africano, os egípcios do
Zamalek.
Enquanto representou o emblema do
Cairo, além de ter vencido dois campeonatos do Egito, uma Taça dos Campeões
Africanos e uma Supertaça Africana, estreou-se também pela seleção
principal da Nigéria, pela qual haveria de conquistar a Taça das Nações
Africanas em 1994, tendo apontado os dois golos na vitória sobre a Zâmbia
na final (2-1).
Foi também em 1994 que Emmanuel
Amunike, já com a temporada de 1994-95 a decorrer, assinou pelo Sporting,
com Sousa
Cintra a deslocar-se ao Egito para o desviar dos alemães do Duisburgo,
fechar o negócio e satisfazer assim um pedido do treinador Carlos Queiroz. “Nessa
reunião, um dos dirigentes do Zamalek apontou uma faca ao senhor Cintra.
Havia um pré-acordo com os alemães. No aeroporto até me tentaram raptar! Não
imaginam a confusão. As pessoas do Sporting
perceberam o que estava a acontecer e só me lembro de ver alemães a puxar-me
por um braço e portugueses por outro. Era assim o futebol”, recordou o antigo
internacional nigeriano ao Maisfutebol
em março de 2016. Haveria de se estrear
oficialmente de leão
ao peito a 30 de outubro de 1994, num triunfo sobre o Beira-Mar
em Alvalade
(2-0), tendo marcado o seu primeiro golo pelos verde
e brancos num dérbi diante do Benfica
(1-0), também em casa, a 1 de dezembro. Ao longo de dois anos e meio
confirmou em Portugal toda a qualidade que lhe havia sido detetada, tendo
amealhado 21 golos em 70 jogos e conquistado uma Taça
de Portugal (1994-95) e uma Supertaça
Cândido de Oliveira (1995) pelo emblema
leonino.
No verão de 1996 sagrou-se
campeão olímpico em Atlanta, tendo marcado o golo da vitória
sobre a Argentina de Hernán Crespo, Ariel Ortega, Diego Simeone, Javier
Zanetti e Roberto Ayala na final (3-2).
Poucos meses depois, em dezembro,
transferiu-se para o Barcelona
por 3,7 milhões de dólares, voltando a ser companheiro de equipa de Luís Figo. Apesar de ter conquistado um
campeonato espanhol (1996-97), a sua passagem por Camp Nou ficou assolada por
lesões, ao ponto de ter ficado de fora da convocatória para o Mundial 1998.
No ocaso da carreira representou
ainda os espanhóis do Albacete, os coreanos do Busan ICons e os jordanos do
Al-Wehdat. Entretanto tornou-se treinador e,
embora ainda não tenha atingido a mesma notoriedade do que enquanto jogador,
levou a seleção nigeriana de sub-17 ao título mundial da categoria em 2015.
Sem comentários:
Enviar um comentário