terça-feira, 29 de março de 2022

A minha primeira memória de… um jogo entre Portugal e Macedónia

Simão procura fugir à marcação de um defesa macedónio
A minha primeira memória de um jogo entre Portugal e Macedónia (ainda não do Norte) é referente precisamente ao primeiro encontro de sempre entre as duas seleções, a 2 de abril de 2003, no início do reinado de Luiz Felipe Scolari à frente da equipa das quinas e a meio da longa sequência de 21 jogos de preparação que Portugal realizou – sem qualquer compromisso oficial pelo meio – entre o Mundial 2002 e o Euro 2004.
 
Lembrava-me bem de o jogo se ter realizado na cidade suíça de Lausanne, com muito apoio de emigrantes portugueses à seleção lusa, nos primeiros meses de 2003 e que o resultado tinha sido um 1-0 favorável a Portugal, mas já não me recordava quem tinha apontado o golo solitário.
 
Curiosamente, alguns dos momentos que melhor me recordo neste jogo foi ter visto os jogadores macedónios cumprimentarem-se com beijos na cara aquando das substituições. Estávamos em 2003 e eu tinha apenas 11 anos, OK? Não estava habituado a ver homens, que não da mesma família, a cumprimentarem-se dessa forma. Tinha bem presente os célebres beijos de Laurent Blanc na testa calva de Fabien Barthez durante o Euro 2000, mas era diferente, era como um agradecimento após uma defesa ou uma mera superstição.



 
A seleção da Macedónia, que debutou em outubro de 1993, dois anos após a independência do país, estava recheada de jogadores completamente desconhecidos. O mais famoso de sempre, Goran Pandev, foi utilizado nesse encontro, mas na altura tinha apenas 19 anos e estava emprestado pelo Inter de Milão ao Spezia, que na altura militava na Série C (terceiro escalão) de Itália. Mas havia jogadores que atuavam em primeiras ligas europeias de média dimensão, como o guarda-redes Petar Milosevski (Malatyaspor, Turquia), o central Goce Sedloski (Dínamo Zagreb, Croácia), o médio Velice Sumulikoski (1. FC Slovácko, República Checa), o extremo Artim Shakiri (CSKA Sófia, Bulgária) e o avançado Ilčo Naumoski (Grazer AK, Áustria).
 
Já Portugal vivia uma fase de transição, com caras novas como Paulo Ferreira, Maniche e Deco (e os regressos de Fernando Meira e Costinha, que tinham falhado o Mundial 2002), e ainda Sérgio Conceição, que meses depois acabaria definitivamente descartado por Scolari.
 
Ainda assim, Conceição esteve em evidência neste jogo em Lausanne, ao servir Luís Figo, de calcanhar, no lance do golo de Portugal, aos 24 minutos.
 
 
A partida ficou também marcada pelas estreias do lateral esquerdo Rogério Matias (Vitória de Guimarães) e Silas (União de Leiria) pela seleção nacional.
 
“Portugal venceu esta quarta-feira a Macedónia por 1-0, em jogo de preparação para o Euro 2004, naquela que foi a segunda vitória na era Scolari, em três jogos. A imagem deixada, no entanto, foi pálida, particularmente tendo como termo de comparação a vitória sobre o Brasil, campeão do mundo, por 2-1, no passado sábado. Há atenuantes para a exibição suficiente menos da seleção portuguesa, que caiu muito na segunda parte, depois de uns primeiros 45 minutos com bons momentos. Especialmente a forma de jogar da Macedónia, muito faltosa, perante a passividade do árbitro que permitiu que 80 por cento das jogadas de ataque portuguesas fosse travada à margem das leis. Portugal tinha obrigação, no entanto, de ter feito mais e melhor. O golo de Figo foi suficiente para vencer, a equipa dos primeiros 45 minutos, igual à que iniciou o encontro com o Brasil, apenas com Figo no lugar de Simão, ainda deu uma boa resposta, mas no segundo tempo houve pouco futebol, muito pouco”, resumiu o Maisfutebol.
 
“Uma exibição q.b., na qual avultaram algumas novas configurações no modelo tático ensaiado contra o Brasil, bastou para a segunda vitória consecutiva da seleção. Um belo lance coroado pelo golo de Figo fez exultar os emigrantes num jogo marcado também por duas estreias absolutas nos “AA” – Rogério Matias e Silas – e, já agora, uma confirmação: Maniche é mesmo o tipo de jogador que não brilha individualmente, mas é uma... constelação ao serviço do coletivo. Na seleção como no FC Porto”, podia ler-se no jornal O Jogo.
 

 
 
 


 

 





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