terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Recorde todos os jogos entre FC Porto e Estoril para a Taça de Portugal

Estoril e FC Porto defrontaram-se pela última vez na Taça em 2014
Adversários nos oitavos de final da Taça de Portugal, FC Porto e Estoril vão defrontar-se esta terça-feira (20:45) na Amoreira pela terceira vez esta época, depois de duas surpreendentes vitórias canarinhas, e pela nona ocasião na prova rainha do futebol português.
 
O histórico de confrontos entre ambos os clubes na Taça até é mais equilibrado do que aquilo que se pode imaginar, com três triunfos estorilistas (nos três primeiros duelos) contra quatro portistas, tendo ainda sido registado um empate. Em seis eliminatórias, os azuis e brancos levaram a melhor em quatro, curiosamente as quatro últimas.
 
Vale por isso a pena recordar todos esses jogos.
 
 
1943-44: Quartos de final
FC Porto 2-3 Estoril Praia (30 de abril de 1944)
Estoril Praia 1-2 FC Porto (7 de maio de 1944)
Numa época em que o FC Porto foi quarto classificado da I Divisão e o Estoril militava na II Divisão, os canarinhos comandados por Augusto Silva venceram aplicaram uma dupla vitória aos dragões, então orientados pelo húngaro Lippo Hertzka.
No primeiro jogo, no Estádio do Lima, no Porto, Araújo até deu vantagem aos azuis e brancos aos 24 minutos, mas Raúl Silva empatou no início da segunda parte (50’) e Gomes Bravo colocou os estorilistas na frente do marcador à passagem da hora de jogo. Araújo restabeleceu a igualdade logo a seguir (63’), mas o jugoslavo Franjo Petrak fez o 3-2 final (70’).
“Como prevíramos, o desafio realizado no Estádio do Lima entre o FC Porto e o Estoril Praia constituiu um interessante acontecimento para o nosso futebol e resultou num magnífico espetáculo desportivo cheio de movimento, animação e cor (…). Possuidor de um conjunto apreciável com elementos dotados de bom físico, decididos e entusiastas, o Estoril deixou boa impressão no público portuense, justificando por sua vez os êxitos conseguidos nos torneios em que tem participado”, escreveu o Jornal de Notícias.
Uma semana depois, o Estoril recebeu e bateu o FC Porto por 3-1 no Estádio António Coimbra da Mota, com golos de Gomes Bravo (17’) e Raúl Silva (62’). Pelo meio, Correia Dias chegou a empatar a partida para os dragões (51’).




 
 
1978-79: 3.ª eliminatória
Estoril Praia 3-0 FC Porto (14 de janeiro de 1979)
Na época em que festejou o bicampeonato depois de 19 anos de jejum, o FC Porto de José Maria Pedroto caiu com estrondo na Amoreira ante o Estoril de José Bastos, que haveria de fechar essa temporada na 11.ª posição na I Divisão.
Vitinha (82 minutos), Marinho (86’) e Orlando Fonseca (88’) apontaram os golos canarinhos, todos nos últimos dez minutos do encontro.
“O FC Porto pode e deve apenas queixar-se de ter perdido a eliminatória apenas por erros próprios bem aproveitados por uma equipa jovem onde pesa muito a matreirice de José Torres e de Marinho. Mais uma vez foi vencida a equipa azul e branca no Estoril. Manteve-se assim o enguiço. Desta vez, contudo, substancialmente vincado, pois a margem de bolas alcançada pela equipa da Costa do Sul neste encontro obtida nos derradeiros dez minutos terá ficado como severa punição”, escreveu o Jornal de Notícias.



 
 
1985-86: 4.ª eliminatória
FC Porto 3-0 Estoril Praia (25 de janeiro de 1986)
Numa época em que o FC Porto de Artur Jorge se sagrou campeão nacional, os dragões quebraram a malapata e bateram finalmente o Estoril, então na II Divisão e orientado por Mário Wilson, num jogo da Taça de Portugal.
António Lima Pereira (18 minutos), Elói (37’) e Frasco (45’) resolveram o assunto ainda na primeira parte.
“Devagar devagarinho foi como o FC Porto garantiu a qualificação para os oitavos de final da Taça de Portugal ao vencer o Estoril da II Divisão. O resultado de 3-0 expressa bem o desnível entre os dois conjuntos que se apresentaram no relvado das Antas convencidos de que o resultado estava feito. Pelo menos foi o que deixaram transparecer – o FC Porto tranquilo convicto de que o golo apareceria mais tarde ou mais cedo; o Estoril antecipadamente derrotado perante tão poderosa equipa, ainda por cima a jogar em casa”, resumiu o Jornal de Notícias.



1987-88: 4.ª eliminatória
FC Porto 0-0 Estoril Praia (16 de fevereiro de 1988)
Estoril Praia 1-2 FC Porto (3 de março de 1988)
Numa época em que o FC Porto de Tomislav Ivić carregava o estatuto de campeão europeu e intercontinental, os dragões necessitaram de jogo de desempate para eliminar o Estoril, que na altura militava na II Divisão e era orientado por Fernando Santos.
No primeiro jogo, nas Antas, houve empate a zero, tendo o guarda-redes estorilista Joel defendido um penálti de Jaime Pacheco. “Não aconteceu Carnaval no Estádio das Antas. O FC Porto não se mascarou. O que se verificou foi um conjunto do Estoril que jogou de igual para igual com a formação portista, que não sendo a principal, integrou futebolista de inegável categoria, mas que foram manietados. Manietados exatamente. O Estoril soube fechar todos os caminhos para a sua baliza. Bateu-se em todas as zonas do terreno com desenvoltura e alguma classe. Deu-se ao luxo de contra-atacar e criar algumas ocasiões de golo”, resumiu o Jornal de Notícias.
Duas semanas depois, na Amoreira, os dragões sofreram, mas venceram, com bis de Rui Barros (14 e 65 minutos) contra um golo solitário de Martinho pelo meio (59’). “Com toda a lógica e naturalidade o FC Porto qualificou-se no Estoril para os 16 avos de final da Taça de Portugal, alcançando uma vitória por 2-1 que, no entanto, foi muito difícil. Temos para nós que desta vez é que os estorilistas se transcenderam mais do que nas Antas, quando alcançaram um empate a zero em 120 minutos. E que no seu campo todas as estrelas disponíveis se lhes opuseram e indubitavelmente produziram uma exibição à base da força, cautelas defensivas e muito engenho de alguns dos seus jogadores, que obrigaram uma grande equipa a grandes esforços de humildade”, podia ler-se no Jornal de Notícias.




1994-95: 4.ª eliminatória
FC Porto 3-1 Estoril Praia (4 de dezembro de 1994)
No primeiro ano do bicampeonato, o FC Porto então orientado por Bobby Robson recebeu e bateu o Estoril de Carlos Manuel, então a militar na II Liga, mas não se livrou de um susto na Antas.
Depois de Domingos Paciência ter dado vantagem aos azuis e brancos à passagem da hora de jogo, José Carlos restabeleceu a igualdade seis minutos depois. Porém, no quarto de hora que se seguiu Jorge Couto (75’) e Zé Carlos (80’) recolocaram os dragões na frente do marcador.
“O Estoril manteve a tradição, nos jogos com o FC Porto, mas desta feita apenas em parte: acabou com uma invencibilidade de quase um ano (no dia 19/12/1993, ante o Vitória de Guimarães) do “grande Vítor Baía”, ao marcar-lhe um golo nas Antas! O guarda-redes do FC Porto [Vítor Baía] viu-se impotente para suster o remate de José Carlos, após uma jogada pela direita, de Mário Jorge, que nos deixou dúvidas quanto à sua posição. O Estoril do ‘Carlão’, que conhece uma subida exibicional e de resultados na Divisão de Honra, revelou-se assim uma equipa eficientíssima na finalização – um golo na única oportunidade”, escreveu o Jornal de Notícias.


 
2013-14: Quartos de final
FC Porto 2-1 Estoril Praia (5 de fevereiro de 2014)
O FC Porto de Paulo Fonseca estava a fazer uma época abaixo das expetativas, ao ocupar o 3.º lugar depois de um tricampeonato, enquanto o Estoril de Marco Silva caminhava para o segundo apuramento consecutivo para a Liga Europa.
Os dragões conseguiram superiorizar-se na Taça de Portugal, mas passaram um mau bocado, uma vez que Babanco adiantou os estorilistas aos 28 minutos. No final da primeira parte Ricardo Quaresma restabeleceu a igualdade (43’) e nos últimos minutos da segunda Nabil Ghilas deu o triunfo aos azuis e brancos (87’).
“Foi empurrar com a barriga. O FC Porto resolveu o jogo, mas não resolveu os problemas. A passagem às meias-finais da Taça de Portugal foi conseguida à força, mas sem jeito nenhum. Uma vitória sofrida e uma exibição sofrível, a sublinhar a curva descendente da equipa, a palidez das soluções e a multiplicação dos problemas. Dito de outra forma: não é por ainda estar em quatro competições que Paulo Fonseca é, por esta altura, candidato a ganhar coisa alguma”, escreveu o jornal O Jogo.
 









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