Foi bicampeão pela Juventus e titular da seleção em dois Europeus. Quem se lembra de Dimas?
Dimas jogou 44 vezes pela seleção nacional A
Era avançado nos juniores da Académica,
mas notabilizou-se como lateral esquerdo. Nasceu na África do Sul e veio para
Portugal já com 17 anos, mas foi a tempo de ser o titular da seleção nacional
em dois Campeonatos da Europa. Desceu à II
Liga por duas vezes no início da carreira, mas conquistou dois campeonatos
de Itália
ao serviço da Juventus
no auge. Assim foi Dimas, em muitas ocasiões o único canhoto no meio de uma
geração de ouro lusitana carregada de destros.
Foi precisamente por ser
esquerdino (e alto) que Vítor Manuel viu nele condições de ser o titular do
lado esquerdo da defesa dos estudantes,
lançando-o num jogo da I
Divisão em Elvas, em setembro de 1987. “O Dimas era ponta de lança nos
juniores e, quando subiu a sénior, houve um lateral-esquerdo (salvo erro, o
Germano) que se lesionou e não tínhamos ninguém para a posição. Ele era
canhoto, alto e dono de um excelente pé esquerdo, pelo que tentámos a adaptação”,
recordou Vítor Manuel ao Record
em novembro de 2000. A briosa
até veio a descer nessa temporada, e Dimas acompanhou-a em duas temporadas na
II Divisão Nacional, mas a sua qualidade foi notada não só pelos selecionadores
da seleção olímpica (Juca) e dos sub-21 (António Oliveira) como também pelo Estrela
da Amadora, que o levou de volta para a I
Divisão em 1990-91. Na altura, os amadorenses
eram os detentores da Taça
de Portugal, o que possibilitou ao lateral esquerdo estrear-se numa
competição europeia, no caso a Taça das Taças. Porém, a temporada ficou marcada
pela despromoção à II
Liga, a segunda na jovem carreira do possante defesa (1,85 m). “O Dimas,
quando foi treinado por mim, no Estrela
da Amadora, era um miúdo, mas era um miúdo com grande aptidão para aquela
posição. Era um lateral esquerdo que subia muito bem, que aparecia de surpresa
e dispunha de uma enorme margem de progressão. Além disso, era um jovem com
muita ambição”, contou Manuel Fernandes, que o orientou na Reboleira.
A época seguinte não foi
brilhante do ponto de vista coletivo, com um 11.º lugar no segundo
escalão, mas os desempenhos de Dimas não passaram despercebidos entre os
emblemas no patamar
maior do futebol português. O Vitória
de Guimarães contratou-o no verão de 1992, por indicação de Marinho
Peres. “Fui buscá-lo ao Estrela
da Amadora para o Vitória
de Guimarães, onde, rapidamente, se tornou o melhor jogador da equipa.
Trata-se de um lateral esquerdo muito bom, daquele tipo de jogador extremamente
habilidoso. Cruza bem, tem excelente compleição física e ainda pode dar uma
ajuda no meio-campo”, recordou o técnico brasileiro.
Na Cidade Berço voltou a
destacar-se e foi transferido para o Benfica
dois anos depois, juntamente com Paulo Bento. Num ápice tornou-se no dono e
senhor do lado esquerdo da defesa benfiquista.
Só ganhou uma Taça
de Portugal (1995-96) de águia ao peito, é verdade, mas convenceu o
selecionador nacional António Oliveira a promover-lhe as primeiras
internacionalizações e a convoca-lo para o Euro 1996, tendo atuado os 90
minutos nos quatro jogos que Portugal disputou no torneio, e aguçou o apetite
dos gigantes europeus.
A Juventus
contratou-o em janeiro de 1997 e não se pode dizer que tenha sido propriamente
um flop em Turim. Disputou 57 jogos em menos de dois, 39 na condição de
titular, tendo conquistado dois títulos de Itália
(1996-97 e 1997-98). Também participou na campanha até à final da Liga
dos Campeões em 1997-98, mas não saiu do banco na final perdida para o Real
Madrid. Em outubro de 1998 foi
transferido para o Fenerbahçe,
mas a aventura em Istambul foi conturbada, apesar de ter começado bem.
Acabou a carreira, de forma
digna, no verão de 2002, após meio ano de empréstimo pelos leões
ao Marselha.
Poucos meses antes, havia somado a 44.ª e última internacionalização pela
seleção nacional A.
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