O Sporting venceu neste final de tarde o Vitória de Guimarães por 1-0, no Minho, num jogo muito complicado para os leões, sobretudo por terem jogado 3/4 do jogo com menos uma unidade.
Eis a constituição das equipas:
Vitória de Guimarães
Ainda só vi um jogo completo dos vitorianos, foi frente ao Benfica no Estádio da Luz, já eram treinados por Rui Vitória. Tiveram azar nesse jogo devido aos três penaltys a que os encarnados tiveram direito nesse jogo, dois dos quais inexistentes, e mostraram algum atrevimento, assustando mesmo os vice-campeões nacionais.
É uma equipa com jogadores de muita qualidade, no entanto, parece-me que ainda não se encontrou ao ponto de conseguir resultados positivos, que de um momento para o outro podem surgir. Edgar é um ponta-de-lança muito bom que aponta cerca de dezena de golos por temporada, de Nuno Assis já sabemos o que esperar, e ainda tem outros jogadores muito bons. Era de esperar um Vitória a tentar reverter a situação que atravessa no campeonato.
Sporting
O Sporting não apresentou grandes novidades. Rodríguez está lesionado e teve de ceder o seu lugar a Polga e Elias regressou ao onze depois de um jogo a meio da semana para a Liga Europa onde não pode jogar. De resto, tudo na mesma, os leões procuravam a 6ª vitória consecutiva, num dos jogos teoricamente mais difíceis até agora na temporada.
Os vimaranenses já sabem o que a casa gasta e por isso evitaram um inicio forte do Sporting, circulando bem a bola longe dos jogadores da equipa leonina nos primeiros minutos, tendo uma elevadíssima percentagem de posse de bola nesse momento do jogo, mas já se sabe que os leões são superiores e ter bola na zona defensiva perante a pressão alta do Sporting é um risco sério, e um sabor desagradável que Freire teve de provar quando perdeu o esférico para Schaars que assistiu Capel que entrou na área e rematou forte e colocado sem hipóteses para Nilson, estava feito o 0-1 aos 7’.
Notou-se claramente nos festejos que o espanhol ansiava este momento, já o tinha percebido em outros jogos, após ter falhado tantos golos.
O Sporting a partir daí foi assumindo mais o jogo, foi tendo a posse de bola mas teve de enfrentar uma contrariedade quando Rinaudo foi expulso a meio da primeira parte de uma forma muito forçada por Bruno Paixão. Confesso que sobre este árbitro podia escrever um artigo completo, mas vou deixar a minha opinião de uma forma resumida sobre o mesmo lá mais para o fim desta análise.
Os leões tiveram de adoptar um novo desenho táctico, em que Elias jogou a 6 e Capel jogou numa posição mais interior, e diga-se de passagem que ambos se deram muito bem com essa tarefa. O brasileiro foi um exímio recuperador de bolas e com a sua qualidade técnica conseguiu desembaraçar-se bem da pressão a que foi alvo no seu meio-campo defensivo e colocar a bola em homens mais avançados. Já o espanhol, embora se fosse desgastando muito, foi o principal condutor de jogo da equipa, aparecendo tanto na esquerda, na direita ou no meio.
Os jogadores conseguiram desdobrar-se bem, não fazer notar a inferioridade numérica, foram tendo mais posse de bola e tendo um volume de jogo semelhante ao que tinham com Rinaudo em campo, no entanto, já se sabe, jogaram na quinta-feira e mais cedo ou mais tarde iriam acusar desgaste.
O Vitória ía aparecendo mais vezes na área contrária, com destaque para um cabeceamento de Edgar que passou perto da baliza de Patrício. Perto do intervalo, Rui Vitória retirou Freire e colocou Barrientos, povoando mais o meio-campo ofensivo da sua equipa, procurando criar desequilíbrios, evitar as subidas dos laterais e obrigar Schaars a apoiar mais a sua defesa.
Na segunda parte, Domingos retirou Carrillo e colocou André Santos, com a intenção de organizar melhor a equipa defensivamente, uma vez que jogavam com um homem a menos e acusavam desgaste pelo facto de terem tido um jogo na quinta-feira em que tiveram de lutar muito até ao final e também com menos uma unidade.
O Sporting pouco atacou e muito menos rematou no segundo tempo, a preocupação foi sempre fechar todas as formas do Vitória conseguir criar perigo, de tal forma que Capel foi substituído por Evaldo, e o brasileiro em conjunto que Insúa que jogava à sua frente, foram fechando o flanco esquerdo com muita qualidade.
Os vimaranenses criaram algum perigo, mas diga-se de passagem que apesar de todo o sofrimento que foi a segunda parte, nunca foram capazes de criar sustos para a equipa de Domingos Paciência, na verdadeira acepção da palavra.
Os leões foram aguentar, a defesa esteve sempre muito concentrada, não cometeu erros, houve muito coração, muito espírito de sacrifício e o tempo foi passando, lentamente, mas a vitória acabou por ser conseguida.
Analisando as equipas, creio que o Vitória de Guimarães tem jogadores de muita qualidade, ocupam uma posição que de todo que não é a sua, e tenho a certeza que mais cedo ou mais tarde irão ascender na tabela classificativa rumo a um lugar na primeira metade da tabela.
Nuno Assim, ainda não estando na plenitude da sua forma, é uma dor de cabeça para qualquer defesa, e depois, com um ponta-de-lança como Edgar e homens como Toscano a apoiá-lo, estou convicto que os resultados irão acabar por aparecer, até porque relembro, à 7ª Jornada os minhotos já defrontaram Sporting, Benfica, FC Porto e Sp. Braga.
Já o Sporting, não foi tão espectacular como de costume, porque basicamente o primeiro remate que fez resultou em golo, e no período em que o jogo seu jogo estava a assentar num campo difícil (isto nos dois sentidos: relvado péssimo e estádio com ambiente muito complicado), viu-se reduzido a dez unidades. Para além desse “handicap”, os jogadores acusaram o desgaste de um jogo intenso ocorrido a menos de 72 horas com a Lazio e a segunda parte foi em gestão de esforço, onde a equipa praticamente se limitou a defender e a fechar todos os caminhos possíveis do Vitória criar perigo.
Daí devo dizer que o sector defensivo está de parabéns, estiveram os cinco muito concentrados (estou a incluir Rui Patrício) e nem se deu pela ausência de Rodríguez.
No meio-campo, de Rinaudo não há muito a dizer, Schaars esteve muito bem em todas as funções que lhe foram incumbidas e Elias fez de tudo, jogou como médio-interior, a trinco, a ala e a ponta-de-lança, e em todas as posições que jogou fê-lo com muita qualidade, organizou e criou jogo, destruiu ataques do adversário, ganhou faltas, foi um autêntico “Todo-o-terreno”, demonstrou um espírito de sacrifício enorme e na minha opinião foi o melhor jogador em campo. Capel esteve muito bem e para Carrillo também tenho uma apreciação positiva, embora pense que ele esteja a ganhar demasiada confiança, talvez a concorrência de Jeffren no futuro o faça colocar de novo os pés em terra.
Wolfswinkel esteve menos vistoso do que costume, não marcou, não teve oportunidades e ainda teve um choque com um adversário em que parecia ter perdido os sentidos, exactamente na mesma zona onde há quase oito anos ocorreu uma tragédia naquele mesmo estádio. Evaldo, Carriço e André Santos estiveram bem quando entraram, embora eu tenha ficado com a ideia de que o médio internacional português esteja com a moral em baixo porque perdeu o lugar na equipa e não foi convocado para a selecção.
Tal como prometido, guarda também algumas palavras para o árbitro, Bruno Paixão.
A minha opinião sobre ele já vem de há muito, creio que é alguém que não tem categoria para estar onde está.
Quem conhece as minhas análises sabe que não costumo comentar arbitragens, penso que um árbitro não se pode julgar por um lance ou outro que é iludido, (acontece, a intensidade é muito alta e se não houvesse a possibilidade do árbitro poder ser iludido, não haveriam jogadores a simular faltas) mas sim pela gestão que faz do jogo, pela forma como deixa que o jogo se decida pelo que os jogadores fazem em campo com a bola, que saiba contribuir para um espectáculo que por algum motivo é conhecido como “Desporto Rei” e nesse campo este árbitro é muito mau.
Não sabe passar discreto, gosta de ser ele a dar espectáculo, de encher ego com uma autoridade muito exagerada que tem, pela forma como interrompe o jogo demasiadas vezes e distribui cartões amarelos e até vermelhos. A entrada de Rinaudo foi dura, mas o argentino tentou disputar a bola, e nem foi a pés juntos, foi uma atitude exagerada deste juiz que aí estragou o espectáculo. A segunda parte foi demasiado táctica e nem sempre bem jogada, por culpa de o Sporting ter um homem a menos, se calhar, noutras condições, os leões tinham marcado mais golos, ou então, porque não teriam tantas preocupações a defender, podia ser que o Vitória tivesse mais espaços e menos portas fechadas para chegar à grande área contrária, podíamos ter visto um espectáculo melhor por parte destas duas boas equipas e em grande parte a culpa recai neste árbitro.
Espero que nunca o coloquem a arbitrar um Benfica vs. FC Porto, porque actualmente é o jogo mais intenso e de maior rivalidade no futebol português, em que já é raro acabar 11 de cada lado, imaginem com Bruno Paixão, o meu prognóstico era o jogo acabar com as equipas acabarem o jogo com tantos elementos como as suas equipas de Andebol.
Fora com este indivíduo da arbitragem!