Lucas Evangelista está no Estoril por empréstimo da Udinese |
A chegada de Ivo Vieira trouxe
uma alma renovada à formação do Estoril. Mesmo em zona perigosa na tabela
classificativa, a equipa passou a praticar um futebol apoiado, de toque e
posse, desde o guarda-redes – sobretudo desde a contratação de Renan Ribeiro – até
aos atacantes. O estilo, atrativo e arrojado, expõe a qualidade técnica de cada
jogador. Os menos capazes veem as suas fragilidades ficarem mais visíveis, mas
os mais habilidosos conseguem valorizar-se. E no plantel canarinho, não falta
quem tenha habilidade.
Só a forma como trata a bola, com
aquele jeito açucarado tão típico dos nativos de terras de Vera Cruz, deixa
água na boca. Os seus passes precisos, a capacidade para proteger a redondinha
e o rendilhado drible curto deliciam quem assiste aos jogos do conjunto do
concelho de Cascais. Mais: é um especialista em remates de meia distância – tem
três golos (e que golos!) de fora da área na I Liga -, livres diretos incluídos.
Lucas Evangelista tem, sem
dúvida, uma veia artística, mas também muita inteligência. À tal precisão de
passe, acrescenta um critério que visa a progressão no terreno e a entrada da
bola no espaço vazio. Às já referidas capacidades de drible, remate e para
segurar a bola, junta o discernimento necessário para decidir entre acelerar ou
pausar o jogo, queimar linhas ou contemporizar, mastigar um pouco mais os
ataques ou alvejar a baliza. Por outras palavras, é igualmente um jogador
cerebral.
E até porque também trabalha
muito defensivamente, pressionando e condicionando os médios adversários, não
surpreende que o Benfica tenha pensado nele na janela de janeiro do mercado de
transferências, quando perdeu Krovinovic
por lesão. As suas características teriam tudo, a julgar por estas impressões, para
encaixar no meio-campo do 4x3x3 de Rui Vitória, ao lado de Pizzi.
Porém, o brasileiro permaneceu na
Amoreira e em boa hora para os estorilistas, pois brilhou
na recente vitória sobre o Sporting (2-0). Já nos derradeiros minutos dessa
partida, Ivo Vieira substituiu-o para o ouvir os aplausos dos adeptos, mas
estes foram além da salva de palmas e refletiram toda a admiração pelo médio
através de um cântico que diz tudo: “Muito
obrigado!”
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