“Respeito a homofobia. Somos humanos e temos de respeitar”. As melhores gafes de Francesco Totti
Totti vestiu a camisola da AS Roma entre 1993 e 2017
O eterno capitão da AS
Roma, uma figura carismática e respeitadíssima, que dedicou toda uma
carreira ao clube do coração. Se a jogar futebol era um enormíssimo craque, quando
falava era um desastre. O dom da oratória não era, de todo, o seu forte.
Havia até quem dissesse que as
frases de Francesco Totti davam um livro e o antigo avançado foi mais longe:
publicou duas obras. A primeira vendeu 800 mil exemplares e a segunda 400 mil,
liderando assim os tops das livrarias. As páginas estavam recheadas de
gafes e anedotas sobre ele. Chamou-lhe “Todas as piadas sobre Totti – contadas por
mim” e não fez qualquer tipo de censura. Nessas obras contou, por exemplo,
a resposta que deu quando um jornalista lhe disse, na estreia pela seleção
italiana, um simpático “carpe diem”. “Vocês sabem que eu não falo
inglês”, respondeu. Há quem lhe chame pateta ou
ignorante, mas Totti sempre mostrou estar bem resolvido, revelando sentido de humor suficiente para
colocar a própria cara e assinatura em livros com conteúdos que em nada abonam
a favor da sua reputação.
Por ser uma figura de peso no
futebol italiano, era questionado regularmente sobre assuntos do quotidiano,
entre eles a homossexualidade, mas baralhou-se na resposta: “Eu respeito a
homofobia. Respeito as pessoas que querem fazer essas coisas. Somos seres
humanos e temos de respeitar.” Era um génio, mas de certa forma
algo inconsciente, até mesmo louco. No desempate por penáltis da meia-final
do Euro 2000, entre Itália e Países Baixos, o companheiro de seleção
Luigi Di Biagio aproximou-se de Totti e disse-lhe que estava com medo. O
capitão da AS
Roma respondeu que tinha razões para isso, porque o guarda-redes adversário
Van der Sar era enorme. “Obrigado por me animares”, disse-lhe Di Biagio. “Não
te preocupes, vou fazer-lhe a panenkada”, respondeu Totti, que cumpriu: deixou
o guardião neerlandês cair para um lado e bateu o penálti à Panenka, quase
provocando um ataque cardíaco ao capitão Paolo Maldini.
A frase proferida antes do
penálti à Panenka até deu título a um terceiro livro, desta feita uma
autobiografia redigida com a ajuda de um jornalista amigo. “Acho que agora já
sou um génio”, afirmou Totti. O maior ídolo da história da AS
Roma, Totti estreou-se pela equipa principal aos 16 anos, começou a ser o
capitão aos 21, liderou a equipa até ao título de campeão aos 24 e só deixou de
jogar futebol aos 40. Pelo caminho, diz-se, recusou Lazio,
AC
Milan, Manchester
United e Real
Madrid. Aprendeu com o tio a amar o emblema
romano e manteve-se fiel até ao final de uma carreira na qual contabilizou
786 jogos e 307 golos pelo clube e 59 internacionalizações e nove remates
certeiros pela seleção
italiana.
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