O Sporting venceu esta noite a União de Leiria por 3-1, num jogo em que precisou de sofrer muito, a contar para a Liga ZON Sagres.
Eis a constituição das equipas:
Sporting
Com a série de 10 vitórias consecutivas em todas as competições interrompida, é preciso relembrar que no campeonato ainda há uma série, que é a de seis seguidas.
Este é o primeiro jogo após a lesão de Rinaudo, no entanto, para além do argentino, também Izmailov, Jeffren, Onyewu, Rodríguez, Polga e Insúa estão lesionados.
Para esta partida, Domingos Paciência vai apostar no estreante Tiago Ilori para jogar ao lado de Carriço no eixo da defesa e num meio-campo inédito composto por Elias, Schaars e Matías, enquanto a ala direita volta a Carrillo.
União de Leiria
Desde que Manuel Cajuda assumiu o comando, a formação leiriense soma duas vitórias nos dois jogos disputados para o campeonato, no entanto, pelo meio, foram eliminados da Taça de Portugal pelo Alcochetense, uma equipa da III Divisão.
Esta época, apenas vi o jogo frente ao FC Porto, no inicio de Setembro, e na altura, pareceu-me que tacticamente tinha um colectivo fraco, embora ambicioso.
Recordo que a União não perde em Alvalade desde a temporada 2006/2007.
Com uma defesa remendada e um meio-campo em modo experimental, o Sporting até começou bem o jogo, e logo aos 8’ Matías tem uma jogada individual fantástica dentro da grande área da União e atirou para golo num remate que passou por entre as pernas tanto do guarda-redes como de um defesa leiriense.
A formação leonina continuou bem no jogo e teve perto do segundo golo, primeiro por Evaldo aos 17’ a permitir a defesa a Gottardi e três minutos depois Matías na sequência de um livre directo.
Após o livre do chileno, num lançamento longo do Leiria para o ataque, Tiago Ilori falha a intercepção e Djaniny surgiu isolado na cara de Patrício e fez o empate.
A partir daí os lisboetas tiveram mais dificuldades em encontrar-se com a baliza contrária, apesar de manter elevada posse de bola, e até foi a equipa do Lis a criar mais perigo nesta fase, com dois remates perigosos (Marcos Paulo e Maykon) perto do intervalo que não passaram longe da baliza sportinguista.
Domingos Paciência certamente ao reconhecer um problema que eu detectei de há alguns jogos para cá e venho-o dizendo que é a equipa ficar “coxa” sem Carrillo no flanco direito, e tendo apenas como desequilibrador Capel na esquerda, colocou o peruano em campo para retirar o inconsequente Pereirinha.
Na segunda parte, o Sporting voltou a entrar forte e a colocar-se em vantagem, logo aos 50’, quando Elias apareceu na área e assistiu Matías para este fazer o 2-1.
Se nos primeiros minutos após o golo os leões até estiveram controladores, dominadores e parecia que era uma questão de tempo até conseguirem o terceiro, ultrapassado o período a União de Leiria foi subindo no terreno e através de cruzamentos perigosos por parte do recém-entrado Luís Leal, por meros centímetros que os finalizadores (Djaniny e Jô) não conseguiam desviar a bola para a baliza.
Até ao fim do jogo, assistiu-se a um período de grande pressão por parte da formação leiriense, os jogadores leoninos só com muita dificuldade conseguiam aliviar com os chamados “pontapés para a frente” e os sportinguistas pela primeira vez em dois/três meses viveram alguns momentos de sofrimento, sobretudo quando estava em jogo uma oportunidade de ouro para se aproximar dos rivais de sempre: FC Porto e Benfica.
Já nos descontos, após uma boa jogada do estreante Santiago Arias na direita, Ivo Pinto tocou a bola com o braço dentro da grande área, foi expulso e foi assinalada uma grande penalidade, que Wolfswinkel converteu em golo, terminando a partida com um 3-1 algo enganador.
Com esta vitória, o Sporting soma 23 pontos e fica apenas a um do duo de líderes, que esta jornada perdeu pontos nas suas deslocações a Olhão e Braga.
Analisando as equipas, creio que tenho de bater outra vez na “tecla” Carrillo, um jogador que tem mexido com todos os jogos em que se envolve, que acrescenta algo às partidas e que faz do Sporting uma equipa que joga a toda a largura. Primeiro foi com Matías no flanco, agora com Pereirinha, a verdade é que a equipa não ataca pela direita, só pela esquerda, o que provoca um maior desgaste de Capel (e até mesmo de Evaldo), e claro, se não se ataca pela direita a concentração de jogadores adversários na zona do extremo espanhol é maior e o resultado é um jogo menos conseguido da sua parte e a falta de outras soluções. Como já disse e volto a dizer, o Sporting fica com “coxo” nas transições ofensivas e isso tem-se reflectido numa maior dificuldade em chegar ao golo quando o peruano não está em campo.
Em termos individuais, Rui Patrício teve algumas complicações mas foi seguro, Tiago Ilori e Carriço salvo raras excepções esticaram a passadeira e revelaram falta de habilidade para remediar algumas soluções, João Pereira fruto do “coxear” da equipa não atacou muito e agrediu um adversário, ficando por lhe mostrar um cartão vermelho, e Evaldo fez provavelmente um dos melhores jogos de leão ao peito, sendo dos melhores a defender.
No meio-campo, se Matías com dois golos apontados foi o Homem do Jogo, para mim o melhor em campo foi Elias que foi um exímio recuperador de bolas, muitas vezes era ele quem aliviava o perigo quando a bola andava a saltitar perto da sua grande área e ainda fez uma assistência, Schaars esteve a bom nível embora perca por não ter estar tão próximo da área adversária (ele aparecia muitas vezes como segundo homem nas zonas de finalização) e André Santos ajudou a segurar a vantagem.
Pereirinha foi inútil em campo, Carrillo mexeu com o jogo mas esteve pouco tempo em campo em simultâneo com Capel para haver o tal futebol a toda a largura, o espanhol não conseguiu ser tão explosivo como habitualmente, Arias entrou muito bem e mostrou ser interessando e já Wolfswinkel, com a falta de dois desequilibradores nos flancos, parece mais desapoiado e teve poucas ocasiões para marcar, mas não se pode dizer que tenha jogado mal.
Quando ao Leiria, mostrou uma grande atitude, e acima de tudo, capacidade para olhar o Sporting nos olhos e empurrar a formação lisboeta para o seu meio-campo quando o resultado estava em 2-1, e até mesmo em certos momentos na primeira parte depois do empate.
Alguns jogadores destacaram-se claro. Ivo Pinto, lateral-direito, fez o lançamento longo no qual resultou o golo e conseguiu parar Diego Capel, e na esquerda Maykon foi muito ofensivo. No ataque, Djaniny parece ser um caso sério porque é um jogador muito jovem ainda, tem qualidade técnica, mobilidade e uma elevada estatura, é alguém que tem potencial e deve ser aproveitado porque pode dar que falar. Luis Leal que entrou na segunda parte também demonstrou qualidades, levando muitas vezes a equipa para o ataque e fazendo cruzamentos perigosos.