Sintrense surpreendeu Fabril no Lavradio em outubro de 2012
Desde
2000, tinha eu oito anos, que acompanhava o Fabril na III Divisão Nacional ou
na I Distrital da AF Setúbal. Depois de vários anos a competir na Série F da
III Divisão, que incluía os clubes mais a sul de Portugal continental, os
fabrilistas ficaram inseridos em 2012-13, última temporada de existência da
competição, na Série E, juntamente com o vizinho Barreirense, o Amora também do
distrito de Setúbal, os alentejanos do Eléctrico, os ribatejanos do Cartaxo, seis
clubes do distrito de Lisboa (Sintrense, Sacavenense, Lourinhanense, União de
Tires, Real e Pêro Pinheiro) e até um de Leiria (Peniche) .
Numa
altura em que fazia crónicas que tinham bastante aceitação dos jogos desse
campeonato, perante a presença de dois clubes do Barreiro e tendo em conta que
o desfecho da temporada ditava somente promoção ou despromoção para cada
equipa, acompanhei bastante intensamente esta Série E .
À
6.ª jornada, a 28 de outubro de 2012, fui ao Estádio de Alfredo da Silva
acompanhar o Fabril-Sintrense. Na altura, o Fabril de Conhé ocupava um dos
lugares cimeiros, com nove pontos em cinco jogos, ainda sem conhecer o sabor da
derrota. Curiosamente, do outro lado estava um dos líderes (a par do
Lourinhanense), o também ainda invicto Sintrense de Luís Silva, com onze pontos.
Mesmo
a jogar fora de casa, o Sintrense mostrou ao que vinha, com grande consistência
defensiva e veneno no contra-ataque .
Depois
de no minuto 27 se ter visto o sintrense Pedro Marques a negar o golo ao
fabrilista Catarino sobre a linha de baliza e de, praticamente na resposta,
Ricardo Delgado ter deixado a trave da baliza da turma do Lavradio a abanar,
aos 35’ Carlitos foi derrubado por Miguel Pimenta na área do Fabril, tendo sido
assinalada uma grande penalidade que Divaldo converteu em golo .
VIDEO
No
segundo tempo o Fabril colocou o pé no acelerador e foi à procura do empate,
acabando por consegui-lo aos 64 minutos, numa jogada em que os recém-entrados
Rui Martinho e Francisco Cunha estiveram em evidência: o primeiro cabeceou à
trave na resposta a um cruzamento de Paulo Letras, o segundo marcou na recarga .
Mas
o Sintrense não acusou o golo sofrido e até foi aproveitando o desequilíbrio
que as substituições causaram no Fabril para criar situações de perigo. Aos 81
minutos, Carlitos desmarcou André Cacito, que devolveu a vantagem à equipa de
Sintra .
Ainda
antes do apito final, o criativo fabrilista Bruno Cruz viu o segundo cartão
amarelo e consequente vermelho .
Numa
crónica redigida para este blogue, realcei a “maturidade e organização” do
Sintrense, sobretudo no aspeto defensivo e nas transições ofensivas, com um
bloco compacto e jogadores solidários, o que se fez notar ao longo de tudo o
encontro. Apesar da reação do Fabril, o 1-2 surgiu com “alguma naturalidade”, “depois
de várias ameaças” .
Esse não foi o único jogo entre
as duas equipas que assisti ao vivo nessa temporada.
Fabril foi vencer a Sintra em fevereiro de 2013
A
3 de fevereiro do ano seguinte, estive no jogo da segunda volta, em Sintra, mal
sabia eu que sete anos depois estaria a morar naquele concelho, a cerca de dez
minutos de carro daquele estádio. Lembro-me que fui com um amigo, entrámos já
com o jogo a decorrer, e no final do encontro fomos comprar queijadas ao centro
histórico .
Desportivamente
falando, se o Sintrense foi ganhar ao Fabril no Lavradio, os fabris foram
ganhar ao terreno do adversário graças a um golo solitário de Miguel Pimenta,
num pontapé de ressaca à entrada da área. A vitória permitiu ao conjunto do
Barreiro reforçar o quarto lugar e aproximar-se da liderança, que pertencia ao
Sintrense e ao Eléctrico .
Entretanto, tanto
Fabril
como
Sintrense
se apuraram para a fase de promoção, composta pelos seis primeiros
classificados da fase regular e para a qual todas as equipas entraram com
metade dos pontos que haviam somado. Logo na 1.ª jornada desta segunda fase, o
Fabril
perdeu em Sintra (0-1), num jogo ao qual não assisti.
Fabril bateu o Sintrense em casa em maio de 2013
Estive
sim no encontro da segunda volta, da 6.ª jornada, que marcou a estreia de
Manuel Correia como treinador do Fabril. Curiosamente, foi o filho do
treinador, o central Rui Correia, que deu vantagem a turma do Lavradio, já no
tempo de compensação da primeira parte, na recarga a um livre direto executado
por Paulo Letras e defendido de forma incompleta por Hugo Pereira. Pouco depois
da hora de jogo, após um remate à trave de Mário Jorge, Bolinhas fez o 2-0,
após grande jogada individual e combinação com Janu ,
estabelecendo o resultado final .
O triunfo permitiu aos fabris
recuperar algum do atraso na luta pela promoção. O
Sintrense
haveria de conseguir a subida de divisão, entrando em campo na última jornada
já promovido, enquanto o
Fabril
chegou a ter o pássaro na mão, apenas necessitando de bater em casa o já
despromovido
Sacavenense
na última ronda ou esperar que o
Barreirense
não batesse o
Sintrense
em Sintra. Mas o
Fabril
não foi além de um empate diante do Sacavenense (1-1) , enquanto o
vizinho
e rival venceu em Sintra (0-1).
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