O Barcelona conquistou hoje a sua 10ª Supertaça Espanhola, ao bater o Real Madrid por 3-2 em Camp Nou.
O Barça, que mexeu muito na equipa que tinha jogado domingo na capital espanhola, apresentou: Valdés; Daniel Alves, Mascherano, Piqué e Abidal; Busquets (Keita), Xavi e Iniesta; Villa (Adriano), Pedro (Fabregas) e Messi.
Já o Real Madrid só fez uma mexida: Casillas; Sergio Ramos, Ricardo Carvalho, Pepe e Coentrão; Khedira (Marcelo) e Xabi Alonso; Di Maria (Higuain), Ozil (Kaká) e Ronaldo; Benzema.
Os “blancos” entraram novamente melhor no jogo, pressionando imenso os “blaugrana” nos minutos iniciais, no entanto, tal como acontecera na 1ª mão, assim que os “merengues” deixaram de pressionar tanto, o Barcelona, quem nem estava a fazer muito, na sua primeira parte marcou, com Messi a descobrir Iniesta completamente isolado, que com um toque de classe atirou a bola para dentro da baliza, estavam decorridos 14 minutos.
Estava tudo mais complicado para o Real Madrid que precisava agora de fazer dois golos, mas os “madrileños” não se foram abaixo e cinco minutos depois empataram por intermédio de Cristiano Ronaldo, desviando um remate cruzado de Benzema para o fundo das redes. Há dúvidas sobre o posicionamento de Ronaldo neste lance, pois ficou-se na dúvida se entre o remate de Benzema e o desvio do português, Sergio Ramos tinha tocado na bola, e se tocou, CR7 estava fora-de-jogo, se não, o golo era o limpo.
A partir daí, o jogo foi muito equilibrado e intenso, um grande jogo mesmo, no entanto, com o Real a dar sinal “+”, com vários remates perigosos, como um de Ronaldo que Valdés desviou para a trave, ou então um remate cruzado e algo enroscado de Ozil ao qual o “portero” dos catalães, respondeu com uma boa defesa.
Do outro lado, Messi avisou duas vezes, possibilitando a Casillas duas grandes defesas, a primeira em que ganhou asas e atirou a bola para canto, a segunda impedindo o golo para os pés, mas como já se sabe, a “pulga” não é de falhar muitas vezes e perto do intervalo faz o 2-1, numa jogada em que é assistido com um passe de calcanhar de Piqué, e finaliza com classe, perante um Cristiano Ronaldo que o tentou acompanhar mas que acabou ajoelhado perante o argentino.
O jogo chegou ao intervalo tal como tinha chegado em Madrid, com 2-1 a favor dos “blaugrana”.
Na segunda parte, o jogo foi mau, sem oportunidades, muito duro, com muitas faltas e picardias, demasiado agressivo e violento, com um ritmo de jogo a ficar menos acelerado, apesar das alterações que as equipas iam fazendo.
Só a dez minutos do fim se viu um lance de relevo, e foi o golo do Real Madrid, após um canto que até nem saiu muito bem a Kaká, a bola fica ali no coração da área do Barça, houve alguma atrapalhação, mas acabou por sobrar para Benzema que empatou o jogo, pensando-se que tinha atirado o jogo para prolongamento.
No entanto, o Barcelona, que parece que controla os jogos conforme quer e que basta meter uma mudança superior para pôr o resultado a seu favor, poucos minutos depois, faz o 3-2, por intermédio de Messi, e numa altura em que Ricardo Carvalho já andava a meio gás. O argentino abriu o jogo para Adriano, e foi-se dirigindo para a zona do primeiro poste onde haveria de concluir um cruzamento do brasileiro, sentenciando assim o resultado final.
O Real ainda tentou o empate (que desta feita lhe daria a Supertaça), mas sem sucesso, porque o Barça já não iria largar a liderança. Os minutos finais foram os mais negros deste super clássico, com Marcelo a pontapear Fabregas junto à linha lateral e a ser expulso, os suplentes de ambas as equipas entrarem em campo, há uma série de agressões, Ozil e Villa que já tinham sido substituídos acabam expulsos, Mourinho trocou uns “calduços” com um membro do “staff” do Barcelona e o jogo fica interrompido por cerca de quatro minutos, e quando recomeçou, poucos mais segundos teve, pois terminou de imediato.
Tenho de destacar a atitude do Real Madrid que parece ser uma equipa com uma personalidade mais forte que na época transacta, e com mais vontade de se afirmar como a primeira equipa em Espanha, no entanto, falta-lhe maior eficácia de remate, algo que Benzema não traz e embora esteja melhor do que na temporada passada e nos dois golos do Real, parece-me ser muito previsível, lento a pensar e executar. E Higuain, o outro avançado, ainda não está em forma, e também teve poucos minutos para se mostrar. Penso que o Real deveria encontrar um ponta-de-lança mais eficaz, e não tenho dúvidas em dizer que Falcao irá para o clube errado da capital espanhola, porque me parece que seria o avançado ideal para os “merengues”.
Também tenho de falar do anti-jogo do Barcelona, que aproveitavam todas as interrupções de jogo para enviar a bola para longe, e como o árbitro quis ser tolerante para que um jogo desta envergadura não se estragasse, a verdade é que os catalães foram abusando desse tipo de situações. Não fica nada bem a um clube com uma cultura tão própria e que este ano vai defender os títulos de campeão espanhol e europeu.
O primeiro troféu da época ficou em Barcelona, a ver vamos quem levará a melhor nas outras competições.