quinta-feira, 26 de novembro de 2020

A minha primeira memória de… um jogo entre Sp. Braga e equipas inglesas

Médio bracarense Andrés Madrid entre jogadores dos spurs

A minha primeira memória de um jogo entre o Sp. Braga e uma equipa inglesa remonta a 2007, numa época em que os bracarenses conseguiram chegar pela segunda vez aos oitavos de final da Taça UEFA – já o tinham feito em 1997-98, mas desta vez tinham ultrapassado não dois adversários, mas um percurso que contemplou uma ronda de qualificação, uma fase de grupos e eliminado os italianos do Parma nos 16 avos de final.

 

Os minhotos, que nas duas épocas anteriores tinham caído logo na ronda de qualificação, apanharam o Tottenham nos oitavos de final. Na altura os spurs já não participavam nas competições europeias desde 1999-00, mas começavam cada vez a consolidar-se na primeira metade e até no primeiro terço da tabela classificativa da Premier League, apresentando um plantel invejável, recheado de jogadores internacionais como o guarda-redes inglês Paul Robinson (dono da baliza de Inglaterra no Mundial 2006), o central inglês Michael Dawson, o lateral direito francês Pascal Chimbonda, o lateral sul-coreano Lee Young-pyo, o médio defensivo costa-marfinense Didier Zokora, o médio finlandês Teemu Tainio, o extremo inglês Aaron Lennon, o avançado búlgaro Dimitar Berbatov, o avançado irlandês Robbie Keane, o avançado inglês Jermain Defoe e o avançado egípcio Mido. E havia ainda um jovem e talentoso médio marroquino chamado Adel Taarabt.

 

Já o Sp. Braga, como tem vindo quase sempre a fazer desde que António Salvador assumiu a presidência do clube, apresentava um misto de jogadores que já não tinham espaço nos grandes e outros que vinham a destacar-se em clubes de menor dimensão, além do recurso à prata da casa e ao mercado internacional.

 

No encontro da primeira-mão, na Pedreira, registou-se um empate a zero na primeira parte e uma chuva de golos na segunda. Aos 57 minutos, Robbie Keane disparou para o fundo das redes após passe de Lennon a partir do lado esquerdo. Um quarto de hora depois, o guardião bracarense defende uma bola remata de Lennon para a frente e permite a recarga vitoriosa de Malbranque.

 

Porém, a formação então orientada por Jorge Costa reagiu. Paulo Jorge empatou aos 76’ na recarga a um penálti do próprio que Robinson defendeu. Cinco minutos depois, Zé Carlos empatou, de cabeça, na sequência de um livre lateral apontado por Castanheira. No entanto, os ingleses ainda tinham uma palavra a dizer e, ao cair do pano, Keane fez o 2-3, após ser desmarcado por Zokora.

 

“Keane arruma coma reação do Braga. O Tottenham só é tipicamente inglês porque está baseado em Londres. No futebol, é o oposto do que anteviu Jorge Costa: uma equipa de bola no chão, inteligente e refinada pela classe de Dimitar Berbatov, o artista. Paulo Santos resistiu-lhe a tudo, mas já não pôde com a astúcia de Robbie Keane e Malbranque. O que quase dava para a ressurreição arsenalista (de 0-2 para 2-2). Só que no fim Keane fez justiça (3-2)”, escreveu o Diário de Notícias.

No jogo de White Hart Lane, o resultado foi o mesmo, mas os bracarenses chegaram a estar em vantagem. Aos 24 minutos, Tom Huddlestone marcou na própria baliza, de cabeça, na sequência de um livre lateral apontado pelo brasileiro Andrade. Mas praticamente na resposta Berbatov encarregou-se de empatar o encontro, após grande trabalho individual e assistência de Robbie Keane. Ainda na primeira parte, Berbatov voltou a marcar, na sequência de um passe longo de Huddlestone, num lance em que a defesa minhota ficou a dormir.

 

No segundo tempo, Andrade reacendeu a esperança dos arsenalistas na transformação de um potente livre direto. Porém, Berbatov voltou a estar em evidência, assistindo Malbranque para o 3-2 a um quarto de hora do fim.

 

“Chegou a parecer possível. O Braga terminou a aventura europeia desta época em White Hart Lane, ao perder com o Tottenham, novamente por 3-2. A equipa portuguesa ficou-se pelos oitavos-de-final da Taça UEFA, mas não tem razões para se envergonhar da campanha realizada, nem do jogo de ontem, porque foi derrotada por um adversário que lhe é superior e tem condições para ir longe nesta prova. A classe de Berbatov destruiu as pretensões bracarenses, com dois golos de enorme qualidade técnica e uma assistência perfeita para Malbranque, depois de os portugueses terem estado em vantagem na primeira parte”, podia ler-se no Jornal de Notícias.


 

Essencialmente, o que mais recordo desta eliminatória é o duplo 3-2 a favor dos spurs. Uma boa réplica de um Sp. Braga a mostrar-se capaz de acompanhar os chamados três grandes nas competições europeias para lá do Natal.

 

 











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