Benfiquista Geraldo entre portistas Peixe e Romeu |
Recuemos até 2000-01, uma
temporada marcada pela pior classificação de sempre do Benfica
na I
Liga, o 6.º lugar, e pelo segundo ano consecutivo do FC
Porto sem se sagrar campeão, algo que já não acontecia desde o início da década
de 1980. No entanto, ambas as equipas tiveram os seus momentos de brilho: as águias
chegaram a sonhar com a conquista do título no início da segunda volta e os dragões
dominaram a prova durante quase toda a primeira volta e ainda venceram (pela
segunda época seguida) a Taça
de Portugal.
A 17 de janeiro de 2001, os encarnados
então orientados por Toni apresentaram-se na máxima força na receção às
segundas linhas dos azuis
e brancos, comandadas por Fernando Santos. No entanto, as duas equipas equivaleram-se
no resultado após 90 e 120 minutos de futebol.
No final do primeiro tempo, o
árbitro José Pratas poupou a expulsão ao guarda-redes portista
Pedro Espinha, uma vez que este impediu que o avançado benfiquista
João Tomás se isolasse ao utilizar a mão para intersetar a bola fora da área.
No início da segunda parte, Maniche,
que na altura jogava preferencialmente nas alas do Benfica,
apareceu em zona de tiro e inaugurou o marcador após passe do holandês Pierre
van Hooijdonk (54’). Já na reta final da partida, o avançado croata Silvio
Marić empatou a partida o FC
Porto, de cabeça, após livre lateral executado por Folha a partir da
direita (84’). O 1-1 perdurou até ao final do prolongamento e atirou a decisão
para as Antas.
“O primeiro round do duplo Benfica-FC
Porto desta semana acabou empatado e transferiu para o Estádio das Antas a
decisão sobre qual das equipas continuará em prova na Taça
de Portugal. Quarta-feira, na Luz, os 120 minutos foram jogados quase
sempre à chuva e proporcionaram um encontro muito musculado, de luta
permanente, entre duas equipas a atravessarem um momento delicado e sem grandes
motivos para decidirem correr grandes riscos. O resultado final reflete o
equilíbrio, embora o Benfica
tivesse estado mais perto de sair vencedor de um jogo no decorrer do qual o
árbitro, José Pratas, mais uma vez evidenciou que, apesar de tecnicamente
capaz, é um homem com pouca vocação para decisões que exijam coragem, como
seria a expulsão de Pedro Espinha, à beira do intervalo, por se opor a João
Tomás, com as mãos, fora da área e sem mais ninguém entre ele e a baliza!...”,
escreveu o Record.
Quatro dias depois, os dois
rivais voltaram a defrontar-se na Luz, desta feita para o campeonato,
e o Benfica
venceu por 2-1, com dois golos de Van Hooijdonk (26’ g.p. e 80’) face a um de
Capucho (41’).
E depois de um empate e de uma
derrota, o FC
Porto venceu no terceiro encontro diante do Benfica
em seis dias, e logo com goleada: 4-0. Perante umas águias
algo poupadas, com Van Hooijdonk sem sair do banco, marcaram para os dragões
o médio russo Dmitri Alenichev (10 e 67’ g.p.), o avançado brasileiro Pena (28’)
e o médio paraguaio Carlos Paredes (34’).
“O FC
Porto passou terça-feira aos quartos-de-final da Taça
de Portugal, vencendo o Benfica
nas Antas, no jogo de desempate, por 4-0. Uma goleada, é certo, mas escassa
para a diferença que se viu em campo, porque a tropa guerrilheira de Fernando
Santos, talvez na melhor exibição da época - talvez apenas porque a oposição
foi muito fraca... -, destroçou por completo um Benfica
que nunca entrou no jogo. Neste terceiro clássico em menos de uma semana,
aconteceu a vitória do FC
Porto, depois de um empate e uma derrota na Luz. Aparentemente, as duas
equipas são muito iguais, mas a goleada de terça-feira revelou, desde logo, a
diferença na qualidade entre os dois plantéis. Se na quarta-feira passada a
segunda equipa do FC
Porto podia ter vencido (empatou 1-1) na Luz, desta vez a diferença foi
quase entre seniores e juniores”, resumiu o Record.
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