O Sporting foi hoje à Suiça vencer o FC Zurique por 2-0, em jogo de abertura da Fase de Grupos da Liga Europa.
O FC Zurique apresentou a seguinte equipa: Johnny Leoni; Raphael Koch, Mathieu Béda, Jorge Teixeira e Ricardo Rodriguez; Marco Schönbächler (Nikci), Oliver Buff (Margairaz), Chikhaoui (Chermiti) e Gajic; Admir Mehmedi e Alexandre Alphonse.
Já o Sporting: Rui Patrício; João Pereira, Rodríguez, Onyewu e Insúa; Pereirinha, Rinaudo e Schaars; André Carrillo (André Santos), Van Wolfswinkel (Diego Rubio) e Diego Capel (Evaldo).
Domingos Paciência não inventou e manteve praticamente o mesmo «onze» que começou o jogo em Paços de Ferreira, no entanto, por força de já ter jogado pelo Atlético Madrid esta época o internacional brasileiro Elias não pode jogar e entra na equipa inicial Carrillo, fazendo recuar Pereirinha para médio interior. Esperava-se que fosse Izmailov a substituir o brasileiro, no entanto, o russo nem apareceu nos 18 convocados, possivelmente devido a lesão. Wolfswinkel, que resolveu o jogo da Mata Real, vai ser titular, roubando o lugar a Bojinov.
Do Zurique, pouco ou nada tenho a dizer sobre esta equipa totalmente desconhecida para mim.
O jogo começou equilibrado, com as equipas a encaixarem uma na outra, no entanto, o Sporting cedo abriu o marcador. Livre de Schaars a meio do meio-campo do Zurique, e Insúa responde com um bom cabeceamento à entrada da área para fazer o 0-1, estavam decorridos três minutos.
O jogo manteve-se equilibrado, no entanto, com o Sporting a dar sinal mais, a manter-se por cima do jogo, com mais posse de bola, e maior volume de jogo ofensivo, e foi com alguma naturalidade que chegou ao 0-2 aos 20’. Grande combinação de Schaars com Insúa no flanco esquerdo, com o argentino a centrar rasteiro para uma conclusão à ponta-de-lança de Wolfswinkel. Foi a segunda assistência do ex-Liverpool para o avançado holandês em dois jogos, provavelmente, foram tantas as assistências para golo que Insúa fez em dois jogos do que Evaldo desde que pertence ao Sporting.
Pelo meio, assistimos a um “deja-vú” do jogo da Mata Real, com Onyewu a cortar uma bola que Rui Patrício veio a agarrar. O árbitro entendeu que foi atraso e foi marcado mais um livre indirecto, no entanto, Rodríguez, lateral-esquerdo do Zurique, enviou a bola ao ferro.
A partir daí, o Sporting começou a gerir o jogo, com muita posse de bola entre os homens da defesa e do meio-campo, de forma a fazer os suíços correrem atrás da bola, gerir o esforço e aproveitar qualquer erro de marcação dos homens do Zurique para lançar mais um ataque.
Os helvéticos tiveram as suas oportunidades, aproveitando alguns passes errados da defesa e meio-campo leoninos, no entanto, não conseguiram marcar. O mesmo para o Sporting, que também esteve perto do 0-3, com um remate de Capel a resultar numa grande defesa de Leoni.
A equipa portuguesa ía assim para intervalo com um resultado muito conveniente, no entanto, ao mesmo tempo perigoso e fácil de contornar.
Na segunda parte o Zurique entrou forte, povoou mais o meio-campo sportinguista, impediu as trocas de bola entre a defesa e o meio-campo do Sporting, que não estava a conseguir fazer chegar o jogo aos homens da frente.
No entanto, Domingos lê bem o jogo e tira Carrillo para fazer entrar André Santos, Pereirinha ocupa o lugar do peruano mas ocupa uma posição mais interior e o Sporting ganha logo capacidade de posse de bole, e a partir daí consegue ter mais bola, consegue construir mais jogo e foi a partir desse momento que conseguiu criar algumas oportunidades na segunda parte, sobretudo com a entrada do mais tecnicista Rubio para a saída do mais posicional Wolfswinkel.
Capel também acabou por sair para entrar Evaldo, para ajudar a dificultar os ataques suíços, a missão dos jogadores que entraram na segunda parte foi cumprida e a vitória ficou cada vez mais próxima, apenas à distância do apito final para ficar confirmada.
No entanto, nos segundos 45 minutos o Zurique pregou alguns sustos, especialmente com dois remates ao jogo, o primeiro por Mehmedi e o segundo por Ricardo Rodríguez, na conversão de um livre directo.
Analisando tacticamente o jogo, penso que Domingos acertou no «onze», sem Jeffren e Izmailov a opção por Carrillo foi bem tomada, e embora não se mostrasse muito explosivo, parece ter mais qualidade técnica do que Yannick Djaló, e como muito novo que é, com maior entrosamento, adaptação e progressão pode-se vir a tornar uma mais-valia.
A defesa esteve bem, não sofreu golos, no entanto, ainda apanhou uns sustos desnecessários. Quem ganhou o lugar é Insúa, que defende bem, mas é a atacar que mais se tem revelado, com um golo na partida de hoje, mas especialmente já soma duas assistências em dois jogos com a camisola do Sporting. Era o lateral que a equipa precisava para o lado esquerdo.
No meio-campo, a meu ver Rinaudo foi o melhor em campo indiscutivelmente! O homem recuperou bolas, teve uma eficácia de passe a rondar os 100%, e destruiu ataques e contra-ataques onde eles devem ser destruídos, logo no inicio, ainda no meio-campo defensivo dos adversários. Schaars fez uma das melhores exibições de leão ao peito, estando nos dois golos, no entanto ainda falhou muitos passes. Pereirinha esteve bem, Capel continua a ser uma unidade importante a causar desequilíbrios, mas pessoalmente penso que agarra-se demasiado à bola e vai demasiadas vezes para cima dos defesas em vez de procurar ir para os flancos fugir deles e tentar cruzamentos. Já Wolfswinkel cumpriu o seu papel.
Quanto aos helvéticos, provaram que as equipas da Suiça já começam a ganhar estatuto no futebol europeu e mostraram argumentos, criaram situações de golo, no entanto, insuficientes para bater hoje o Sporting.
Destaco os tunisinos da frente (que têm muito boa capacidade técnica e física) e o lateral Rodríguez, que é um bom lateral, tem muita raça, é forte na cobrança de livres e tem uma enorme margem de progressão, porque tem apenas 19 anos, não me admirava se ouvisse falar dele nu grande clube futuramente.
No outro jogo do grupo, o FC Vaslui (Roménia) foi a Itália empatar com a Lazio por 2-2.