Hoje faz anos o brasileiro com potente remate que brilhou no Sporting. Quem se lembra de Rochemback?
Rochemback somou 100 jogos e 14 golos de leão ao peito
“Joga à defesa e ao ataque… Fábio
Rochemback”, entoavam as claques do Sporting
entre 2003 e 2005, período em que este médio brasileiro mostrou a sua melhor
versão de leão ao peito.
Possante (1,83 m), dinâmico e
dotado de qualidade técnica, visão de jogo e potente remate, este
centrocampista de ascendência alemã nasceu a 10 de dezembro de 1981 em
Soledade, no estado do Rio Grande do Sul. Começou por jogar futebol no Esporte
Clube Missões, da sua cidade-natal, mas depressa captou a atenção dos olheiros
de um dos principais clubes gaúchos, o Internacional
de Porto Alegre. Nas camadas jovens do colorado
destacou-se pelo estilo de execução de livres a fazer lembrar Roberto Carlos e
também pela qualidade de drible, estreou-se pela equipa profissional em 1999,
ano em que se sagrou vice-campeão gaúcho.
Com impacto imediato no colorado,
destacou-se com 12 golos em 40 jogos, ao ponto de se ter estreado pela seleção
brasileira e de ter acertado a transferência para o Barcelona,
por um valor a rondar os 9 milhões de euros, em maio de 2001. Acabou por ter um
verão agitado nesse ano, com as participações na Taça das Confederações e na
Copa América, torneios em que somou todas as sete internacionalizações que tem
no currículo – havia sido convocado pela primeira vez para o escrete
numa partida na Venezuela
a 8 de outubro de 2000, na qualificação para o Mundial
2002, mas não saiu do banco.
Em Camp Nou nunca foi um titular
indiscutível, mas foi bastante utilizado nas duas temporadas que passou na
equipa principal dos catalães.
Em 2001-02 atuou em 38 jogos (26 a titular) e apontou três golos, ao passo que
na época seguinte disputou 30 partidas (12 a titular) e faturou por uma vez.
Esteve em encontros importantes como clássicos com o Real
Madrid, entre os quais dois nas meias-finais da Liga
dos Campeões.
Ainda assim, acabou por rumar ao Sporting,
por empréstimo, no verão de 2003, no âmbito do negócio que levou Ricardo
Quaresma para a Catalunha. Em Alvalade
teve um impacto imediato, afirmando-se rapidamente como uma das figuras da
equipa então orientada por Fernando
Santos. Em 2003-04 apontou oito golos e quatro assistências em 25 jogos, um
registo que poderia ter sido superior se não fosse a participação no torneio
pré-olímpico da CONMEBOL em janeiro e uma grave lesão no ligamento cruzado
anterior do joelho direito sofrida em março e que o afastou dos relvados
durante meio ano. Para se ter a noção da sua influência no conjunto verde e
branco, o Sporting
seguia em 2.º lugar no campeonato, com sete pontos de avanço sobre o Benfica
e sete de desvantagem para o líder FC
Porto, até à lesão de Rochemback, e acabou na terceira posição, a um das águias
e a nove dos dragões.
O regresso aos relvados fez-se no
último dia de setembro, já com José
Peseiro no comando técnico, e não tardou a recuperar o nível exibido na
temporada anterior, tendo fechado a época com cinco golos e onze assistências
em 38 jogos. Foi um dos pilares da caminhada até à final da Taça
UEFA, tendo marcado na vitória
em Roterdão sobre o Feyenoord nos 16 avos de final (2-1) e na goleada ao Newcastle
em Alvalade
nos quartos de final (4-1).
No início da temporada seguinte
transferiu-se para o Middlesbrough,
num negócio algo complexo, uma vez que o jogador estava no plantel leonino, mas
pertencia ao Barcelona,
que por sua vez teria de indemnizar o Sporting
caso o médio não cumprisse os três anos de empréstimo em Alvalade.
Acabou por ser o emblema
inglês a suportar todos os custos, fechando a transferência mesmo no último
dia do mercado de verão de 2005. A aventura no Borofoi maioritariamente positiva, tendo atuado em 91 jogos (dos quais 81 a
titular) e apontado sete golos no espaço de três anos. Foi importante na
caminhada até à final da Taça
UEFA em 2005-06, perdida para o Sevilha,
marcou numa vitória na receção
ao Chelsea de José Mourinho em fevereiro de 2006 (3-0) e faturou de livre
direto e assinou duas assistências numa goleada das antigas ao Manchester
City em maio de 2008, naquele que foi o seu jogo de despedida (8-1).
No verão de 2008 terminou
contrato e decidiu voltar ao Sporting,
mas durante o cerca de um ano da sua segunda passagem pelo clube esteve bastantes
furos abaixo do nível exibido durante a sua primeira aventura em Alvalade.
Começou por ganhar a Supertaça
Cândido de Oliveira na partida de reestreia, diante do FC
Porto no Algarve (2-0), mas não foi além de um golo e três assistências em
34 jogos entre agosto de 2008 e agosto de 2009.
Acusado de estar pesado e, numa
altura em que estava sem espaço no onze inicial de Paulo
Bento, decidiu regressar ao Brasil para representar o grande rival do Internacional,
o Grêmio,
numa transferência que rendeu 928 mil euros aos cofres leoninos e permitiu aos leões
reter 40 por cento do passe do atleta. Em dois anos e meio no tricolor
conquistou um campeonato gaúcho (2010), seguindo-se duas temporadas nos
chineses do Dalian Aerbin antes de pendurar as botas em 2014, aos 32 anos.
Desde que encerrou a carreira que
tem pautado pela discrição, mas é comum vê-lo a partilhar momentos dos torneios
de futevolei em que vai participando no Instagram.
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