O centrocampista chegou ao Minho
já com a pré-temporada a decorrer, mas nem por isso se atrasou na corrida por
um lugar no onze, tendo sido titular desde a 1.ª jornada. Fez uma excelente
época, ajudou o Vitória
a concluir a I
Divisão em quinto lugar e, consequentemente, a apurar-se para a Taça
UEFA. Marcou três golos no campeonato, o primeiro em Chaves, na região onde
tem raízes; o segundo de penálti numa receção ao FC
Porto, terminando com uma inviolabilidade de 1192 minutos de Vítor Baía; e
o terceiro na receção ao Desp.
Chaves na reta final do campeonato.
No decorrer dessa época estreou-se
pela seleção
nacional A num empate a zero com Espanha
em Torres Novas, a 15 de janeiro de 1992. O culminar de uma ascensão meteórica
de um jogador que dois anos e meio antes competia na III Divisão. A saída de João
Alves no final da temporada, em rota de colisão com Pimenta
Machado, não abalou Paulo
Bento, que continuou de pedra e cal no onze sob a orientação de Marinho
Peres e posteriormente de Bernardino Pedroto. Rapidamente se tornou capitão de equipa
do Vitória
de Guimarães, apesar de um problema disciplinar, motivado por declarações à
RTP, que levou Pimenta
Machado a proibi-lo de treinar. Mas o médio assumiu o erro, pediu desculpa
e foi reintegrado, no decorrer de uma época de 1992-93 que ficou aquém das
expetativas: 11.º lugar.
Na terceira temporada no Dom
Afonso Henriques voltou a estar em bom plano. Conseguiu os mesmos cinco golos
que na época anterior, mas reduziu o número de cartões amarelos – oito, contra
os 11 em 1991-92 e os 12 em 1992-93 – e ajudou o Vitória
a melhorar a classificação, fechando o campeonato na 8.ª posição. Por essa
altura, começou também a ser conhecido pela agressividade, mas uma
agressividade leal, um pressing forte que buscava a recuperação da bola. “Vivi uma experiência extraordinária
em termos pessoais durante três anos, mesmo na segunda época, onde houve uma
maior dificuldade em alguns momentos. Estávamos mais a fugir à descida de
divisão, o que num clube como o Vitória
traz sempre uma paixão acrescida, as pessoas adoram futebol e vivem muito o
clube. Os adeptos apertavam connosco, mas de uma forma normal. O futebol tem
isso, paixão, emoção, o que faz com que muitas vezes se perca a racionalidade.
Em cidades que vivem o futebol com essa paixão e emotividade há sempre momentos
ou situações em que passamos por algumas experiências negativas. Vivi algumas,
mas não foi traumatizante. Sei que faz parte da nossa vida”, afirmou, em jeito
de balanço, citado no livro Paulo Bento: Um Retrato.
No verão de 1994, deu o salto
para o Benfica,
que ainda por cima era o clube do seu coração.
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