terça-feira, 17 de novembro de 2020

A minha primeira memória de… um jogo entre Suíça e Ucrânia

Ucraniano Andriy Shevchenko apertado por  Johan Djourou
Um jogo entre Suíça e Ucrânia está longe de ser um encontro particularmente apetecível para os adeptos portugueses, mas a verdade é que já se realizou nos oitavos de final num Campeonato do Mundo, em 2006.

Não assisti a esse encontro, mas recordo-me particularmente do desfecho da partida, com contornos bastante curiosos: a Ucrânia venceu nas grandes penalidades por 3-0, um resultado que eu nunca tinha visto num desempate por penáltis; e a Suíça era eliminada da competição sem ter sofrido qualquer golo, algo que nunca tinha acontecido.


Mas voltemos atrás. Pela primeira vez na história, a Ucrânia participava numa fase final como nação independente, embora nos dois apuramentos anteriores para Mundiais, os de 1998 e 2002, tenha ficado à porta da qualificação, ao cair apenas no playoff. O mesmo tinha acontecido no apuramento para o Euro 2000. A qualificação para o Mundial 2006 acabou por ser um ato de justiça para com Andriy Shevchenko, Bola de Ouro de 2004 e um dos melhores jogadores do planeta naquela altura, num ano em que comemorava o 30.º aniversário. De resto, mais de metade da convocatória dominado pelo duopólio composto por Dínamo Kiev (sete jogadores) e Shakhtar Donetsk (seis).

Já a Suíça somava a segunda fase final consecutiva, depois de ter estado no Euro 2004, e a quarta desde 1994 – falhou apenas os Mundiais 1998 e 2002 e o Euro 2000. Embora sem grandes estrelas, tinha um Alexander Frei que um ano antes se tinha sagrado melhor marcador da Ligue 1 com a camisola do Rennes. E havia ainda jogadores a atuar em clubes importantes das principais ligas europeias, como Djourou e Senderos (ambos Arsenal), Magnin (Estugarda), Vogel (AC Milan), Gygax (Lille), Barnetta (Bayer Leverkusen), Behrami (Lazio), Patrick Müller (Lyon) e Degen (Borussia Dortmund).

Suíça - Ucrânia (Mundial 2006)
Relativamente ao jogo em si, as principais oportunidades foram protagonizadas pelas estrelas das duas seleções. Aos 21 minutos, Shevchenko cabeceou à trave. Três minutos depois, Frei também acertou no ferro, mas na execução de um livre direto.

O nulo permaneceu intacto durante os 90 minutos e o prolongamento, seguindo-se um desempate por grandes penalidades que até começou com um penálti desperdiçado por Shevchenko. Porém, Streller, Barnetta e Cabanas falharam para a Suíça, que na fase de grupos tinha ficado em primeiro lugar à frente de França, Coreia do Sul e Togo; e Milevskiy (apontado várias vezes ao Sporting), Rebrov e Husyev marcaram para a Ucrânia, que tinha concluído a fase de grupos atrás de Espanha e à frente de Tunísia e Arábia Saudita e haveria de cair nos quartos de final aos pés da Itália.

“A Ucrânia passou aos quartos-de-final eliminando a seleção da Suíça com o recurso à marcação de grandes penalidades. Naquele que foi talvez o pior jogo deste campeonato do Mundo, ou o menos emotivo de todos, nenhuma das equipas merecia ter seguido em frente, tal foi a péssima exibição apresentada. Curioso é o facto de o destino ter colocado a Itália no caminho de Shevchenko nos quartos-de-final, num jogo que poderá ser entendido como uma despedida do avançado ucraniano do futebol transalpino, frente a jogadores que conhece melhor do que ninguém”, escreveu o jornal O Jogo.
















E para o caro leitor, qual é o primeiro jogo entre Suíça e Ucrânia de que tem memória? E quais foram as melhores e mais marcantes jogos de sempre entre as duas seleções?

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