Os 10 jogadores mais valiosos que ainda podem optar pela seleção de Angola

Lista de futebolistas avaliada num total de 120,5 milhões de euros

Ainda era uma colónia portuguesa quando Angola começou a produzir futebolistas talentosos. Peyroteo, Iaúca, Jorge Mendonça, José Maria, Jacinto João, Rui Jordão, Dinis, Seninho, Jorge Plácido, Paulo Madeira, Filipe Ramos, Hélder Cristóvão, Cabral e Luís Vidigal foram alguns desses casos.

Mas desde que se tornou país independente a 11 de novembro de 1975 que tem escrito a sua própria história no futebol, tendo marcado presença em oito fases finais da Taça das Nações Africana (CAN) e participado no Campeonato do Mundo de 2006, o feito máximo alcançado pelos palancas negras. Mantorras, Akwá, Flávio, Gilberto, Love Cabungula, Yamba Asha, Kali, André Macanga, Mateus, Job, António Neto, Manucho, Paulão e Gelson Dala são alguns dos principais nomes que vestiram (ou ainda vestem) a camisola da seleção angolana.

Ao longo de décadas, a equipa nacional de Angola tem sido prejudicada pelo facto de alguns futebolistas nascidos no país ou com ascendência angolana terem optado por representar outras seleções. Porém, há um luxuoso lote de craques que a breve prazo poderão vir a representar os palancas negras. 

Vale a pena conhecer a lista dos 10 jogadores mais valiosos que se poderão tornar internacionais por Angola. No total, estão avaliados em 120,5 milhões de euros.

10. Julien Ponceau (2 milhões de euros)

Julien Ponceau

Julien Ponceau nasceu a 28 de novembro de 2000 em Catumbela, na província de Benguela. Filho de mãe angolana e pai francês, foi viver para França em tenra idade, tendo percorrido as camadas jovens de Saint-Évarzec (2006–2013), Concarnoise (2013–2015) e Lorient (2015–2018).

Paralelamente, tornou-se internacional francês pelas seleções jovens, desde os sub-18 aos sub-20. No ano passado, este médio centro participou no Campeonato da Europa de sub-19, no qual a França foi semifinalista.

Depois de na temporada transata ter atuado em 28 jogos pela equipa principal do Lorient, que milita na II liga francesa, nesta época está a sentir mais dificuldades em afirmar-se, uma vez que apenas disputou dois jogos.

9. Manuel Benson (3 milhões de euros)

Manuel Benson

Filho do antigo futebolista angolano Jorge Hedilazio, que fez carreira no futebol belga, Manuel Benson nasceu na Bélgica, mais precisamente em Lokeren, a 28 de março de 1997. E é nesse país que tem feito todo o seu trajeto no futebol.

Passou pela formação de Lokeren, Anderlecht e Lierse, tendo feito a estreia no futebol profissional na I liga belga em 2014, tendo descido de divisão na primeira época esteve efetivamente no plantel principal. Porém, os bons desempenhos na II liga daquele país captaram a atenção do Genk, que na época passada lhe possibilitou a estreia nas competições europeias.

Entretanto esteve emprestado ao Mouscron e no arranque desta temporada transferiu-se para o Antuérpia, apesar de a 20 de julho ter ajudado o Genk a conquistar a Supertaça da Bélgica.

Benson é também internacional pela Bélgica nos escalões de sub-19 e sub-21.

8. Lucas João (3,5 milhões de euros)

Lucas João

Lucas João nasceu em Lisboa a 4 de setembro de 1993 e cresceu em Almada, mas tem pais angolanos. Depois de ter feito grande parte da formação no Beira-Mar Almada, deu o salto para o Nacional da Madeira ainda júnior. No primeiro ano de sénior foi cedido ao Mirandela, na II Divisão B, marcou golos em catadupa, o que lhe valeu o regresso à Choupana e as chamadas às seleções sub-20 e sub-21 de Portugal.

Apesar de uma primeira época com dificuldades de afirmação nos insulares, explodiu em 2014-15 às ordens de Manuel Machado e foi convocado pela primeira vez para a seleção principal portuguesa para um jogo particular diante de Cabo Verde a 31 de março de 2015, mas não saiu do banco.

A estreia pela principal equipa das quinas, porém, demorou menos de oito meses, pois o avançado foi convocado e utilizado nos jogos particulares diante de Rússia e Luxemburgo, já depois de se ter transferido para os ingleses do Sheffield Wednesday. No entanto, como esses dois encontros não eram oficiais, Lucas João ainda está apto para representar Angola.

Há quatro anos e meio na II liga inglesa, patamar em que leva quase 150 jogos e mais de 30 golos, distribuídos por Sheffield Wednesday, Blackburn Rovers e Reading, clube para o qual se mudou no início desta temporada.

7. Aurélio Buta (4 milhões de euros)

Aurélio Buta

Aurélio Buta nasceu a 10 de fevereiro de 1997 em Luanda, mas foi muito novo para Portugal. Começou a jogar no Recreio de Águeda, passou pelo Beira-Mar e deu o salto para o Benfica no segundo ano de iniciado, em 2011. De águia ao peito conquistou o título nacional de iniciados e concluiu a formação, equipa B incluída.

Em julho de 2017 foi chamado por Rui Vitória para fazer parte da pré-época na equipa principal, tendo disputado jogos frente a Betis, Hull City e Arsenal. No entanto, nesse mesmo verão foi cedido ao Antuérpia e desde então que joga no clube que milita na I liga belga e que lhe possibilitou a estreia nas competições europeias.

Defesa ou extremo direito, soma 57 internacionalizações pelas seleções jovens portuguesas, dos sub-16 aos sub-20, mas ainda assim está elegível para jogar por Angola.

6. Rafael Camacho (4 milhões de euros)

Rafael Camacho

Filho do antigo basquetebolista angolano Euclides Camacho, que representou o 1º de Agosto, Interclube e Petro de Luanda, Rafael Camacho é natural de Vila Franca de Xira e deu os primeiros toques na bola ao serviço dos traquinas do Sporting. Quando subiu a iniciado rumou ao Manchester City, mas dois anos depois regressou a Portugal para reforçar os juvenis do Real Sport Clube.

No entanto, em 2016 voltou a Inglaterra para representar o Liverpool, tendo passado três épocas no emblema de Anfield. A 7 de janeiro de 2019, quando ainda tinha 18 anos, estreou-se pela equipa principal, tendo atuado 90 minutos às ordens de Jurgen Klopp na visita ao Wolverhampton, em partida da Taça de Inglaterra. 12 dias depois, estreou-se na Premier League num triunfo tangencial, em casa, sobre o Crystal Palace.

Apesar do início prometedor nos reds ainda em idade de júnior, o extremo decidiu voltar a Portugal, aos 19 anos, novamente para vestir a camisola do Sporting. Aos poucos, vai ganhando o seu espaço em Alvalade.

Paralelamente, Rafael Camacho tem feito um percurso nas seleções jovens português, tendo já amealhado 37 internacionalizações, desde os sub-16 aos sub-20. Porém, a qualquer momento poderá optar por representar Angola.

5. Hélder Costa (12 milhões de euros)

Hélder Costa

Hélder Costa nasceu em Luanda a 12 de janeiro de 1994, mas emigrou bastante cedo para Portugal. A sua formação foi feita exclusivamente no Benfica, tendo conquistado dois títulos nacionais de iniciados, um de juvenis e outros de juniores. Só faltou mesmo sagrar-se campeão da I Liga, mas o único jogou que efetuou pela equipa principal foi na fase de grupos da Taça da Liga, em janeiro de 2014, contribuindo durante 13 minutos em campo para a vitória nesse jogo.

Em janeiro de 2015 foi emprestado aos espanhóis do Deportivo da Corunha e meio ano depois aos franceses do Mónaco, mas só saiu a título definitivo no verão de 2016, rumo aos ingleses do Wolverhampton. Na primeira época brilhou ao apontar 12 golos, na segunda venceu o Championship e na terceira fez estreia na Premier League e pela seleção portuguesa, mas foi perdendo influência e por isso está desde o início desta temporada cedido ao Leeds, do segundo escalão inglês.

Embora tenha somado 62 internacionalizações pelas seleções portuguesas, incluindo uma pela seleção AA, ainda pode representar Angola, uma vez que o único jogo que disputou pela principal equipa das quinas foi num encontro particular em outubro de 2018, diante da Escócia, no qual até apontou um golo.

4. Danny da Costa (15 milhões de euros)

Danny da Costa

Filho de pai angolano e mãe congolesa, Danny da Costa nasceu em Neuss, no oeste da Alemanha, a 13 de julho de 1993. E é em solo germânico que tem feito todo o seu percurso de vida e de carreira. Começou por jogar nas camadas jovens do Winfriedia Mülheim, depois nas do Bayer Leverkusen.

Em dezembro de 2010, ainda com 17 anos, estreou-se pela equipa principal do Bayer Leverkusen, mas nunca se afirmou no clube, tendo sido emprestado entre 2012 e 2014 ao Ingolstadt, emblema pelo qual haveria de assinar em definitivo após o período de empréstimo.

A qualidade exibicional exibida durante a estadia na formação do sul da Alemanha, ainda que atrapalhada por uma fratura da tíbia que o afastou dos relvados durante cerca de um ano, levou a que o Bayer Leverkusen tivesse acionado a cláusula de recompra no verão de 2016.

Porém, o lateral direito voltou a não se afirmar na BayArena e por isso na temporada seguinte transferiu-se para o Eintracht Frankfurt, clube pelo qual é titular indiscutível e conquistou a Taça da Alemanha em 2017-18.

Paralelamente, Danny da Costa percorreu as seleções jovens da Alemanha, desde os sub-17 aos sub-21, mas como não foi utilizado pelos AA, ainda está elegível para representar Angola. Em julho de 2014, chegou mesmo a ser convocado para a seleção angolana, mas essa possibilidade acabou por ser declinada na altura.

3. Florentino Luís (20 milhões de euros)

Florentino Luís

Florentino Luís nasceu em Lobito, na província angolana de Benguela, mas foi bastante jovem para Portugal e começou por jogar futsal no Tercena, na zona norte do concelho de Oeiras. Em 2009 mudou-se para o futebol, para o vizinho Real SC, e um ano bastou para captar o interesse do Benfica.

Desde 2010 que este médio defensivo está ligado às águias, tendo conquistado títulos nacionais em iniciados, juniores e seniores e, paralelamente, vencido dois Campeonatos da Europa pelas seleções jovens, em 2016 (sub-17) e em 2018 (sub-19). É, por isso, uma das bandeiras da geração portuguesa de 1999. tendo nascido a 19 de agosto desse ano.

Depois de mais 70 jogos pela equipa B, foi promovido ao plantel principal dos encarnados por Bruno Lage e tornou-se uma pedra basilar na equipa, ainda que recentemente tenha vindo a perder espaço para Gabriel e Taarabt.

Também é opção regular da seleção de sub-21, dando continuidade a um trajeto de quinas ao peito iniciado nos sub-15 e que já conta com 74 internacionalizações. Porém, como ainda não representou os AA, ainda está elegível para jogar por Angola.

2. Rafael Leão (22 milhões de euros)

Rafael Leão

Rafael Leão é filho de angolanos, mas nasceu a 10 de junho de 1999 em Portugal, mais precisamente em Almada, e deu os primeiros toques na bola ao serviço do Amora, mas em 2007-08 mudou-se para o Foot 21, na Damaia. Num ápice, saltou para o Sporting, apesar da cobiça do Benfica, tendo feito praticamente toda a formação no emblema de Alvalade, pelo qual conquistou os títulos nacionais de juvenis e juniores.

Em 2016 sagrou-se campeão europeu de sub-17 e no ano a seguir estreia-se pela equipa B e pela equipa principal, tendo marcado na estreia, num jogo diante do Oleiros para a Taça de Portugal.

No final da época 2017-18 alegou justa causa para rescindir unilateralmente com os leões na sequência da invasão à Academia do clube, em Alcochete, e assinou pelos franceses do Lille. Após ter sido uma das revelações da liga francesa, transferiu-se para o AC Milan, onde está a sentir algumas dificuldades em afirmar-se.

Presença assídua nas convocatórias da seleção portuguesa de sub-21, soma 55 internacionalizações pelas jovens equipas das quinas. Mas tal como Florentino, ainda pode ser chamado para vestir a camisola dos palancas negras.

1. Eduardo Camavinga (35 milhões de euros)

Eduardo Camavinga

Eduardo Camavinga nasceu a 10 de novembro de 2002 em Miconge, na província de Cabinda, e tem dupla nacionalidade congolesa, mas foi viver para França aos dois anos, tendo obtido a cidadania francesa em novembro de 2019.

Em solo francês começou por jogar nas camadas jovens do Drapeau-Fougères (2008-2013), tendo rumado depois ao Rennes, clube em que ainda hoje permanece. Em dezembro de 2018, este médio defensivo assinou o seu primeiro contrato profissional, tornando-se o mais jovem futebolista profissional de sempre do emblema gaulês, com 16 anos e um mês. Porém, a estreia só aconteceu quatro meses depois, tornando-se no primeiro jogador nascido em 2002 a jogar num dos cinco principais campeonatos europeus, aos 16 anos, quatro meses e 27 dias.

No arranque desta temporada, estabeleceu-se como titular indiscutível no Rennes às ordens do jovem treinador Julien Stéphan, foi eleito melhor em campo na vitória sobre o PSG em agosto e venceu o prémio de jogador do mês da liga francesa nesse mês, tornando-se o mais jovem futebolista da história a receber essa distinção.

Entretanto, Camavinga estreou-se pela seleção gaulesa de sub-21 a 15 de novembro de 2019 mas, ainda assim, mantém-se como elegível para representar Angola.