Extremo angolano
de 24 anos que se descreve “inteligente, muito veloz e com um remate forte”,
vive há nove anos em Portugal,
subiu três vezes de divisão nos campeonatos
distritais da AF Lisboa e, depois de no final do ano passado ter voltado ao
Atlético, clube que lhe diz muito, prepara-se para regressar ao Campeonato
de Portugal para se fixar nos patamares nacionais.
Em entrevista, Edson Neves passa
a vida e a carreira em revista, incluindo a passagem “horrível” pelo Girabola,
e traça os objetivos para o futuro.
ROMILSON TEIXEIRA – O Edson Neves dividiu a temporada 2019-20 entre
Sacavenense, no Campeonato de Portugal, e Atlético, no Pro-Nacional da AF Lisboa. No total, apontou três golos em 19 jogos oficiais. Que balanço faz da
época?
EDSON NEVES - A nível pessoal foi
produtivo e valeu-me muito a experiência. em todas coisas negativas eu tento
ver o melhor, que é o lado positivo. tive um bom número de jogos, mas precisava
de melhorar o número de golos. Em termos coletivos não consegui atingir os objetivos
nos dois clubes. Embora a pandemia tenha determinado o fim dos campeonatos, as
coisas não estavam no bom caminho.
O Sacavenense estava a sentir bastantes dificuldades para manter-se
afastado da zona de descida no Campeonato de Portugal. Como justifica o desempenho menos
positivo da equipa?
A análise que faço é que o
Sacavenense é na verdade um grande clube, mas teve muitas mudanças. Éramos
todos novos no clube, precisávamos de um melhor entrosamento entre todos,
estava difícil conquistar pontos no campeonato. A minha passagem pelo clube
teve bons e maus momentos, mas foco-me nas coisas positivas: em meia época fiz
10 jogos e marquei um golo.
O que motivou a sua mudança do Sacavenense para o Atlético ainda no
final em 2019? Mudou-se para uma divisão inferior. Não sentiu que deu um passo
atrás?
Não estava feliz no Sacavenense,
não me sentia confortável nem motivado. Mudei-me porque o calor humano dos
adeptos do Atlético sempre me deu uma grande alegria dentro de campo. Apenas
mudei para ser feliz.
O Atlético apontava à subida ao Campeonato de Portugal, mas terminou a época atrás de Pêro
Pinheiro e Lourinhanense. O que falhou?
Foi um ano difícil para o clube, houve muitas mudanças, entraram e saíram jogadores, mudou-se de técnico e estas
mudanças acabaram por não surtir efeito.
“Na próxima época não estarei no Atlético”
Angolano com o troféu de campeão da Divisão de Honra da AF Lisboa |
Relativamente ao seu futuro, já sabe se vai continuar no Atlético?
Na próxima época não estarei no
Atlético. Vou continuar o meu caminho noutro clube, no Campeonato
de Portugal. Estou a negociar com três clubes.
Em 2018-19 subiu com o Atlético à Pro-Nacional da AF Lisboa. Que sabor teve essa conquista?
Foi a valorização do trabalho desenvolvido.
Acho que serviu para mostrar que quando trabalhas é possível que as conquistas
cheguem.
O Atlético é um clube histórico do futebol português. O que o
emblema de Alcântara tem de especial e o que significa para sí?
Não tenho palavras para descrever
o fascínio pelo clube. Os adeptos são os maiores no clube, eles é que mantêm o
clube vivo. Para mim significa muito, acho que “respeito” é o termo certo.
“Carlos Alves é como um pai para mim”
Foi treinado por Carlos Alves, filho do "luvas pretas" João
Alves, no Casa Pia B, Sintra Football e Atlético. O que significa este treinador para a
sua carreira?
O Carlos é como se fosse um pai
para mim, trabalhámos muitos anos juntos e subimos de divisão três vezes. Dentro
e fora do campo é um exemplo para mim, nunca me falhou em nada… só que às vezes
que me metia no banco [risos].
Em 2017-18 subiu ao Pro-Nacional pelo Sintra Football, um clube recente,
mas que tem conseguindo subir várias divisões e que agora está no Campeonato de Portugal. Que recordações tem deste clube e como
justifica este crescimento meteórico?
Infelizmente não tenho muitas
recordações do clube, apenas que subimos de divisão. Lesionei-me em março e
tinha chegado no clube em fevereiro, fiz poucos jogos, mas é um clube que
merece muita atenção dos amantes do futebol.
Outro clube que tem tido um crescimento meteórico é o Oriental Dragon, da AF Setúbal, que este ano conseguiu subir ao Campeonato de Portugal. Na altura o projeto já passava por
chegar aos campeonatos nacionais?
Na altura não havia tantas
condições quanto agora, mesmo em termos de estrutura, mas o presidente do clube
sempre mostrou ambição em transformar Oriental
Dragon no grande clube que se está a tornar agora, o ambiente sempre foi de
ambição.
“Jogar em Angola foi uma experiência horrível”
Em 2018 disputou o Girabola pelo Progresso da Lunda Sul. Como foi a experiência de jogar em Angola?
Esta pergunta nunca falha. Foi
uma experiência horrível tanto a nível desportivo e pessoal, mas valeu pela
experiência. Gostaria de poder ter uma oportunidade num dos grandes para poder
jogar e mostrar o meu real valor, mas enquanto isto não acontece continuo a
fazer o meu caminho.
Quais as principais diferenças entre o futebol angolano e o português?
O futebol português é muito
tático, mais inteligente. não que o angolano
não seja, o nosso campeonato também há clubes que apostam em táticas, mas não
são todos. Já em Portugal
todos os clubes primam pela inteligência do jogo, à base de posse de bola, jogo
interior, explorar os espaços vazios e em Angola
é muito físico e muito à base da velocidade e talento individual.
“Girabola tem a mesma dinâmica que a I
Liga portuguesa”
Edson Neves com a camisola do Progresso Lunda Sul em 2017 |
Acho que o Girabola
tem a mesma dinâmica em termos de competição que a I
Liga portuguesa. As principais diferenças são o estilo de jogo, a
inteligência, a capacidade financeira e a estrutura extrafutebol.
Passou pela formação do Belenenses.
Como foi jogar por um dos poucos clubes que já foi campeão em Portugal?
Naquela altura já se sentia a tensão
entre clube e SAD?
O Belenenses
é um grande clube. Quando vou ao Restelo sinto que uma parte de mim não foi
conhecida, fui muito feliz dentro do clube. Na altura ouvia-se falar muito, mas
nunca senti nem pensava que as coisas chegariam até este ponto.
Quem é Edson Neves e como se define?
Sou um jovem muito ambicioso e
educado. Gosto muito de correr atrás dos meus sonhos, trabalho e dou o melhor
de mim para colher os melhores resultados. Defino-me como a melhor versão de
mim que se vai mudando a todas adversidades...
Onde nasceu e cresceu? Como foi a sua infância?
Nasci em Angola,
mas mudei-me para Portugal
há nove anos. A minha infância foi normal, os meus pais nunca me deixaram
faltar nada e a minha brincadeira sempre foi jogar futebol ou assistir a jogos
de futebol. Não lembro de algum boneco durante a minha infância, eu jogava a
todo o instante, não havia hora nem altura. Na minha mochila levava sempre os
cadernos, livros e uma bola vazia para encher quando chegar à escola.
Com que idade começou a dar os primeiros toques na bola? Em que clube
começou a sua caminhada?
Comecei aos sete ou oito anos a
jogar com os meus amigos. Acho que aos nove fui a um clube do bairro e depois
aos 12 fui para a escola Norberto de Castro, até chegar ao Petro de Luanda.
“Sou um jogador inteligente, muito veloz e com um remate forte”
Como se descreve enquanto jogador?
Inteligente, muito veloz e com um
remate forte.
Quais são as suas referências?
Primeiro é o meu pai, com quem tenho
uma ligação muito forte. O meu jogador favorito é o Akwá, mas gosto também de Kevin-Prince
Boateng e Memphis Depay.
Qual é o seu maior sonho?
Jogar na Liga
dos Campeões europeus.
Ainda sonha com a seleção angolana?
É um sonho que se mantém vivo, eu
irei jogar pela seleção
mais dia ou menos dia isso irá acontecer.
Quais são os atletas angolanos que mais aprecia?
Gosto de ver jogos do Diógenes,
Celso, Geraldo, Gelson Dala, Bastos… a lista é enorme, admiro muitos.
Como está a viver esta fase do Covid-19?
O que tem feito para manter a forma?
É difícil acreditar e aceitar,
mas em primeiro lugar está a saúde. Tenho feito treinos em casa e às vezes
corro na praia, um lugar mais isolado para não estar perto de ninguém.
Que mensagem deixa aos jovens que sonham em ser jogadores
profissionais?
Não desistam dos vossos sonhos,
trabalhem muito e nunca deixem que as palavras de quem não sente a vossa dor
faça vocês desistirem dos vossos sonhos. Virem-se para Deus e orem muito, que é
algo muito importante.
Entrevista realizada por Romilson Teixeira
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