O Benfica foi esta noite empatar em Old Trafford (2-2) frente ao Manchester United, e desta forma garantir o apuramento para os Oitavos-de-final da Liga dos Campeões.
Eis a constituição das equipas:
Manchester United
O United escusa apresentações, todos sabem do palmarés, prestígio e valor desta equipa, que ainda assim a nível exibicional tem estado furos abaixo do esperado.
Uma vitória apura os homens de Manchester para os Oitavos-de-final e não é esperado que facilitem em Old Trafford esta noite.
Para este jogo as ausências são: Michael Owen, Danny Welbeck, Tom Cleverley e Darron Gibson (lesões) e Vidic (castigo).
No entanto, a grande surpresa foi Wayne Rooney ter ficado de fora dos eleitos para esta partida, sendo o pouco utilizado Berbatov o escolhido para a frente de ataque. O lateral-direito Fábio e o médio Carrick, ambos com poucos minutos esta temporada, serão titulares.
Benfica
Já o Benfica, tem aquele que até agora promete ser o encontro mais difícil da época, e aquele em que a equipa corre sérios riscos de terminar a invencibilidade dos encarnados na presente temporada, ainda assim Jorge Jesus assumiu que o objectivo passa por ganhar e garantir em Inglaterra a passagem aos Oitavos.
O treinador benfiquista apenas não pode contar com os argentinos Saviola e Enzo Pérez, ambos devido a lesão, e não apresenta grandes surpresas no onze inicial.
A formação portuguesa começou muito bem e aos 4’ já estava em vantagem, após uma boa jogada colectiva, Gaitán fez uma diagonal pela direita e ao tentar colocar a bola no coração da área, esta sofreu sucessivos desvios de Evra e Jones e acabou por entrar na baliza do United. Surpresa em Old Trafford!
Dois minutos depois, o Benfica quis mostrar que a vantagem que tinha não era obra do acaso e Bruno César, na sequência de um canto vê um remate seu passar perto da trave.
Só por volta dos 20’ o United conseguiu reagir, sair do seu meio-campo com a bola controlada e ir em busca de um resultado mais positivo, e nesse período só Nani parecia inconformado, exemplo disso foi uma arrancada espectacular em que passou por quatro adversários e só foi travado em falta por Garay.
À passagem da meia hora, os “red devils” marcaram. Na sequência de um livre marcado a meio do meio-campo dos lisboetas, a bola chega ao extremo português dos campeões ingleses que da esquerda fez um cruzamento milimétrico para a cabeça de Berbatov, que fez assim o empate. Apesar de o tento ser validado, o búlgaro estava em posição irregular.
Logo a seguir, Ashley Young surge isolado e remata forte mas Artur conseguiu defender com os pés.
O jogo ía assim empatado para intervalo, para a segunda metade esperava-se que os britânicos entrassem por cima e tentassem a todo o custo marcar, e foi a isso que assistimos. Nos últimos 45 minutos o United jogou praticamente sempre no meio-campo das águias, dispondo das principais oportunidades para facturar.
Em pouco tempo, Fábio com tudo para marcar permitiu nova defesa de Artur, Luisão lesionou-se e Fletcher confirmou a superioridade da sua formação na segunda parte ao marcar na sequência de um cruzamento de Evra, numa recarga, pois o guarda-redes brasileiro do Benfica defendeu o primeiro remate.
No entanto, a sequência de acontecimentos num curto espaço de tempo neste jogo não se ficou por aqui, e dois minutos depois, após um mau alívio de De Gea que foi direito a Bruno César, este remata torto, a bola embate em Ferdinand e acaba por ressaltar numa zona em que Aimar à vontade a enviou para a baliza, igualando de novo a partida.
Os “red devils” foram de novo em busca da vitória, mas foi falhando objectividade na hora de concretizar, como numa oportunidade claríssima de Berbatov aos 79’ em que atirou por cima ou nas inúmeras vezes em que os jogadores do United se deixaram antecipar pelas saídas a punho de Artur Moraes.
Do outro lado, Jorge Jesus efectuou uma série de alterações tendo em vista a defesa do resultado, como as trocas de Gaitán por Matic e de Aimar por Ruben Amorim, mas engane-se quem pense que pelas substituições o Benfica deixou de atacar, pois até esteve bem próximo de levar a vitória, quando Rodrigo finalmente apareceu no jogo perto do fim, teve uma boa jogada individual mas rematou à malha lateral.
A partida terminou com empate a dois, que na minha opinião aceita-se, pois apesar do domínio dos homens de Manchester na segunda parte, faltou objectividade na hora de chegar ao golo e pouco se pode apontar à exibição que o Benfica fez em Old Trafford.
Fazendo uma análise às equipas, pergunto-me porque razão Alex Ferguson voltou a inventar?
Como é possível uma equipa como o United jogar com dois “pivots” defensivos e nenhum ter especiais atributos no que concerne ao transporte da bola pelo meio-campo adversário? E pior que tudo, como foi possível mantê-los durante todo o encontro mesmo num período em que estavam a encostar o Benfica à sua zona defensiva? Não havia o habitual titular Anderson, mas porque não Park ou Giggs? Já agora, porquê esperar pelos 80’ para finalmente se fazer uma substituição? Porque demorou Chicharito tanto tempo para entrar?
Sinto que não sou ninguém para lançar criticas ao técnico escocês, afinal, ele já vencia títulos neste clube ainda eu nem era nascido, e duas décadas e meia depois de ter chegado a Old Trafford, isso continua a acontecer com frequência, mas questiono as opções que tomou, e até nem falo das opções por Fábio e Berbatov, porque ambos até estiveram bem.
De resto, De Gea esteve algo nervoso, Ferdinand e Jones ficaram mal vistos nos golos sofridos, Evra esteve bem, Fletcher foi melhor que Carrick (não percebo como o inglês jogou os 90 minutos), Valencia e Ashley Young foram algo inconsequentes, Berbatov marcou mas foi demasiadas vezes apanhado em fora-de-jogo e podia ter facturado mais vezes, e Nani foi mesmo o mais inconformado, o melhor jogador do United nesta partida. Chicharito entrou tarde e não teve tempo para muito.
Quanto ao Benfica, é verdade que os seus golos foram originados de situações não muito habituais e algo fortuitas, mas teve todo o mérito, fez o que lhe competia e cumpriu o objectivo que foi o apuramento para a fase seguinte.
Artur Moraes foi gigante e para mim o melhor em campo, a defesa não tremeu muito, os laterais não subiram tanto como habitualmente e a lesão de Luisão é uma grande preocupação, até porque há um Benfica – Sporting à porta.
O meio-campo anulou o já por si habitualmente pouco produtivos ofensivamente Fletcher e Carrick, e mesmo Valencia e Ashley Young (que jogou pelo meio) não tiveram grandes situações para brilhar. Gaitán teve alguns bons lances e deve ter confirmado a Ferguson que é um grande jogador e que seria um investimento bem empregue. Rodrigo andou sempre muito apagado, mas apareceu na parte final para um remate que cheirou a golo.
Com este empate, o Benfica garante o apuramento, até porque tem vantagem nos confrontos directos com Manchester United e Basileia e essas duas formações encontram-se na última jornada, que é como quem diz, não podem ganhar as duas e mesmo em caso de empate na Suiça ou de vitória dos helvéticos e admitindo um cenário em que os lisboetas perderiam para o Otelul Galati, os encarnados têm vantagem e seria impossível ficarem em 3º.
Eis a classificação à 5ª Jornada: