Esta noite o FC Porto venceu o Paços de Ferreira por 3-0, no Estádio do Dragão, no jogo de abertura da 9ª Jornada da Liga ZON Sagres.
Eis a constituição das equipas:
FC Porto
Os dragões voltaram aos triunfos no passado fim-de-semana após uma convincente vitória frente ao Nacional (5-0) em casa. Nesse jogo, Vítor Pereira (cunhado de Luis Miguel, treinador dos pacenses) efectuou uma autêntica revolução na equipa, relegando alguns dos habituais titulares para o banco de suplentes e dando a oportunidade a jogadores com menor utilização, apesar de indiscutível qualidade e esta noite repetem o mesmo onze.
Os portistas procuram aqui uma vitória que os possa colocar pelo menos por um dia na liderança isolada na Liga, e pressionar o Benfica que só amanhã joga, no entanto, o Paços de Ferreira no passado recente tem-se revelado uma equipa complicada para os azuis-e-brancos, visto que os castores empataram nas últimas duas vezes que jogaram no Dragão.
Paços de Ferreira
O Paços tem feito um campeonato um pouco aquém das expectativas, ocupando o último terço da tabela classificativa. Pelo que vi esta temporada (jogos com Sporting e Benfica), deu para ver que tem uma defesa fraca, bastante permissiva a oportunidades de golo dos adversários e tem uma atitude muito diferente jogando na Mata Real ou fora, mostrando o tal “jogar á Paços” quando actua em casa, no entanto, fora de portas, tem muita dificuldade em fazer as transições ofensivas.
No ataque tem alguns bons jogadores, como Caetano (vice-campeão do Mundo de Sub-20), Melgarejo (emprestado pelo Benfica e recentemente chamado á selecção do Paraguai), William (melhor marcador de sempre do Paços no campeonato português) e sobretudo Michel (melhor marcador da presente temporada, um poço de força e um jogador igualmente muito bom tecnicamente, que é facilmente comparado com Hulk pelo físico e pelo estilo). Josué, que actua no meio-campo, é internacional sub-21 e um atleta muito útil na marcação de bolas paradas.
Os pacenses entraram bem mais atrevidos no Dragão em comparação à forma como jogaram na Luz, e nos primeiros minutos, até atacaram mais, jogando em alta intensidade, no entanto, já se sabe, há medida que o tempo foi passando o FC Porto foi assumindo uma postura mais dominante na partida, mas ainda assim, o Paços manteve-se organizado defensivamente, nunca permitindo que os jogadores de azul e branco chegassem demasiado perto da sua baliza, e as principais oportunidades dos campeões nacionais até foram por remates de fora da área, também por demérito da equipa que não soube acelerar mais.
Aos 10’, os portistas têm a primeira grande oportunidade de golo, quando na resposta a um cruzamento de Alvaro Pereira na esquerda Belluschi respondeu com um cabeceamento para grande defesa de Cássio.
Cinco minutos depois, o criativo médio argentino dos dragões acertou na malha lateral na cobrança de um livre directo, e pela reacção dos adeptos, houve a ilusão de óptica de que a bola tinha entrado na baliza.
O FC Porto foi subindo de produção a partir daquela fase mais intensa dos castores, Hulk e Varela trocaram de alas e numa jogada do extremo português pela direita, ao tentar fazer o cruzamento envia a bola á trave após ligeiro desvio do guarda-redes do Paços.
Pouco depois da meia hora, os forasteiros reagiram e numa bola bombeada para o ataque que parecia controlada por Sapunaru e Rolando, Melgarejo acreditou que podia chegar ao esférico, antecipou-se aos defesas e isolado na cara de Helton atirou ao lado. Este lance perigoso levou ao inicio de um coro de assobios no Dragão.
Já nos descontos do primeiro tempo, após um cruzamento de Alvaro Pereira do lado esquerdo, ao tentar aliviar a bola Luisinho chutou contra Melgarejo e a bola caprichosamente entrou na baliza pacense. Estava feito o 1-0, mesmo numa altura crucial.
Para a segunda parte, Vítor Pereira reconheceu o fraco desempenho da equipa até então e no intervalo deixou logo Defour no balneário e fez entrar João Moutinho, uma alteração que se veio a revelar acertada.
Aos 51’, após mais uma subida no lado esquerdo por Alvaro Pereira (sim, ele fez todo o flanco e muitas vezes até funcionou como extremo), este cruza e encontra Walter que conseguiu fazer o mais difícil, atirar por cima.
Nesta fase, ambas os treinadores mexeram na equipa. Vítor Pereira retirou de campo Hulk e Walter para colocar James Rodríguez e Kléber, e Luís Miguel fez entrar Michel para o lugar de William, e assim que o “Hulk da Mata Real” entrou fez um remate muito forte que Helton desviou para canto.
Logo após o período as alterações, o FC Porto voltou a marcar, e nada mais, nada menos de que numa jogada que envolveu os três jogadores que começaram no banco e entretanto entraram. João Moutinho tem um excelente trabalho no qual passa por um adversário, coloca a bola no meio em James (que apareceu quase sempre a “10” libertando o flanco esquerdo para Alvaro Pereira) que rematou ao poste e na recarga Kléber fez golo.
A partir daqui, o Paços conformou-se com a derrota, nada ou pouco atacou e o FC Porto, com alguns momentos de brilhantismo, foi mantendo a bola em sua posse e parecia agora uma formação diferente do que aquela que tinha entrado no jogo.
Assim, foi sem surpresa que fizeram o 3-0, aos 84’. Após mais uma (!) subida de Alvaro Pereira, Kléber recepcionou de forma deficiente um cruzamento do lateral uruguaio, no entanto, com sorte a bola sobrou para atrás onde estava João Moutinho que atirou para o fundo das redes.
Chegou assim o jogo ao fim, e com esta vitória, o FC Porto passa pelo menos um dia na liderança isolada da Liga, e fica á espera do que o Benfica fará amanhã diante do Olhanense.
Fazendo uma análise às equipas, os azuis e brancos fizeram mais uma exibição sem grande fantasia, sobretudo na primeira parte, mas ainda assim, tal como com o Nacional, chegaram ao primeiro golo em lances fortuitos, e depois, a jogar em casa, tornou-se tudo mais fácil.
Mas quem ganha tem sempre razão, e os comandados de Vítor Pereira marcaram oito golos nos últimos quatro jogos, algo que não está ao alcance de qualquer equipa, muito menos de uma que não produz um futebol de grande qualidade.
Para mim o melhor jogador em campo foi Alvaro Pereira que aproveitou a tranquilidade que estava a ter nas suas funções defensivas para atacar mais e funcionar praticamente como um extremo, e dada a sua qualidade no que concerne a cruzamentos (esteve em dois golos e podia ter estado em mais se Walter não desperdiçasse aquela oportunidade logo no começo da segunda parte), a equipa adaptou-se a essa situação e compensou muito bem defensivamente por Fernando e também por Sapunaru que raramente subiu pela direita, e como já disse, quando James entrou em campo, em vez de ocupar a ala esquerda colocou-se a “10”, por detrás de Kléber.
Helton não teve grande trabalho, Sapunaru como já disse raramente subiu e a defender ficou mal na fotografia quando Melgarejo lhe ganhou um lance que parecia perdido, Rolando também não esteve bem nessa situação mas de uma forma geral foi sólido, Mangala fez uma exibição muito boa e actuou como um autêntico patrão no eixo defensivo do FC Porto.
Fernando esteve bem, Defour acrescentou pouco, Belluschi viu-se em algumas jogadas mas não fez grande exibição e Moutinho ajudou e muito a mexer com o jogo na segunda parte.
Hulk esteve apagado, Varela esteve em jogo, fez um cruzamento/remate que embateu na trave mas nunca foi explosivo, Walter não cumpriu a sua função que era marcar mas Kléber mal entrou compensou-o. James agitou as águas e provou que a sua queda de forma no jogo com o APOEL foi um caso isolado. Como tinha dito nos primeiros jogos que vi desta formação esta temporada, é talvez o melhor jogador da equipa, e ainda tem uma enorme margem de progressão.
Quanto ao Paços, gostei da sua atitude, atrevidos e ao mesmo tempo sólidos a defender, bem melhor do que o que vi deles na Luz.
Deu para ver mais de cada jogador, creio que a dupla de centrais é boa, especialmente Eridson. Luisinho também defendeu bem mas teve azar no primeiro golo.
Luiz Carlos é bom jogador, Josué viu-se menos mas também tem qualidade, Melgarejo parece-me ser sobrevalorizado por ir á selecção do Paraguai mas é muito veloz e “chatinho” para as defesas, William está em decadência de época para época mas tem alguns dotes de ponta-de-lança e Michel é aquele jogador que não se percebe porque mais uma vez começou o jogo do banco. O flanco direito composto por Filipe Anunciação e Manuel José foi um sossego para o bastante ofensivo Alvaro Pereira, e Caetano quando entrou pouco poderia fazer.
Mas vi mais argumentos dos pacenses neste jogo, creio que estão longe de ser das piores equipas do campeonato e que só com muito azar não conseguirão a manutenção de uma forma tranquila.
Boas,
ResponderEliminarrealmente o FCP ainda não está afinado, a primeira parte foi fraquinha, no entanto há que louvar duas coisas, primeira as substituições que deram outra dinâmica ao jogo e mais uma vez se viu que não ha "vacas sagradas" no FCP ... Vitor Pereira demonstrou carácter ao tirar, com justiça, o Hulk ...
Mais uma vitoria ... 3-0 ... e venha a champions.
Um abraço
http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.com
Tanta intranquilidade, porquê? Vocês são bons!
ResponderEliminarSeguindo a velha máxima do futebol, em equipa que ganha, não se mexe, Vítor Pereira começou o jogo com a equipa que tinha goleado o Nacional, embora nesse jogo, os números finais não significassem uma grande qualidade exibicional. No jogo desta noite e na primeira-parte, a qualidade exibicional da equipa portista manteve-se abaixo do mínimos exigíveis e os 30.318 espectadores que foram ao Dragão viram um Porto trapalhão, nervoso, complicativo na defesa, em particular pelo seu lado direito, Sapunaru e Rolando, lento e pouco imaginativo no meio-campo, com Fernando a ter dois erros que fizeram lembrar alguns da parte final da época anterior e sem ataque - Varela e Walter fizeram pouco e Hulk não fez nada.
Nem o golo, melhor, o auto-golo que colocou o Campeão em vantagem, animou a plateia do belíssimo anfiteatro portista e assistimos, primeiro, a poucos festejos, depois e logo a seguir, os assobios a mostrarem o descontentamento por 45 minutos muito fraquinhos.
Tudo ou quase tudo mudou na etapa complementar, muito por mérito de Vítor Pereira. O treinador portista deixou Defour nas cabines e meteu Moutinho; aos 56 minutos tirou Walter, entrando Kléber; e aos 59 tirou Hulk, com James a ocupar o seu lugar. Se as melhorias começaram por ser algumas, mas não significativas, depois da saída do Incrível, tudo foi diferente. Moutinho empunhou a batuta, Belluschi foi subindo, Fernando nunca mais inventou e assim a equipa arrancou, não para Ópera, mas para uma musiquinha já bem agradável. Também porque James jogou mais e mais simples que o Nº12 e Kléber mexeu-se mais que o Bigorna/Maciço. E assim, com o F.C.Porto em crescendo, alicerçado num futebol mais rápido e de mais posse, o segundo golo apareceu com naturalidade, por Kléber e João Moutinho, a coroar uns belos 45 minutos, fechou a contagem, terminando o jogo com público e equipa de pazes feitas.
Resumindo:
Porquê tanta nervoseira, tanta intranquilidade, tanta precipitação e uma equipa a jogar sobre brasas? Vocês são bons, que diabo! Provaram-no claramente na segunda-parte, em particular nos últimos 30 minutos, em que fizeram coisas muito bonitas, acabaram em força e tornaram o resultado, também nos números, justo.
Confiança, muita confiança, é meio caminho andado para que se juntem às vitórias, outra qualidade exibicional.
Notas finais:
Houve jogadores que melhorarm muito da primeira para a segunda-parte, dois, porém, estiveram sempre mal: Hulk que foi bem substituído e a quem dedicarei um capítulo à parte e Sapunaru que ficou em campo a fazer asneiras atrás de asneiras. Perdas de bola em zonas perigosas, lento a recuperar, mal colocado a defender, sem tempo de entrada, desconcentrado, foi quase sempre batido e quase sempre recorrendo à falta, o lateral romeno, foi um desastre. Espero que se jogar na terça-feira não cometa um quinto dos erros desta noite, caso contrário vamos ter problemas acrescidos...
Hoje, sim, gostei muito de Alvaro, já com muita corda, a desequilibrar e a dar profundidade pela esquerda. Mangala pegou de estaca. Só falta saber quem, no futuro, vai ser o seu parceiro no centro da defesa...
Capítulo Hulk:
O Incrível, esta noite, foi irritante e pouco inteligemente. Abusou das jogadas individuais, forçando, quando as coisas não lhe estavam a sair bem. Ora, quando as coisas não estão a sair bem, deve-se descomplicar, jogar simples, não insistir nas mesmas jogadas, jogar mais colectivamnete e menos individualmente. Hulk fez tudo ao contrário e foi bem substituído. Mas se dentro do campo esteve mal, fora dele Hulk esteve cinco estrelas, matando à nascença qualquer foco de polémica, que os ciosos jornalistas logo procuraram.
Hulk é grande jogador, importantíssimo para o F.C.Porto e repito, foi bem substituído, mas temos de ter memória e os assobios de que foi vítima, eram escusados.
Abraço
Embora não seja POrtista, deixo desde já os meus parabéns a Vitor Pereira. Teve-os no sitio na hora certa. A vitória portista não sofre contestação
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