Lusitano e Vitória medem forças no Campeonato de Portugal |
Dois históricos que estão entre os
clubes mais representativos a sul do Tejo, Vitória
de Setúbal e Lusitano
de Évora somam, juntos, 86 presenças na I
Divisão, ainda que com clara superioridade dos sadinos,
que contabilizam 74 participações no primeiro
escalão, além de três Taças
de Portugal e uma Taça
da Liga no palmarés e 15 incursões nas competições europeias.
Dinis Vital (guarda-redes)
Dinis Vital |
Guarda-redes natural de Grândola,
começou a jogar no Grandolense e
foi de lá que saltou para o Lusitano
no verão de 1951, tendo contribuído para a conquista do título nacional da II
Divisão e consequente promoção ao primeiro
escalão logo na temporada de estreia.
Seguiram-se 14 temporadas
consecutivas na baliza lusitanista
na I
Divisão, marcando presença em momentos históricos como a obtenção do quinto
lugar em 1956-57 e as caminhadas até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1952-53 e 1958-59.Por outro lado, não evitou a descida à II Divisão em 1965-66. Curiosamente, nessa época… marcou um golo ao Barreirense. “O lance foi curioso. Vital pôs a bola em jogo com um longo pontapé que a levou à baliza do Barreirense. Bráulio pretendeu socá-la e deu-lhe o caminho da rede!”, descreveu o Diário de Notícias.
Além desse golo marcado, sofreu 668 em 342 partidas em quase década e meia ao serviço dos eborenses no patamar maior do futebol português. Ao longo desse percurso foi premiado com uma internacionalização pela seleção nacional “AA”, num jogo frente à Suíça em maio de 1959, depois de ter representado a equipa das quinas “B” no ano anterior.
Após a despromoção à II Divisão continuou a jogar ao mais alto nível no Vitória de Setúbal, clube pelo qual venceu uma Taça de Portugal (1966-67), foi a outra final (1967-68) e jogou nas competições europeias, tendo amealhado 124 encontros e 126 golos sofridos pelos sadinos em todas as provas entre 1966 e 1970.
Posteriormente passou por Juventude de Évora e União de Montemor antes de pendurar as luvas. Porém, a passagem pelo rival Juventude valeu-lhe a hostilidade de alguns adeptos lusitanistas.
Entretanto tornou-se treinador, tendo orientado o Lusitano em 1982-83, entre 1990 e 1992 e em 2000-01 e 2001-02.
Viria a falecer em setembro de 2014, aos 82 anos. Em jeito de homenagem, a Associação de Futebol de Évora batizou a sua Taça de futebol sénior de Taça Dinis Vital.
Morato (defesa central)
Morato |
Mais um internacional A (e B)
neste onze ideal, neste caso um defesa central campeão nacional pelo Sporting
que somou a sua única internacionalização pela seleção principal antes de
ingressar no Vitória
de Setúbal em 1963-64.
Nessa que foi a única época em
que atuou no Bonfim
somou 24 jogos e um golo (ao Seixal).Entretanto regressou ao Sporting e em 1965-66 vestiu a camisola do Lusitano de Évora, tendo atuado em onze encontros numa temporada marca pela despromoção à II Divisão Nacional e ao final de um ciclo de 14 anos no primeiro escalão.
Polido (defesa central)
Polido |
Defesa polivalente natural
de Évora e que principiou nos juniores do Lusitano,
esteve na histórica conquista do título nacional da II Divisão e consequente
promoção ao primeiro
escalão em 1952.
Seguiram-se seis anos
consecutivos como titularíssimo na última linha dos lusitanistas
no patamar
maior do futebol português, tendo feito parte de momentos como a caminhada
até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1952-53 e da obtenção do histórico quinto lugar em
1956-57.Pelo meio, jogou quatro vezes pela seleção nacional “B” entre 1955 e 1958, tendo atuado ao lado de vultos como Fernando Cabrita, Mário Coluna, Vicente Lucas e Pérides.
Após 129 jogos e três golos pelos eborenses na I Divisão transferiu-se em 1958 para o Vitória de Setúbal, tendo estado na base do período dourado dos sadinos nas décadas de 1960 e 1970. Em cinco épocas no emblema setubalense, três foram no primeiro escalão, competição na qual somou mais 82 jogos. Em 1961-62 foi ainda finalista da Taça de Portugal e na época seguinte disputou a Taça das Taças.
Soeiro (lateral direito)
Soeiro |
Jogador polivalente natural da
Moita capaz de atuar em várias posições da defesa e do meio-campo, despontou no
Moitense
antes de ser contratado pelo Vitória
de Setúbal no início da época 1944-45, tendo amealhado 15 jogos na I
Divisão ao longo de três temporadas.
Valorizado pelas boas campanhas à
beira-Sado, deu o salto para o Sporting
em 1947-48, mas uma lesão grave não o deixou mostrar o seu valor.Em 1949-50 retomou a carreira com a camisola do Torres Novas e na época seguinte iniciou um trajeto de sucesso no Lusitano de Évora, tendo feito parte da equipa que em 1951-52 conquistou o título nacional da II Divisão e garantiu a primeira presença dos eborenses no primeiro escalão.
Em três épocas ao serviço dos lusitanistas na I Divisão amealhou 23 partidas, ajudando a estabilizar a equipa no patamar maior do futebol português.
José Carlos (lateral esquerdo)
José Carlos |
Lateral esquerdo natural de São
Matias, no concelho de Beja, radicou-se bastante novo em Pinhal Novo, devido ao
facto de o seu pai ser ferroviário, acabando por iniciar o seu percurso
futebolístico nos juvenis do Pinhalnovense.
Contudo, foi no Vitória
de Setúbal que concluiu a formação e iniciou o seu percurso como sénior,
tendo atuado por nove vezes e apontado um golo ao serviço da equipa principal
dos sadinos
entre 1978 e 1980.Com pouco espaço no Bonfim, passou por Juventude de Évora e Ginásio Alcobaça antes de representar pela primeira vez o Lusitano de Évora entre 1982 e 1984, na altura para competir na II Divisão.
Do Campo Estrela saltou diretamente para a I Divisão, patamar em que jogou com a camisola de Vizela e novamente pela do Vitória de Setúbal, tendo participado em 13 jogos pelos setubalenses na época 1985-86, marcada pela primeira despromoção dos sadinos à II Divisão em mais de 25 anos.
Entretanto passou pelo Felgueiras e uma vez mais pelo Juventude de Évora antes de voltar ao Lusitano em 1990. No espaço de três temporadas amealhou 96 jogos (95 a titular) na II Divisão B, tendo contribuído para a obtenção do 4.º lugar no campeonato da Zona Sul em 1990-91. Porém, despediu-se dos eborenses com a descida à III Divisão duas épocas depois.
Teixeira (médio defensivo)
Teixeira |
Jogador polivalente, capaz de atuar
como lateral direito e médio defensivo, nasceu em Luanda, mas radicou-se em
Portugal ainda em tenra idade. Em termos futebolísticos fez a formação no Vitória
de Setúbal, tendo transitado para a equipa principal em 1982.
Embora nem sempre muito
utilizado, atuou em mais de 30 encontros oficiais até 1986 e tornou-se
internacional sub-21 e olímpico, despedindo-se do Bonfim com
uma descida à II Divisão que interrompeu uma sequência de 24 anos consecutivos
no primeiro
escalão.Seguiram-se nove anos no Belenenses, clube pelo qual viveu os melhores anos da carreira, tendo conquistado a Taça de Portugal em 1988-89 e jogado nas competições europeias.
Depois de passagens por Felgueiras e Torreense, ingressou no Lusitano de Évora no verão de 1999, aos 35 anos, tendo ajudado os eborenses a subir à II Divisão B em 1999-00, embora não tenha conseguido evitar a despromoção à III Divisão em 2000-01, despedindo-se do conjunto alentejano em meados de 2002.
Mais tarde, como treinador, orientou os lusitanistas em 2005-06 e 2009-10, em ambas as ocasiões na III Divisão Nacional.
Haveria de falecer em maio de 2017, aos 53 anos, vítima de doença prolongada.
Matine (médio defensivo)
Matine |
Médio defensivo nascido em Lourenço
Marques, que a partir de 1976 se passou a designar Maputo, chegou a Portugal
proveniente do Central de Lourenço Marques para representar o Benfica.
Após quatro temporadas na Luz,
vestiu as cores do Vitória pela
primeira vez em 1971-72, participando na memorável campanha sadina até
ao 2.º lugar no campeonato, tendo participado em 33 jogos em todas as
competições. Graças aos bons desempenhos no Bonfim,
foi chamado pelo selecionador José Augusto para representar a equipa das quinas
na Taça Independência, no Brasil, que culminou com uma derrota na final ante os
anfitriões, no Maracanã. Voltou ao Benfica na época seguinte, mas regressou a Setúbal no verão de 1973 para jogar com mais regularidade durante três temporadas, nas quais amealhou mais 92 encontros e cinco golos, tendo contribuído para a obtenção do 3.º lugar no campeonato e para a caminhada até aos quartos de final da Taça UEFA em 1973-74. Também em 1974, representou Portugal no Campeonato da Europa de sub-23.
Depois de vestir a camisola do Portimonense em 1976-77, serviu o Lusitano de Évora na época seguinte, na II Divisão Nacional, não conseguindo impedir a despromoção à III Divisão.
Miguel (médio ofensivo)
Miguel |
Interior esquerdo natural da Trafaria,
concelho de Almada, despontou nos Pescadores
da Costa de Caparica e passou por O
Elvas e Vitória
de Guimarães, ingressou no Vitória
de Setúbal no verão de 1955.
À beira-Sado viveu seis dos
melhores anos da carreira, tendo somado 117 jogos e 33 golos ao serviço dos setubalenses
na I
Divisão até 1960, ano marcada pela descida à II Divisão Nacional. Pelo meio
somou uma internacionalização pela seleção B em abril de 1958 e foi chamado por
várias vezes aos trabalhos da seleção principal.Em 1961-62 voltou à I Divisão através do Lusitano de Évora, tendo atuado em 14 jogos e marcado um golo no campeonato, encerrando a carreira em seguida.
José Luís (extremo direito)
José Luís |
Lateral/extremo nascido em Cabo Verde, baixo (1,73 m), mas bastante potente e capaz de jogar nas duas alas, entrou em Portugal como voluntário para a Marinha e começou a jogar
futebol ao serviço do União
de Montemor, tendo ainda passado pelo Juventude
de Évora antes de ingressar no Vitória
de Setúbal no verão de 1978.
Em duas temporadas no Bonfim,
nas quais atuou quase sempre como lateral esquerdo, amealhou mais de 50
encontros e um golo em todas as competições, valorizando-se ao ponto de dar o
salto para o FC
Porto.Porém, não vingou nas Antas, tendo representado a Sanjoanense antes de vestir a camisola do Lusitano de Évora em 1982-83, na altura para competir na II Divisão Nacional e ficar a um pequeno passo assegurar o regresso dos eborenses ao primeiro escalão.
Augusto Batalha (extremo esquerdo)
Augusto Batalha |
Médio esquerdo natural de Sesimbra,
começou a jogar no clube
da terra natal, de onde saltou para o Vitória
de Setúbal em 1950-51, tendo atuado em 21 jogos e apontado três golos na I
Divisão.
Valorizado pela boa campanha à
beira-Sado, deu o salto para o Benfica,
clube ao qual tinha faturado ao serviço dos sadinos.Porém, não vingou em Lisboa e reforçou o Lusitano de Évora na primeira época dos eborenses no primeiro escalão, em 1952-53.
Com uma entrada com o pé direito, marcou o primeiro golo da história do clube na I Divisão, numa vitória por 1-0 no terreno do Estoril. Mas não se ficou por aí: ao longo de oito tempos nos lusitanistas foi uma das figuras das equipas que em 1952-53 e 1958-59 atingiram as meias-finais da Taça de Portugal e que em 1956-57 alcançou um histórico quinto lugar no campeonato.
Essa temporada da melhor classificação de sempre da formação alentejana no patamar maior do futebol português foi precisamente a melhor da carreira de Augusto Batalha, que apontou 15 golos em 26 jogos entre a elite.
Após 39 remates certeiros em 114 partidas na I Divisão pelo Lusitano mudou-se em 1960 para o Estremoz, clube que ajudou a catapultar pela primeira vez para a III Divisão em 1961.
Em 1969-70 voltou aos lusitanistas para integrar a equipa técnica de Alberto Cunha.
Fernando Cruz (ponta de lança)
Fernando Cruz |
Ponta de lança de elevada
estatura (1,89 m) internacional jovem português, natural de Palmela e formado
no Vitória
de Setúbal, transitou para a equipa principal em 1979-80.
Na primeira passagem pela equipa
principal dos sadinos,
de três anos e meio, amealhou cerca de 90 encontros e 12 remates certeiros.Valorizado pelas boas campanhas no Bonfim, deu o salto para o Sporting, mas nunca se impôs em Alvalade, tendo regressado aos vitorianos no verão de 1985. Apesar de uma boa época a nível individual em 1985-86, não conseguiu impedir a despromoção à II Divisão Nacional. Contudo, na temporada seguinte ajudou os setubalenses a regressar ao primeiro escalão. Nesta segunda passagem pelo Vitória, totalizou cerca de 45 jogos e 12 golos.
Seguiram-se passagens por Farense, Sp. Espinho, União da Madeira, Louletano e Atlético antes de ingressar no Lusitano de Évora na segunda metade da temporada 1994-95, numa altura em que já tinha 32 anos, não conseguindo impedir a despromoção à III Divisão.
János Biri (treinador)
János Biri |
Treinador húngaro que guiou o Benfica
à conquista de três campeonatos e outras tantas Taças
de Portugal durante o início da década de 1940, ingressou no Vitória
de Setúbal em 1952-53, depois de passagens também por Boavista,
Académico
do Porto, Estoril,
Vitória
de Guimarães e Atlético.
Depois de guiar os sadinos
a um 6.º lugar na I
Divisão em 1952-53, na época seguinte foi o homem do leme na caminhada até
à segunda final da Taça
de Portugal da história do clube, que ficou marcada por uma derrota
controversa às mãos do Sporting,
pois os setubalenses
alegaram que o golo decisivo foi marcado em fora de jogo evidente. Por sentirem
que os jogadores dignificaram o clube e foram prejudicados no Jamor, os sócios
e adeptos receberam a equipa em festa em Setúbal, mandaram fazer na Ourivesaria
Pedroso um troféu ao qual chamaram Taça Recompensa e entregaram-no àqueles que
consideraram ser os justos vencedores da final.János Biri haveria de ficar à beira-Sado até 1955, quando se mudou para o Oriental, tendo depois passado por Oriental, Lusitânia dos Açores e Académica antes de assumir pela primeira vez o comando técnico do Lusitano de Évora em 1959-60, tendo ajudado os eborenses a assegurar a permanência.
Na temporada seguinte voltou ao Vitória, tendo sido um dos treinadores que orientou os sadinos na época marcada pela subida à I Divisão e por nova caminhada até à final da Taça de Portugal, 1961-62. No entanto, nessa temporada também passou algum tempo a comandar o Lusitano.
Depois de uma passagem pelo Vila Real, regressou aos lusitanistas em 1965-66, mas desta feita sem sucesso, uma vez que não conseguiu impedir a despromoção à II Divisão que interrompeu um ciclo de 14 épocas consecutivas no primeiro escalão.
Falta aí Vitor Martelo que foi o melhor marcador nos juniores do Vitória
ResponderEliminarno ano 2011 salvo erro, obrigado.
Com todo o respeito, mas com vários jogadores que jogaram tanto nos seniores do Vitória como do Lusitano, todos na I Divisão, nem sequer equacionei esse nome para compor este onze ideal
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