Hoje faz anos o búlgaro que espalhou magia em Campo Maior. Quem se lembra de Stoilov?
Stoilov representou o Campomaiorense entre 1995 e 1997
Possante atacante búlgaro (1,80
m), iniciou a carreira de futebolista profissional no clube da sua terra, o FC
Haskovo, tendo representado a equipa principal entre 1987 e 1990, conseguindo sagrar-se
melhor marcador da II Liga da Bulgária em 1989-90, com 27 golos.
Depois deu o salto para o Levski
Sófia, que lhe permitiu ganhar os primeiros troféus da carreira, as edições de
1990-91 e 1991-92 da Taça da Bulgária. No verão de 1992 mudou-se para o Fenerbahçe
e foi precisamente nos primeiros tempos no clube
turco que se tornou internacional A pelo seu
país, estreando-se, curiosamente, diante da Turquia,
a 26 de agosto de 1992, tendo bisado numa derrota por 3-2 em Trabzon.
Ainda assim, não se deu particularmente
bem no emblema
de Istambul, tendo regressado à Bulgária ao fim de um ano, inicialmente
para representar o CSKA Sófia. Porém, em 1994-95 voltou ao Levski para
conquistar o primeiro título nacional da carreira. No verão de 1995 voltou a emigrar
e assinou pelo Campomaiorense,
então a fazer a estreia na I
Liga, tendo deixado boa impressão apesar da descida de divisão: sete golos
em 31 jogos no campeonato, um deles ao Sporting.
Formou uma dupla de ataque temível com neerlandês Jimmy
Floyd Hasselbaink. “Entrei no clube apenas à 12ª jornada. Lembro-me de lá
ter chegado e encontrar o Stoilov, e reparar que era um jogador muito acima da
média. No aspeto técnico era muito bom, vindo da escola dos países de Leste.
Sabia tudo taticamente, compreendia muito bem o que tinha de fazer. Tinha uma
elevada capacidade técnica, era um esquerdino que era uma mais-valia e marcava
muitos golos”, recordou o treinador Diamantino Miranda ao Maisfutebol
em fevereiro de 2018.
A despromoção não afastou Stoilov
de Campo Maior. Continuou nos galgos,
na II
Liga, e ajudou-os a conquistar o título nacional do segundo
escalão em 1996-97, tendo contribuído com 12 golos no campeonato, incluindo
o que fez dos alentejanos
campeões, nos minutos finais de uma receção ao Académico
de Viseu. “Na II
Liga, um jogador como ele fazia muita diferença”, lembra Diamantino, considerando
o búlgaro “muito introvertido, muito frio”. “Não era um jogador de sair, de
conviver. Não suportava as brincadeiras dos colegas, porque não compreendia
como jogadores profissionais podiam ter aquela leviandade. Mas era acarinhado
pelo grupo, sempre foi, sobretudo pelo seu estatuto”, contou o técnico.
Após a promoção à I
Liga, Stoilov voltou novamente à Bulgária, primeiro para representar o
Slávia Sófia (1997-98) e depois uma vez mais o Levski (1998 a 2003), tendo engrossado
o palmarés individual com mais três títulos nacionais (1999-00, 2000-01 e
2001-02) e três Taças da Bulgária (1999-00, 2001-02 e 2002-03) antes de
pendurar as botas.
Logo após encerrar a carreira de
jogador iniciou a de treinador, e até tem tido algum sucesso. Pelo Levski
venceu dois campeonatos (2005-06 e 2006-07), duas taças (2004-05, 2006-07 e
2021-22), duas supertaças (2005 e 2007), atingiu os quartos de final da Taça
UEFA em 2005-06 e conseguiu o primeiro apuramento de uma equipa búlgara
para a fase de grupos da Liga
dos Campeões (2006-07). Ao leme do Litex Lovech ganhou uma Taça da Bulgária
(2008-09). E no comando técnico do Astana conquistou quatro ligas (2014, 2015,
2016 e 2017), uma taça (2016) e uma supertaça (2015) do Cazaquistão e conseguiu
o apuramento para a fase de grupos da Champions
em 2015-16. Presentemente orienta os turcos
do Goztepe.
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