terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Os 10 clássicos mais marcantes entre FC Porto e Vitória de Guimarães

FC Porto e Vitória de Guimarães defrontaram-se mais de 170 vezes
Há muito que os jogos entre FC Porto e Vitória de Guimarães ganharam o estatuto de clássico de futebol português. Afinal, ambos já se defrontaram em mais de 170 ocasiões, incluindo duas finais da Taça de Portugal e três decisões da Supertaça Cândido de Oliveira.
 
Os primeiros confrontos oficiais remontam a 1939, quando as duas equipas se defrontaram nos oitavos de final da edição inaugural da Taça de Portugal, mas foi a partir do final da década de 1980 que os clássicos entre dragões e vimaranenses começaram realmente a fazer faísca.
Entre tantos duelos, vale a pena ver aqui a nossa seleção dos dez mais marcantes, por ordem cronológica.
 
 
14 de maio de 1939 – Taça de Portugal (segunda-mão dos oitavos de final)
Ainda o Vitória não se tinha estreado na I Divisão quando os dois clubes se defrontaram pela primeira vez na história, na edição inaugural da Taça de Portugal.
Os dragões tinham acabado de se sagrarem campeões nacionais, mas na primeira-mão dos oitavos de final foram derrotados no Campo do Benlhevai pelos vimaranenses, então a militar no segundo escalão, por 3-2.
A tarefa dos azuis e brancos parecia estar complicado, mas os portistas ligaram o descomplicómetro e golearam por 11-1. Pinga (dois), Carlos Nunes (dois), António Santos (quatro), Lopes Carneiro, Reboredo e Costuram marcaram para o FC Porto, enquanto Rodrigues apontou o tento de honra do Vitória.
A par dos 10-0 impostos pelo emblema da Invicta ao de Guimarães em 1944-45 e 1953-54, em jogos da I Divisão, foi a maior goleada de sempre em encontros entre os dois clubes.
 
 
19 de junho de 1988 – Taça de Portugal (final)
Pela quarta vez na final da Taça de Portugal, o Vitória procurava erguer finalmente um troféu que o FC Porto já tinha conquistado por cinco ocasiões.
Os dragões de Tomislav Ivic, que um ano antes se tinham sagrado campeões europeus, impuseram-se na segunda parte, com os dos Jaimes a construírem o golo solitário aos 82 minutos: Pacheco na assistência, Magalhães no remate certeiro.
 
 
 
11 de setembro de 1988 – I Divisão (4.ª jornada)
Um jogo que marcou o início de uma carreira, talvez até de uma era.
Em vésperas da deslocação a Guimarães, o FC Porto tinha o guarda-redes habitualmente titular, Mlynarczyk, a contas com uma lesão. Já o habitual suplente, Zé Beto, tinha um processo disciplinar e esteve desaparecido, apesar de os dirigentes portistas o terem tentado contactar.
Assim sendo, saltou para a baliza dos dragões um jovem de 18 anos chamado Vítor Baía, em estreia absoluta pela equipa sénior. “Apesar de verem em mim um potencial extraordinário, não deixava de ser um miúdo de 18 anos, ainda por cima num estádio como o do Vitória de Guimarães, com um daqueles ambientes complicados. A cara dos meus colegas da defesa era quase de pânico, mas era um pânico que compreendi. Felizmente, o jogo correu-me bem”, assumiu ao jornal O Jogo em 2018.
Na estreia do lendário guardião, Vitória e FC Porto empataram a um golo na Cidade Berço. António Sousa abriu o ativo para os azuis e brancos aos 55 minutos, mas o brasileiro Germano bateu Baía e restabeleceu a igualdade aos 81’.
 
 
 
19 de outubro de 1988 – Supertaça Cândido de Oliveira (segunda-mão)
Nove anos depois, um clube fora do círculo dos três grandes arrecadou a Supertaça.
O então finalista vencido da Taça de Portugal, o Vitória de Guimarães, venceu em casa os dragões de Quinito por 2-0, com golos do brasileiro Décio (40') e do zairense N'Dinga (51').
Na segunda mão, o empate a zero nas Antas possibilitou aos minhotos comandados pelo brasileiro Geninho conquistar o troféu, levantado pelo capitão Nando.
Foi o primeiro título oficial da história dos vimaranenses e a quarta e a última vez que uma equipa que disputou a prova por ser finalista vencido da Taça conseguiu conquistar a Supertaça.
 
 
 
 
2 de abril de 1995 – I Divisão (27.ª jornada)
Um jogo marcante pelo que aconteceu antes e durante o jogo, mas também pelas consequências futuras.
Antes do apito inicial, as claques Insane Guys e Super Dragões invadiram o relvado e envolveram-se em confrontos, o que levou os jogadores de ambas as equipas a entrarem em campo de mãos dadas num apelo à paz.
Quanto ao encontro, um grande Vitória, orientado por Quinito e com craques como Pedro Barbosa e Zahovic no onze, causou grandes dificuldades ao FC Porto de Bobby Robson, mas os azuis e brancos tiveram estrelinha de campeão. A meio da segunda parte, um passe de Latapy colocou Domingos na cara de Nuno Espírito Santo e o avançado portista picou subtilmente a bola por cima do guarda-redes vimaranense, fazendo-a entrar no interior da baliza (66’).
O triunfo, num terreno dificílimo, permitiu aos dragões manter os quatro pontos de vantagem sobre o Sporting e assim ficar mais perto daquele que seria o primeiro título do pentacampeonato.
 
 
 
22 de maio de 2011 – Taça de Portugal (final)
A época de 2010-11 foi quase perfeita para o FC Porto, que venceu o campeonato sem derrotas – festejando na Luz -, conquistou a Liga Europa e, no derradeiro jogo da temporada, ganhou a Taça de Portugal com uma goleada no Jamor, naquela que foi a final com mais golos desde 1964.
A jogar a sua quinta final, o Vitória de Manuel Machado foi impotente para evitar a avalanche ofensiva dos azuis e brancos de André Villas Boas, embora tivessem conseguido responder bem aos dois primeiros golos.
Depois de James Rodríguez ter inaugurado o marcador para os dragões aos três minutos, um autogolo de Álvaro Pereira deixou o resultado empatado aos 20’. Na resposta Varela recolocou os dragões em vantagem (21’), mas Edgar Silva igualou o encontro de imediato (23’).
Porém, até ao intervalo Rolando (35’), Hulk de canto direto (42’) e James (45+2’) construíram a goleada azul e branca e no segundo tempo James completou o hat trick, fechou as contas (73’) e garantiu definitivamente a 16.ª Taça de Portugal ao emblema da Invicta. Pelo meio, o guarda-redes portista Beto travou um penálti de Edgar Silva (45+1’).
 
 
 
7 de agosto de 2011 – Supertaça Cândido de Oliveira
Menos de três meses depois da goleada do Jamor, as duas equipas defrontaram-se em Aveiro e proporcionaram um encontro bem mais equilibrado.
Já com Vítor Pereira e sem André Villas Boas no comando técnico e com um onze no qual não constavam habituais titulares como Álvaro Pereira, Fernando e Falcao, os azuis e brancos contaram com um herói inesperado para garantir a sua 18.ª Supertaça: Rolando.
O defesa central internacional português apontou os dois golos do FC Porto (4 e 41 minutos), ambos a passe de Hulk – o primeiro dos quais de letra. Pelo meio, Toscano marcou para o Vitória de Manuel Machado, de cabeça, na sequência de um canto executado na esquerda por Barrientos (33’).
 
 
 
10 de agosto de 2013 – Supertaça Cândido de Oliveira
Se em 2011 foi Vítor Pereira a estrear-se no comando técnico do FC Porto com a conquista de uma Supertaça diante do Vitória de Guimarães, dois anos depois foi a vez de Paulo Fonseca começar a aventura no Dragão com o pé direito, frente ao mesmo adversário, novamente em Aveiro.
A vitória que daria a 20.ª Supertaça aos azuis e brancos começou a ser construída logo aos cinco minutos, quando Lucho ofereceu o 1-0 a Licá. Ainda na primeira parte, Jackson Martínez aumentou a vantagem após cruzamento de Varela (17’) e Lucho sentenciou o resultado após o guarda-redes Nilson e o lateral Pedro Correia não terem conseguido afastar a bola da baliza vimaranense (45’).
 
 
 
17 de janeiro de 2016 – I Liga (18.ª jornada)
O FC Porto vivia tempos conturbados. Julen Lopetegui tinha deixado o comando técnico e a imprensa apontava que o favorito para lhe suceder no cargo era precisamente o treinador do Vitória de Guimarães, Sérgio Conceição, enquanto Rui Barros desempenhava a função interinamente. Por isso, teorias da conspiração de alegado facilitismo dos vimaranenses e azuis e brancos começaram a propagar-se entre cartilheiros e redes sociais.
No entanto, os minhotos, que até vinham a fazer uma época abaixo das expetativas, abriram o ativo logo aos quatro minutos, por intermédio do médio burquinense Bouba Saré, após aproveitar uma inacreditável fífia de Casillas.
O Vitória segurou a vantagem e, no final, Sérgio Conceição explodiu. “Os meus pais são analfabetos, mas sempre me passaram princípios fantásticos. Esses princípios têm a ver com dignidade e honestidade. Esta semana sofri com isso tudo, porque sou pai de cinco filhos, tenho irmãos e família. É só isto que quero dizer”, atirou, na flash interview.
 
 
 
16 de fevereiro de 2020 – I Liga (21.ª jornada)
Uma vitória tão difícil como importante para o FC Porto, que venceu pela margem mínima em Guimarães e encurtou a desvantagem para o líder Benfica para apenas um ponto – uma semana antes, os dragões estavam a sete pontos das águias.
Aos 10 minutos, uma bola pontapeada por Sérgio Oliveira embateu nas costas do guarda-redes vimaranense Douglas após ter sido devolvida pela trave e acabou por entrar na baliza dos minhotos.
No início do segundo tempo Bruno Duarte empatou o encontro, na resposta um cruzamento de Ola John a partir da esquerda (49’), mas os azuis e brancos recolocaram-se em vantagem à passagem da hora de jogo, por Marega.
Agastado pelos apupos e insultos que os adeptos vitorianos lhe dirigiram durante todo o encontro, o avançado maliano, que até jogou no Vitória em 2016-17, provocou-os durante os festejos, apontando para a cor da pele dele e brincando com uma cadeira que lhe fora atirada a partir da bancada.
Minutos depois, após ter ouvido cânticos racistas, Marega pediu a substituição, apesar de alguns companheiros o terem tentado demover, e saiu diretamente para os balneários.
O caso teve enormes proporções mediáticas, tendo sido comentado pelos principais responsáveis políticos de Portugal e amplamente noticiado pela imprensa internacional.
 
 









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