Leo Chão busca afirmação em Santarém com um treinador que o conhece bem

Leo Chão é reforço da União de Santarém para 2021-22

Ainda que não tivesse sido titular indiscutível num Louletano que nem sequer se apurou para a Liga 3, tendo começado de início apenas 13 dos 24 que disputou no Campeonato de Portugal e apontado somente três golos na época passada, Leo Chão viu o seu potencial reconhecido pela União de Santarém. Talvez não por acaso, no emblema scalabitano reencontrou Acácio Santos, treinador com o qual já tinha trabalhado no Vitória de Setúbal em 2019-20, numa altura em que o técnico era adjunto de Sandro Mendes na equipa principal.

 

Precisamente nessa temporada, o agora médio ofensivo/extremo da formação ribatejana explodia na Liga Revelação, apresentando um futebol que reclamava oportunidades no plantel principal dos vitorianos, na altura ainda a militar na I Liga.

 

Às ordens de Chiquinho Conde dos sub-23 setubalenses, Leo Chão sobressaía dos demais pela preponderância que tinha na manobra ofensiva da equipa, aparecendo um pouco por todo o lado no último terço do terreno para aproximar o conjunto sadino do golo.

 

Embora no desenho tático pudesse aparecer à direita, (a maior parte das vezes) à esquerda ou ao meio, era-lhe concedida uma grande liberdade de movimentos, de forma a que o seu talento não ficasse limitado a apenas uma zona do campo. Vagabundeava um pouco pelos três corredores para que os colegas pudessem usufruir de mais uma solução de passe e para que a formação vitoriana pudesse contar na zona da bola com a sua qualidade de definição das jogadas. 

 

Com a camisola verde e branca na Liga Revelação, era ele e mais dez – ou ele, o guarda-redes João Valido e mais nove. Era ele quem envergava a braçadeira de capitão, quem levava a equipa para a frente através do passe ou da condução de bola e que definia com critério e qualidade nos derradeiros 40 metros.

 

Em 2018-19 amealhou nove golos e foi o segundo melhor marcador da equipa atrás de Allef (12) e na época que se seguiu somou dez remates certeiros, tendo sido apenas superado entre os sadinos pelo moçambicano Kamo-Kamo (12), mas é redutor olhar apenas para as estatísticas dele. Era dos pés de Leo Chão que a qualquer momento podia sair um remate fulminante, um último passe letal ou simplesmente uma cavalgada de vários metros pelo meio-campo ofensivo. Um autêntico perigo à solta.

 

 

Internacional sub-16 e sub-20 pelas seleções portuguesas, integrou os trabalhos de pré-época da equipa principal do Vitória e participou num jogo da Taça de Portugal, no terreno do Águias do Moradal, e outro no campeonato, frente ao Sporting, ao longo da temporada 2019-20.

 

Contudo, após a despromoção administrativa dos sadinos ao Campeonato de Portugal, Leo Chão mudou-se de forma algo surpreendente para o Louletano, onde teve a primeira prova de fogo num contexto de futebol sénior. Não brilhou, é verdade, mas também não foi propriamente uma desilusão. Tem 22 anos, grande margem de progressão e um talento que não deixa margem para dúvidas. A União de Santarém soube ver isso e poderá colher frutos em 2021-22 na estreia da recém-criada Liga 3.