Hoje faz anos o guarda-redes do Sporting nos 3-6 e finalista da Taça por três clubes. Quem se lembra de Lemajic?
Lemajic sofreu 31 golos em 34 jogos pelo Sporting entre 1993 e 1995
Zoran Lemajic foi um dos melhores
guarda-redes do futebol português durante a primeira metade da década de 1990.
Chegou a Portugal relativamente tarde, quando já tinha 28 anos, mas foi bem a
tempo de fazer história, pois esteve em três finais da Taça
de Portugal por clubes diferentes: Farense
em 1989-90, Boavista
em 1992-93 e Sporting
em 1993-94 e 1994-95.
Depois de representar os
kosovares do Prishtina, este jugoslavo de origem montenegrina deixou os Balcãs
no verão de 1989. “Recebi um convite de um grande empresário que tinha estado
ligado ao New
York Cosmos. Tinha colocado grandes jogadores da América. Houve então a
hipótese de ir a Portugal e fui treinar ao Farense,
que estava na II Divisão. O Paco Fortes era o treinador. Gostou do que fiz e
disse-me que já não ia embora”, recordou ao Maisfutebol
em outubro de 2017. Na primeira época em Faro, subiu
à I
Divisão e ajudou os algarvios
a atingir a final da Taça
de Portugal, perdida para o Estrela
da Amadora na finalíssima. Nas duas que se seguiram, contribuiu para a
estabilização do Farense
no primeiro
escalão, com destaque para o 6.º lugar obtido em 1991-92.
Após essa temporada no Bessa,
transferiu-se na companhia do também guarda-redes Costinha para o Sporting,
que procurava um substituto para Tomislav Ivkovic. Bobby
Robson começou por apostar em Costinha, mas o sucessor Carlos Queiroz
acabou por conceder a titularidade ao montenegrino a partir de meados de
janeiro de 1994. Nessa temporada esteve na baliza leonina
nos célebres 3-6 com o Benfica.
“Há uma parte importante: sofri seis golos e não tive culpa em nenhum. Ainda
defendi quatro ou cinco. Aliás, nesse dia fui para casa tranquilo, não tive
problemas com a massa associativa. Isso é sinal que fiz um bom trabalho. Fiz o
que podia. Só não tive sorte. O João Pinto nunca mais marcou três golos na
carreira dele. Naquele jogo marcava tudo. Podia estar lá Dassaev, Buffon,
quem fosse... Perdemos por erros individuais e qualquer coisa mais. Ainda me
lembro muito bem de todos os golos. Não dá para ter pesadelos, mas é duro”,
lembrou o guardião, que também em 1993-94 ajudou os verde
e brancos a chegar ao Jamor. Voltou a sair derrotado, desta feita pelo FC
Porto, na finalíssima.
Na época seguinte manteve a
titularidade, mas perdeu-a para Costinha após a eliminação na Taça
UEFA às mãos do Real
Madrid, marcada por um lance no qual ficou mal na fotografia. Só voltou a
jogar na última jornada do campeonato e entrou a um minuto do fim na final da Taça
de Portugal, diante do Marítimo,
para, finalmente, erguer o troféu que teimava em escapar-lhe por entre os
dedos.
No verão de 1995 transferiu-se
precisamente para o Marítimo,
tendo passado um ano na Madeira antes de se mudar para a Escócia, onde terminou
a carreira, aos 37 anos, ao serviço do Dunfermline.
Após pendurar as botas tornou-se
treinador de guarda-redes, tendo trabalhado para a seleção
da Sérvia e Montenegro, o Al Ahli do Qatar, o Arsenal Tivat de Montenegro e
o Stade-Lausanne da Suíça.
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