Chelsea,
Manchester
City e
Paris
Saint-Germain passaram, nas duas últimas décadas, de clubes de pouca
relevância nacional e internacional para crónicos candidatos ao título europeu.
Os
londrinos,
que dos três são hoje os que estão mais longe dos melhores dias, contam já com
duas orelhudas no palmarés desde que o magnata russo Roman Abramovich se tornou
proprietário em 2003. Os
citizens
já conquistaram uma
Champions
e atingiram outra final desde que a propriedade passou para Sheikh Mansour, dos
Emirados Árabes Unidos, em 2008. Por sua vez, os
parisienses
têm o fundo governamental qatari Qatar Sports Investments como acionista
maioritário desde 2011, chegaram a uma final da
Liga
dos Campeões e têm dominado o futebol francês.
É inegável que, sem as injeções
de capital de que têm sido alvo, dificilmente se teriam tornado em clubes tão bem-sucedidos
como são hoje. Além da vertente desportiva, estão entre os mais seguidos nas
redes sociais, enchem constantemente estádios, são continuamente convidados
para digressões noutros continentes e têm (ou tinham) no seu plantel ídolos à
escala planetária.
Esse crescimento, como não foi à
base da força da massa associativa aliada a uma gestão competente de dirigentes
não profissionais, é tido como um crescimento artificial. E estes clubes são
repetidamente catalogados como “novos ricos” e criticados por não terem
história.
A questão é que muitos dos clubes
que hoje têm uma história rica são, na verdade, velhos ricos, que também
tiveram o tal crescimento artificial, mas numa altura em que não havia a
globalização que há hoje, num período em que existiam barreiras burocráticas que
vieram a ser quebradas com a criação da União Europeia e a implementação da Lei
Bosman. Se tivermos em conta estes fatores, a inflação, o surgimento da
televisão por cabo e a modernização e rentabilização de competições como o caso
da
Liga
dos Campeões, que deixou de acolher somente os campeões para receber
sobretudo os melhores,
Chelsea,
PSG
e
City
são apenas versões modernas do que sempre existiu.