Cinco internacionais angolanos jogaram no Estrela entre 1990 e 2008 |
Anunciado na última quarta-feira como reforço do Estrela
da Amadora, o médio Mário Balbúrdia, que representava o 1º de
Agosto, vai tornar-se no sexto internacional angolano
a vestir a camisola tricolor.
Num sketch do Gato
Fedorento, o professor Chibanga foi questionado se já tinha ido a
África, ao que respondeu: “A Amadora conta!?” De facto, a
multiculturalidade é um dos traços característicos da Amadora, o
que se tem refletido ao longo dos anos no clube que tem representado
a cidade dos arredores de Lisboa ao mais alto nível.
A história do emblema
tricolor tem sido escrita, em boa parte, por jogadores africanos ou
com raízes em África. Se
no ano passado já aqui falámos dos internacionais guineenses que
jogaram pelos amadorenses, agora é a vez de recordar os
internacionais angolanos
que o fizeram.
Abel Campos |
O primeiro jogador a
representar Estrela
e Palancas
Negras foi o extremo Abel Campos, que surgiu na Reboleira
no verão de 1990, poucas semanas após ter feito parte da equipa do
Benfica
que chegou à final da Taça
dos Campeões Europeus e também pouco tempo depois de os
tricolores
terem conquistado a Taça
de Portugal.
Na única temporada que
passou no Estádio José Gomes atuou em cerca de 40 jogos em todas as
competições, tendo apontado três golos, todos na I
Divisão mas insuficientes para evitar a despromoção à II
Liga.
Em termos de seleção,
somou onze internacionalizações, três das quais no CAN 1996, o
primeiro grande torneio em que Angola
marcou presença.
Vata |
O senhor que se seguiu
foi outro ex-benfiquista,
mas com um estatuto superior, o ponta de lança Vata, que
depois de três anos na Luz e de um golo com a mão que apurou as
águias
para a final da Taça
dos Campeões Europeus de 1990, chegou à Reboleira com o intuito
de dar uma mãozinha ao recém-despromovido Estrela
da Amadora.
Embora fosse um jogador
com créditos firmados, também não foi além de três golos em
quase 20 partidas com a camisola tricolor
numa temporada em que os amadorenses
não foram além de um modesto 11.º lugar na II
Liga.
Paralelamente, somou
cerca de 20 golos e 65 internacionalizações pela seleção
angolana.
Lázaro |
Se as passagens de Abel
Campos e Vata pela Reboleira constituíram, de certa forma,
desilusões, sobre Lázaro não recaíam tantas expectativas
mas o que é certo é que o médio de características ofensivas
acabou por se tornar numa referência do clube.
Oriundo do Estoril,
viveu uma primeira época de escassa utilização no Estádio José
Gomes, até pela por ter participado no CAN 1998, mas nas temporadas
seguintes tornou-se um elemento importante no meio-campo ofensivo dos
amadorenses.
Entre 1997 e 2003
disputou quase 180 partidas oficiais com a camisola tricolor,
entre as quais 112 na I
Liga. Paralelamente, somou seis internacionalizações e um golo
por Angola.
Em 2003-04 começou a
época no Estrela
como jogador, mas depois tornou-se adjunto de Miguel Quaresma no
comando técnico da equipa principal. Seis anos depois, em 2008-09,
orientou a formação
da Amadora no primeiro
escalão e levou os estrelistas
às meias-finais da Taça
de Portugal.
Bernardo Cariata |
Outro internacional
angolano
que não deixou grandes saudades foi Bernardo Cariata, médio
que tinha concluído a formação no Sporting
e passado ainda pelos seniores de Lourinhanense,
Odivelas,
Alverca,
Nacional,
Campomaiorense
e Olivais e Moscavide antes de ingressar no Estrela
da Amadora no verão de 2003, numa altura em que já somava sete
internacionalizações (num total de oito) por Angola.
Na única temporada que
passou na Reboleira atuou apenas em 13 partidas e apontou um golo,
mas um golo muito especial, ao Benfica
em pleno Estádio da Luz numa eliminatória da Taça
de Portugal em que os tricolores
saíram derrotados.
Mendonça |
Ainda assim, o último
internacional angolano
a representar o Estrela
da Amadora antes de Mário Balbúrdia foi o extremo Mendonça,
o único desta lista a ter jogado num Mundial (o de 2006, único em
que Angola
marcou presença) e em duas edições da Taça das Nações Africanas
(2006 e 2008) ao longo de mais de meia centena de
internacionalizações.
Depois de um longo
trajeto no Varzim, chegou à Reboleira a meio da época 2007-08 por
empréstimo do Belenenses,
indo a tempo de atuar em dez partidas até ao final da temporada e de
marcar um golo à União
de Leiria.
Na época seguinte, a última do Estrela na I Liga, o antigo internacional angolano Lito Vidigal orientou a equipa tricolor em onze partidas, tendo somado seis vitórias.
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