Hoje faria anos o belga que lançou Beto no Sporting mas não chegou ao Natal. Quem se lembra de Robert Waseige?
Robert Waseige orientou o Sporting em 16 jogos em 1996
Experiente treinador belga com
alguns trabalhos interessantes no seu país, mas que nunca se havia aventurado
no estrangeiro, foi um dos muitos treinadores que iniciaram épocas no Sporting
durante um jejum de 18 anos sem títulos nacionais entre 1982 e 2000, mas não
chegaram ao Natal.
No caso de Robert Waseige, um
antigo médio com uma carreira modesta, começou por destacar-se entre 1971 e
1976 ao leme do Winterslag (atual Genk), levando-o da terceira divisão ao
primeiro escalão da Bélgica. Também à frente do RFC Liège
(1983 a 1992) fez um trabalho meritório, tendo conquistado uma Taça da Liga
(1986) e uma Taça da Bélgica (1989-90), tendo ainda atingido a final da taça em
1986-87.
No verão de 1996 ingressou no Sporting,
numa altura em que o diretor desportivo dos leões
era Luís Norton de Matos, que enquanto futebolista chegou a ser orientado por
Waseige no Standard
Liège em 1978-79. Responsável por apostar no então
jovem central Beto
na equipa principal, até começou bem o campeonato, com o primeiro lugar sempre
por perto e uma vitória sobre o Benfica
de Paulo Autuori em Alvalade
– precisamente com um golo solitário de Beto
(1-0).
No entanto, a eliminação na Taça
UEFA às mãos dos franceses do Metz, em outubro, seguida de uma série de
maus resultados na I
Divisão, como derrotas em Braga e Setúbal e um empate caseiro diante da União
de Leiria, culminaram no despedimento do treinador belga ainda em dezembro
de 1996, tendo o seu adjunto Octávio
Machado assumido o comando técnico da equipa a partir de então. Despediu-se de Lisboa com um
saldo de nove vitórias, três empates, quatro derrotas, 19 golos marcados e onze
sofridos nos 16 jogos em que orientou os verde e brancos. Depois regressou à Bélgica para
comandar o Charleroi antes de se tornar no selecionador do seu país em 1999.
Não conseguiu ultrapassar a fase de grupos no Euro
2000, no qual a sua seleção
foi uma das anfitriãs, mas qualificou-se para o Mundial
2002 e atingiu os oitavos de final no torneio
disputado na Coreia do Sul e no Japão. Na reta final da carreira passou
uma terceira vez pelo comando técnico do Standard
Liège (em 2002, depois dos períodos 1976-1979 e 1994-1996), foi
selecionador da Argélia
(2004) e treinou o FC Brussels (2005). Veio a morrer em 17 de julho de
2019, aos 79 anos, vítima de insuficiência cardíaca e problemas renais.
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