terça-feira, 8 de março de 2022

As 10 jogadoras com mais internacionalizações por Portugal

Dez figuras marcantes do futebol feminino em Portugal
Constituída em 1981, seis décadas depois de a seleção masculina ter realizado o seu primeiro jogo, a seleção feminina de Portugal estreou-se a 24 de outubro desse ano com um empate a zero diante da França, em Le Mans.
 
No entanto, a seleção das senhoras conheceu alguns avanços e recuos nos anos seguintes, ao ponto de não ter participado nas fases de qualificação para os Campeonatos da Europa de 1987, 1989, 1991 e 1993.
 
Contudo, a aposta da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) no futebol feminino a partir do início da segunda década do século XXI tem dado alguns frutos, como o aumento da competitividade da I Liga – que agora conta com clubes importantes como Benfica, Sporting e Sp. Braga – e a participação da seleção principal no Campeonato da Europa de 2017. Em 2021, Portugal atingiu a sua melhor classificação de sempre no ranking FIFA, o 29.º lugar.
 
Vale por isso a pena recordar as dez jogadoras com mais internacionalizações pela seleção principal de Portugal.
 

10. Ana Rita (90 jogos)

Ana Rita
Médio que despontou no Carcavelos e posteriormente no Trajouce, estreou-se pela seleção principal a 15 de março de 1996, numa derrota ante a China (1-5) em Quarteira, a contar para o Mundialito, quando tinha 19 anos e já era jogadora do 1º Dezembro.
Quatro vezes campeã nacional (1999-00, 2001-02, 2002-03 e 2003-04) e uma vez vencedora da Taça de Portugal (2003-04), despediu-se da equipa das quinas a 27 de setembro de 2008, num empate na Ucrânia (1-1), numa altura em que representava as islandesas do IR Reykjavik.
 
 
 

9. Paula Cristina (102 jogos)

Paula Cristina
Médio defensivo natural de Mafamude, sagrou-se pela primeira vez campeã nacional em 1995-96, ao serviço do Lobão. Em 1997-98 e 1998-99 voltou a conquistar o título nacional, desta feita pelo Gatões. E por fim, festejou o título ao serviço do 1º Dezembro em 2002-03, 2003-04, 2010-11 e 2012-13.
Em termos de seleção nacional A, somou a primeira internacionalização a 15 de junho de 1995, numa vitória sobre a Islândia em Lamego (2-1), quando ainda tinha 19 anos.
A 102.ª e última internacionalização aconteceu 15 anos depois, num triunfo na Arménia (3-0) a contar para a fase de qualificação para o Mundial 2011.
 
 

8. Carolina Mendes (104 jogos)

Carolina Mendes
Não é a mais internacional de sempre e dificilmente entrará nas contas para melhor jogadora portuguesa de sempre, mas há algo que já ninguém lhe tira: foi a primeira a marcar por Portugal na fase final de uma grande competição.
Avançado alentejana nascida em Estremoz, passou pelas seleções de sub-18 e sub-19 antes de se estrar pela principal equipa das quinas numa derrota às mãos da Bélgica no Cartaxo (1-4), a 4 de novembro de 2006, quando tinha apenas 18 anos. Nessa altura representava ainda o Estrela de Portalegre, depois de ter passado por Eléctrico e Desportalegre.
Quase onze anos depois, marcou o primeiro golo de Portugal num Campeonato de Europa, numa vitória sobre a Escócia (2-1) em Roterdão. “Foi uma sensação fantástica. Senti uma enormidade de emoções. Quando vi a bola entrar, muita coisa passou pela minha cabeça. Foi uma alegria imensa”, afirmou aos jornalistas após o encontro.
Ainda ao serviço da seleção, numa fase em que representa o Sp. Braga, tem no palmarés três dobradinhas pelo 1º Dezembro (2009-10, 2010-11 e 2011-12).
 


7. Sílvia Rebelo (113 jogos)

Sílvia Rebelo
Defesa central nascida na Guarda, começou a jogar futebol na Fundação Laura Santos, do concelho de Gouveia, estreou-se pela seleção principal num empate na Ucrânia a 27 de setembro de 2008 (1-1), quando tinha 19 anos e 14 internacionalizações pelas sub-19.
Após quase uma década no emblema beirão, Sílvia Rebelo deu um novo impulso à carreira quando se transferiu para o Sp. Braga no verão de 2016. Um ano depois, atuou nos três jogos de Portugal no Campeonato da Europa.
Desde 2018 no Benfica, contabiliza no palmarés um título nacional (2020-21), uma Taça de Portugal (2018-19), duas Taças da Liga (2019-20 e 2020-21) e uma Supertaça (2019).
 
 

6. Dolores Silva (131 jogos)

Dolores Silva
Médio lisboeta que despontou no 1º Dezembro, passou pela seleção nacional de sub-19 antes de se estrear pela principal equipa das quinas a 4 de março de 2009, numa vitória sobre a Polónia em Albufeira (2-1), em partida do Mundialito, quando tinha apenas 17 anos e seis meses.
Depois de um pentacampeonato (2006-07 a 2010-11) e quatro Taças de Portugal (2006-07, 2007-08, 2009-10 e 2010-11) ao serviço da equipa sintrense, passou meia dúzia de anos na Alemanha antes de, em 2007, atuar nos três jogos de Portugal no Campeonato da Europa e regressar a Portugal pela porta do Sp. Braga.
Em 2018-19 ingressou no Atlético Madrid, clube pelo qual se sagrou campeã de Espanha, mas na época de seguinte voltou ao emblema minhoto, pelo qual venceu a Taça de Portugal em 2019-20.
Paralelamente, nunca deixou de jogar por Portugal. “É muito especial representar o meu país e é um número bonito. É um sonho e espero que não seja o último”, afirmou em novembro de 2018, quando atingiu a 100.ª internacionalização.
 
 
 

5. Edite (132 jogos)

Edite Fernandes
A melhor marcadora de sempre da equipa das quinas feminina, com 39 golos.
Atacante nascida em Vila do Conde, começou a jogar futebol no Boavista e chegou à seleção principal a 21 de dezembro de 1997, quando tinha apenas 18 anos, estrando-se num empate diante da Alemanha em Oliveira do Hospital (1-1).
Além de ter conquistado um título nacional pelo Boavista (1996-97) e sete pelo 1º Dezembro (1999-00, 2001-02, 2002-03, 2005-06, 2006-07, 2007-08 e 2009-10), jogou nos campeonatos de China, Espanha, Noruega e Estados Unidos durante uma carreira que durou um quarto de século.
Em termos de seleção nacional, retirou-se precisamente no ano em que ia comemorar 20 anos de quinas ao peito, 2017, tendo falhado o que seria uma merecida presença no Campeonato da Europa.
“Ao fim de muitos anos, ponderei bastante esta decisão e chegou a altura de dizer adeus à seleção. Não há uma razão, mas sim um momento certo para o fazer. Neste momento, quero focar-me somente no clube que represento”, explicou, num comunicado citado pela FPF.
 
 
  

4. Cláudia Neto (135 jogos)

Cláudia Neto
Há quem diga que, se a seleção masculina tem CR7, a seleção feminina tem CN7.
Médio nascido em Portimão, começou a jogar na equipa de futsal do União Atlético Clube de Lagos, estreou-se pela seleção principal portuguesa precisamente no concelho onde nasceu, mais precisamente no Estádio do Restinga, em Alvor, numa derrota ante a República da Irlanda a 9 de março de 2006 (0-1), quando tinha apenas 17 anos e 10 meses.
Apesar do início de carreira tão perto de casa, desde 2008 que Cláudia Neto joga no estrangeiro. Após ter passado pelo futebol espanhol e ter conquistado títulos nacionais na Suécia e na Alemanha, compete no campeonato italiano com a camisola da Fiorentina desde 2020.
Paralelamente, amealhou internacionalizações (três das quais no Europeu de 2017) e conquistou o estatuto de capitã de equipa da seleção nacional. Em 2017 tornou-se ainda a primeira portuguesa a ser nomeada para eleição do onze ideal da FIFPro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol) e em 2018 (no 75.º lugar) e 2019 (97.º) esteve entre as 100 melhores jogadoras do mundo para o jornal britânico The Guardian.
Em setembro de 2021 anunciou a retirada a seleção nacional, aos 33 anos. “Foi uma HONRA Portugal! Agradeço todo o apoio e carinho que recebi ao longo destes anos em que representei Portugal. Obrigada a todas as minhas colegas que, ao longo destes 17 anos, tive o prazer de partilhar balneário, vitórias, derrotas e tantos momentos felizes, bem como a todos os treinadores que fizeram parte do meu percurso e crescimento”, afirmou, via Instagram.
“Saio com um enorme orgulho no meu trajeto, foi uma HONRA jogar de Quinas ao peito nas 167 internacionalizações (totais) e envergar a braçadeira de capitã. Desejo a continuação de maior sucesso. Estarei sempre a apoiar as cores do nosso país”, acrescentou.
 
 
 

3. Carole (136 jogos)

Carole Costa
Defesa central natural de Braga, despontou no Casa do Povo de Martim e passou pela seleção nacional de sub-19 antes de se estrear pela principal equipa das quinas num empate frente ao País de Gales em Mafra (1-1) a 30 de janeiro de 2008, quando tinha apenas 17 anos e oito meses.
Nos anos que se seguiram representou o Leixões e teve uma longa passagem pelo futebol alemão antes de, em 2017, atuar nos três jogos de Portugal no Campeonato da Europa e regressar a Portugal pela porta do Sporting.
De leão ao peito conquistou um título nacional (2017-18), uma Taça de Portugal (2017-18). uma Supertaça (2017) e uma Taça da Liga (2019-20)
No verão de 2020 mudou-se para o Benfica, clube pelo qual ganhou um campeonato (2020-21) e uma Taça da Liga (2020-21).
 


2. Ana Borges (139 jogos)

Ana Borges
Lateral/extremo nascida na Guarda, começou a jogar futebol na Fundação Laura Santos, mas foi já quando representava as espanholas do Prainsa Zaragoza que se estreou pela seleção principal a 4 de março de 2009, aos 18 anos e oito meses, numa vitória sobre a Polónia em Albufeira (2-1).
Entretanto passou também pelas norte-americanas do SC Blue Heat, pelas espanholas do Atlético Madrid e pelas inglesas do Chelsea antes de regressar a Portugal pela porta do Sporting em janeiro de 2017.
Desde que joga de leão ao peito atuou nos três jogos de Portugal no Europeu de 2017 e conquistou já dois campeonatos (2016-17 e 2017-18), duas Taças de Portugal (2016-17 e 2017-18) e duas Supertaças (2017 e 2021).
 
 
 

1. Carla Couto (145 jogos)

Carla Couto
Considerada a Jogadora do Século aquando do centenário da Federação Portuguesa de Futebol, estreou-se pela seleção nacional a 11 de novembro de 1993, numa derrota ante a Suécia em Faro (0-3), quando tinha apenas 19 anos.
Atacante nascida em Lisboa, passou por Sporting, Trajouce, 1º Dezembro e Futebol Benfica antes de voltar ao 1º Dezembro para ser protagonista nos anos dourados do emblema sintrense. Entre 1999 e 2011 – com uma passagem pela China pelo meio – conquistou onze (!) títulos nacionais, tendo apenas perdido o campeonato de 2000-01 para os Gatões, e sete Taças de Portugal.
Após uma passagem pelo futebol italiano, terminou a carreira no Valadares Gaia, em 2014, quando já tinha 40 anos. “Foram 24 anos a jogar futebol. Ainda não caí bem em mim. Quando começarem os jogos na próxima época não vou lá estar e aí se calhar vou sentir um pouco, mas foi uma decisão ponderada e pensada. Mesmo sabendo que poderia fazer mais um ano, a minha opção foi deixar”, contou ao Maisfutebol.
Da seleção nacional tinha-se despedido dois anos antes, numa derrota na Áustria em abril de 2012 (0-1). “Foi com enorme orgulho que fiz parte de uma verdadeira família, que muitas barreiras quebrou, que, aos poucos, conquistou o seu espaço e mérito, a nível nacional e internacional e que percorreu um longo e árduo caminho sem nunca desistir”, referiu na altura, numa nota enviada à FPF.
Em abril de 2017 foi distinguida pela Câmara Municipal de Lisboa com a medalha de mérito desportivo. “É com grande orgulho que recebo esta distinção. Foram 24 anos dedicados ao desporto e à causa futebolística”, afirmou na altura.
Após pendurar as botas tornou-se embaixadora do Sindicato de Jogadores.
 







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