sábado, 23 de dezembro de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre FC Porto e Leixões

Braga bisou no Dragão no jogo de outubro de 2008
Um FC Porto-Leixões é quase um dérbi, tendo em conta a proximidade entre a Invicta e Matosinhos e até mesmo o elevado número de jogos entre os dois clubes. Tendo eu nascido em 1992, tive de esperar até ao final da década de 2000, quando os leixonenses voltaram à I Liga, para ver pela primeira vez este quase dérbi. Na época de regresso dos bebés do Mar ao primeiro escalão, 2007-08, os azuis e brancos bateram os vizinhos por 3-0 no Dragão e por 2-1 fora, mas não me recordo de qualquer um dos jogos, nem depois de ver os golos.
 
O que me lembro bem foi de o Leixões ir ganhar ao Dragão por 3-2 no primeiro duelo entre as duas equipas na temporada seguinte, à 6.ª jornada, a 25 de outubro de 2008.
 
Na altura, os leixonenses então comandados por José Mota estavam a ser a principal surpresa do campeonato, tendo assumido a liderança da I Liga – em igualdade pontual com o Nacional – após essa vitória sobre os portistas. E só no final da primeira volta foram ficando para trás no que concerne à luta pelo primeiro lugar, num percurso parecido ao do Famalicão de João Pedro Sousa em 2019-20 ou ao do Vitória de Setúbal de José Couceiro em 2004-05.
 
É curioso que, dessa equipa do Leixões, apenas o guarda-redes Beto conseguiu dar o salto para um grande, mas a verdade é que proporcionou, a par da equipa que atingiu a final da Taça de Portugal em 2001-02, os melhores momentos do clube a toda a uma geração de adeptos leixonenses.  



 
Relativamente ao jogo, Bruno China adiantou o conjunto de Matosinhos logo aos três minutos, ao cabecear ao segundo poste para o fundo das redes da baliza defendida por Nuno Espírito Santo na sequência de um canto apontado na esquerda por Hugo Morais e de um desvio de Braga ao primeiro poste.
 
À passagem da meia hora, Diogo Valente, através de um grande passe, desmarcou Braga, que se isolou e fez o 0-2.
 
O FC Porto reagiu e reduziu a desvantagem pouco depois, através de uma grande penalidade convertida por Lucho González (36’).
 
Já no segundo tempo, Tomás Costa desmarcou Lisandro López sobre a esquerda e o avançado portista fletiu para o meio, passou por Joel e rematou cruzado para o golo do empate (61’).
 
A sequência dos acontecimentos sugeria que os dragões, então comandados por Jesualdo Ferreira, fossem a equipa animicamente mais preparada para alcançar o triunfo, mas não foi isso que aconteceu.
 
Já depois de ter visto ser anulado um golo por fora de jogo inexistente de Zé Manuel, o Leixões chegou ao 2-3 através de um remate forte de fora da área por intermédio de Braga ao minuto 79.
 
“Um Leixões absolutamente heroico derrubou uma das velhas máximas do futebol português: que o FC Porto não perde duas vezes seguidas. Perde, afinal. Perde com estrondo. Perde sem apelo nem agravo. A formação de José Mota foi melhor, ultrapassou uma decisão absurda do assistente de Paulo Baptista e chegou ao triunfo. Quem não viu o jogo pode pensar que há algum exagero nesta análise. Afinal de contas não é normal o FC Porto não ser melhor no Dragão. Não há. O facto de já dentro do último quarto-de-hora o Leixões ainda ter força para chegar ao triunfo depois de estar a vencer por dois e depois de ter tido um golo mal anulado é a melhor prova disso. Do outro lado, está bom de ver, esteve um FC Porto que foi pior, mas mais do que isso foi provavelmente o pior da época”, resumiu o Maisfutebol.
 
 
 
Nessa mesma temporada as duas equipas voltaram a defrontar-se por mais duas vezes, com o FC Porto a vencer em casa nos quartos de final da Taça de Portugal (1-0) e no Estádio do Mar para o campeonato (4-1). Os dragões viriam a conquistar a dobradinha nessa época, enquanto o Leixões encerrou a I Liga num honroso 6.º lugar. 








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