A minha primeira memória de… um jogo entre Fabril e Real SC

Fabril-Real foi disputado a 11 de novembro de 2012

A minha primeira memória de um jogo entre Fabril e Real SC diz respeito, precisamente, ao primeiro duelo entre as duas equipas, disputado no dia de São Martinho de 2012 e referente à 8.ª jornada da primeira fase da Série E da III Divisão Nacional.

 

Sou sócio dos fabrilistas desde 2000 e na década e meia que se seguiu acompanhei quase sempre os jogos em casa. Esta equipa de 2012-13, por esta altura ainda orientada por Conhé, foi talvez a melhor que vi durante esse período. Os centrais atingiram (Marinheiro e Rui Correia) atingiram as ligas profissionais na temporada seguinte, o veterano Catarino continuava a ser um goleador, Paulo Letras e Carlos André eram bons laterais, Espanta e Miguel Pimenta eram muito laborioso a meio-campo, Rúben Guerreiro era um médio/atacante muito perigoso no último terço, Bolinhas um extremo que oferecia grande profundidade e ainda havia o jovem avançado Banana que a despontar. No entanto, a turma do Lavradio estava em 7.º lugar, que dava despromoção direta aos distritais.  

 

O Real SC estava a apenas dois pontos do Fabril, também na metade de baixo da tabela, igualmente numa posição que dava despromoção direta aos distritais da AF Lisboa, o que até veio a acontecer no final da época. É curioso, pois o conjunto de Monte Abraão haveria de se tornar nos anos seguintes uma das principais equipas do Campeonato de Portugal, tendo inclusivamente alcançado a subida à II Liga em 2017. Tudo pode mudar em poucos anos. Nessa equipa de 2012-13 estava Paulinho, lateral/médio com uma longa ligação ao clube, e David Rosa, lateral direito que fez um trajeto muito interessante nas divisões secundárias.

 

Sem ganhar há quatro jogos para o campeonato, o Fabril viu-se em desvantagem ainda numa fase muito prematura do encontro. Logo no primeiro minuto, foi assinalada uma grande penalidade favorável ao Real SC por mão na bola de Rui Correia na área fabrilista, tendo Tino Barbosa convertido em golo.

 

Dez minutos depois, Catarino serviu Bolinhas para o golo do empate.

 

Por insatisfação pelo que estava a ver, ou talvez por uma lesão impercetível para quem estava na bancada, Conhé retirou Miguel Pimenta de campo e lançou Banana aos 23 minutos. A substituição deu maior poder de fogo ao Fabril, mas igualdade arrastou-se até à segunda metade da segunda parte.

 

Aos 70’, Espanta fez o 2-1 na sequência de um cruzamento de Banana e de um alívio incompleto da defesa do Real SC. Seis minutos depois, Carlos André serviu Banana para o terceiro golo da antiga CUF.

 

Numa crónica redigida para este blogue, destaquei a reação do Fabril ao golo madrugador do Real SC, realçando que a reviravolta não chegou mais cedo devido ao “desacerto na hora da finalização” e à “boa exibição de João Ascenso”. Também sublinhei que esse virar de resultado só surgiu num momento em que os fabrilistas já tinham esgotado as alterações.

 

Individualmente, entre os jogadores do Fabril destaquei os muitos duelos que Marinheiro venceu “devido à sua velocidade e capacidade de antecipação” e o “poder ofensivo” que Banana acrescentou. Entre os do Real SC realcei a boa exibição de João Ascenso “apesar dos três golos sofridos” e a “subtileza” de Bernardo Ribolhos a resolver “problemas a meio-campo”.

 

 

A título de curiosidade, encontrei um outro trabalho sobre este jogo na Internet, no blogue “Fala Barata”, de Jorge Barata. Na crónica, foi destacada a exibição de Rúben Guerreiro. O autor do texto referia que o jogador do Fabril ainda tinha muito tempo para “brilhar em palcos mais mediáticos”, numa altura em que estava à beira de completar 24 anos.