FC Porto e CUF defrontaram-se por 55 ocasiões entre 1943 e 1976 |
Fabril
e FC
Porto vão reeditar este sábado um verdadeiro clássico do futebol português
que se realizou por 55 vezes entre 1943 e 1976, numa altura em que o emblema
do Barreiro ainda se chamava CUF.
21 de fevereiro de 1943 – I
Divisão (7.ª jornada)
Depois de cinco derrotas nas primeiras cinco jornadas, a CUF chegou à Invicta após golear o Leixões na sexta ronda, enquanto os dragões andavam perdidos a meio da tabela e tinham acabado de sofrer uma goleada caseira às mãos do Unidos de Lisboa (2-3).
A jogar em casa, o FC Porto chegou aos 23 minutos a vencer por 2-0, com golos de Taipas (12’) e Póvoas (23’). João da Palma reduziu para os fabrilistas (3’), mas Taipas voltou a repor a vantagem de dois golos para os azuis e brancos. No entanto, Galinheiro reduziu no final da primeira parte (41’) e António Fernandes (68’) e João da Palma (70’) marcaram os golos da reviravolta.
O FC Porto terminou a época em 7.º lugar, com 14 pontos em 18 jornadas, numa altura em que a vitória valia dois pontos. A CUF concluiu o campeonato na 9.ª (e última) posição, com 11.
15 de dezembro de 1957 – I
Divisão (15.ª jornada)
A primeira vitória da CUF
sobre o FC
Porto no Barreiro
teve lugar no Campo de Santa Bárbara, cuja fachada ainda é possível observar no
parque empresarial agora conhecido por Baía do Tejo.Tal como tinha acontecido 14 anos antes no Campo da Constituição, os dragões voltaram a marcar primeiro, por Osvaldo Silva aos 48 minutos. No entanto, os fabrilistas deram a volta já nos últimos 25 minutos através de um bis de Arsénio (69’ e 78’), então um veterano avançado de 32 anos que tinha brilhado com a camisola do Benfica entre 1943 e 1955.
Nessa temporada o FC Porto foi segundo classificado do campeonato, com os mesmos 43 pontos do campeão Sporting. A CUF foi 12.ª, escapando por pouco à despromoção. E quem foi o melhor marcador do campeonato? Arsénio, com 23 golos – mais um do que José Águas (Benfica) e Matateu (Belenenses).
5 de outubro de 1958 – I
Divisão (4.ª jornada)
Jogo que se realizou no Estádio
D. Manuel de Mello, casa do grande rival da CUF,
o Barreirense.As duas equipas defrontaram-se ainda numa fase prematura da época e os fabrilistas arrancaram uma vitória por 1-0, com golo apontado por Pedro Quaresma aos 11 minutos.
Ainda assim, o FC Porto acabou por se sagrar campeão nacional, apesar da polémica arbitragem de Inocêncio Calabote na última jornada, tendo sofrido apenas mais uma derrota durante o campeonato, no terreno do Belenenses. Já a CUF concluiu a época na 11.ª posição, a primeira cima da zona de despromoção.
29 de maio de 1960 – I
Divisão (26.ª jornada)
Pela terceira temporada
consecutiva, o FC
Porto caiu no Barreiro,
uma vez mais no Estádio
D. Manuel de Mello.Na última jornada da temporada 1959-60, numa altura em que as duas equipas já jogavam apenas para cumprir calendário, os fabrilistas receberam e bateram os portistas por 2-0, com golos de Bispo (13’) e Pedro Silva (63’).
Com este resultado, a CUF saltou para o quinto lugar, a melhor classificação de sempre do clube até então. O FC Porto terminou o campeonato na quarta posição.
7 de janeiro de 1962 – I
Divisão (12.ª jornada)
Numa altura em que a CUF
estava cada vez mais integrada na luta pelos primeiros lugares, a formação fabrilista
voltou a receber o FC
Porto no Campo de Santa Bárbara e brindou os dragões
com uma vitória por 2-1.Álvaro abriu o ativo com um golo madrugador, logo aos três minutos. Porém, Hernâni empatou para os azuis e brancos aos 25’. No entanto, o atacante António Medeiros apontou ao cair do pano (85’) o golo que deu o triunfo ao conjunto então orientado por Fernando Vaz.
A CUF haveria de terminar o campeonato em quarto lugar, enquanto o FC Porto foi vice-campeão.
19 de janeiro de 1964 – I
Divisão (14.ª jornada)
Com uma volta do campeonato
já decorrida, o FC
Porto estava a dois pontos do líder Benfica,
mas atrasou-se na corrida pelo título ao sair uma vez mais derrotado do Campo
de Santa Bárbara.A CUF venceu por 1-0 e, tal como dois anos antes, fez o golo da vitória já ao cair do pano. O autor do tento decisivo para a equipa então orientada pelo saudoso Manuel de Oliveira foi Mário João (88’), defesa barreirense que tinha passado pelo Benfica entre 1955 e 1962.
Os fabrilistas concluíram o campeonato em sexto lugar, enquanto o FC Porto voltou a ser vice-campeão.
8 de novembro de 1964 – I
Divisão (5.ª jornada)
Quando as duas equipas se defrontaram à 5.ª jornada, os fabrilistas impuseram aos dragões de Otto Glória o primeiro desaire na prova, cortesia de Fernando Oliveira (41’) e José Madeira (84’), os autores dos golos.
No final da época, o FC Porto ficou em segundo lugar, mas com apenas dois pontos de vantagem sobre a CUF.
25 de fevereiro por 1968 – I
Divisão (17.ª jornada)
Após a obtenção do terceiro lugar
em 1964-65, a CUF
sentiu dificuldades em voltar a lutar por lugares cimeiros, apesar de,
entretanto, ter passado a jogar no Estádio Alfredo da Silva, na altura um dos
maiores e mais modernos em Portugal.Ainda assim, continuava a ser difícil ir ao Barreiro vencer. Orientados por Joaquim Meirim, os fabrilistas receberam e bateram o FC Porto no início da segunda volta do campeonato de 1967-68. Capitão Mor, uma figura mítica dos tempos áureos da CUF, marcou os golos dos anfitriões (16’ e 88’). Pelo meio, o brasileiro Valdir marcou para os dragões comandados por José Maria Pedroto.
Com este resultado, o FC Porto atrasou-se na conquista de um título que já lhe fugia desde 1959, enquanto a CUF conseguiu fugir da zona de despromoção. No final da época, os portistas encerraram o campeonato em 3.º lugar, enquanto o emblema do Barreiro concluiu na 9.ª posição.
21 de setembro de 1969 – I
Divisão (3.ª jornada)
Após dois empates nas duas primeiras jornadas, os dragões saíram derrotados do Lavradio por 2-1. Custódio Pinto até abriu o ativo para os azuis e brancos aos 15 minutos, mas um autogolo de Valdemar no final da primeira parte (44’) e um remate certeiro de Pedro a meio do segundo tempo deram a reviravolta aos fabrilistas, então comandados pelo antigo guarda-redes internacional português Costa Pereira.
O FC Porto haveria de terminar o campeonato em 9.º lugar, naquela que foi a pior classificação de sempre de um dos chamados três grandes. A CUF ficou uma posição acima, com mais um ponto.
28 de março de 1971 – I
Divisão (23.ª jornada)
Mais um ano de seca e de derrota
no Alfredo da Silva para o FC
Porto.Os dragões até entraram na 23.ª jornada (em 26) a um ponto dos líderes Benfica e Sporting, ou seja, ainda com reais aspirações em chegar ao título, mas o sonho terminou na deslocação ao Barreiro.
Coube a Capitão Mor, que três anos já tinha sido o herói de serviço, apontar o golo da vitória da CUF, à passagem da meia hora.
Os portistas acabaram por não ir além do terceiro lugar no campeonato, enquanto os fabrilistas se ficaram pela oitava posição.
7 de maio de 1972 – I
Divisão (27.ª jornada)
Como não há duas sem três, o FC
Porto saiu derrotado do Estádio Alfredo da Silva pela terceira temporada
consecutiva.Com Capitão Mor e Fernando Oliveira a aproximarem-se do final da carreira, o autor do golo da CUF foi da nova joia da coroa, Manuel Fernandes, que no verão de 1969 tinha trocado o 1.º de Maio Sarilhense pelos fabrilistas. Um cabeceamento certeiro do Manel de Sarilhos, aos 88 minutos, fez pender a balança para o conjunto então orientado por Fernando Caiado.
Tal como em 1969-70, a CUF voltou a ficar à frente do FC Porto no final do campeonato. Desta vez os fabrilistas ficaram em quarto lugar e os dragões logo atrás, com quatro pontos de atraso.
5 de janeiro de 1975 – I
Divisão (16.ª jornada)
A CUF
começou a decair e o FC
Porto a crescer a partir do 25 de abril, mas os fabrilistas
ainda foram a tempo de derrotar os dragões
após a revolução dos cravos.Com o título a fugir-lhe há 16 anos, os portistas então orientados pelo brasileiro Aymoré Moreira e com craques como Cubillas, António Oliveira e Fernando Gomes em campo lideravam o campeonato sem derrotas e com três pontos de avanço sobre o Benfica após as 15 jornadas da primeira volta.
No entanto, a 16.ª ronda levou os azuis e brancos a um terreno maldito, o Estádio Alfredo da Silva. Leitão abriu o ativo para a formação barreirense, então comandada por Fernando Oliveira, aos 27 minutos. No segundo tempo António Oliveira empatou para o FC Porto (68’), mas o recém-entrado Eduardo devolveu a vantagem e deu a vitória à CUF (76’).
O emblema da Invicta acabou por perder a liderança do campeonato, tendo sido ultrapassado pelo Benfica. Já a CUF concluiu a prova em 9.º lugar, naquela que haveria de ser a última vez em que garantiu a permanência no primeiro escalão.
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