Simão procura fugir à marcação de um defesa macedónio |
A minha primeira memória de um
jogo entre Portugal e Macedónia (ainda não do Norte) é referente precisamente
ao primeiro encontro de sempre entre as duas seleções, a 2 de abril de 2003, no
início do reinado de Luiz Felipe Scolari à frente da equipa das quinas e a meio
da longa sequência de 21 jogos de preparação que Portugal realizou – sem qualquer
compromisso oficial pelo meio – entre o Mundial
2002 e o Euro 2004.
Lembrava-me bem de o jogo se ter
realizado na cidade suíça de Lausanne, com muito apoio de emigrantes
portugueses à seleção lusa, nos primeiros meses de 2003 e que o resultado tinha
sido um 1-0 favorável a Portugal, mas já não me recordava quem tinha apontado o
golo solitário.
Curiosamente, alguns dos momentos
que melhor me recordo neste jogo foi ter visto os jogadores macedónios cumprimentarem-se
com beijos na cara aquando das substituições. Estávamos em 2003 e eu tinha apenas
11 anos, OK? Não estava habituado a ver homens, que não da mesma família, a
cumprimentarem-se dessa forma. Tinha bem presente os célebres beijos de Laurent
Blanc na testa calva de Fabien Barthez durante o Euro
2000, mas era diferente, era como um agradecimento após uma defesa ou uma
mera superstição.
A seleção da Macedónia, que
debutou em outubro de 1993, dois anos após a independência do país, estava recheada
de jogadores completamente desconhecidos. O mais famoso de sempre, Goran Pandev,
foi utilizado nesse encontro, mas na altura tinha apenas 19 anos e estava
emprestado pelo Inter
de Milão ao Spezia, que na altura militava na Série C (terceiro escalão) de
Itália.
Mas havia jogadores que atuavam em primeiras ligas europeias de média dimensão,
como o guarda-redes Petar Milosevski (Malatyaspor, Turquia), o central Goce
Sedloski (Dínamo Zagreb, Croácia), o médio Velice Sumulikoski (1. FC Slovácko,
República Checa), o extremo Artim Shakiri (CSKA Sófia, Bulgária) e o avançado Ilčo
Naumoski (Grazer AK, Áustria).
Já Portugal vivia uma fase de
transição, com caras novas como Paulo Ferreira, Maniche e Deco (e os regressos
de Fernando Meira e Costinha, que tinham falhado o Mundial
2002), e ainda Sérgio
Conceição, que meses depois acabaria definitivamente descartado por
Scolari.
Ainda assim, Conceição
esteve em evidência neste jogo em Lausanne, ao servir Luís Figo, de calcanhar,
no lance do golo de Portugal, aos 24 minutos.
A partida ficou também marcada
pelas estreias do lateral esquerdo Rogério Matias (Vitória
de Guimarães) e Silas
(União
de Leiria) pela seleção nacional.
“Portugal venceu esta
quarta-feira a Macedónia por 1-0, em jogo de preparação para o Euro 2004,
naquela que foi a segunda vitória na era Scolari, em três jogos. A imagem
deixada, no entanto, foi pálida, particularmente tendo como termo de comparação
a vitória sobre o Brasil, campeão do mundo, por 2-1, no passado sábado. Há
atenuantes para a exibição suficiente menos da seleção portuguesa, que caiu
muito na segunda parte, depois de uns primeiros 45 minutos com bons momentos.
Especialmente a forma de jogar da Macedónia, muito faltosa, perante a
passividade do árbitro que permitiu que 80 por cento das jogadas de ataque
portuguesas fosse travada à margem das leis. Portugal tinha obrigação, no
entanto, de ter feito mais e melhor. O golo de Figo foi suficiente para vencer,
a equipa dos primeiros 45 minutos, igual à que iniciou o encontro com o Brasil,
apenas com Figo no lugar de Simão, ainda deu uma boa resposta, mas no segundo
tempo houve pouco futebol, muito pouco”, resumiu o Maisfutebol.
“Uma exibição q.b., na qual avultaram
algumas novas configurações no modelo tático ensaiado contra o Brasil, bastou para
a segunda vitória consecutiva da seleção. Um belo lance coroado pelo golo de
Figo fez exultar os emigrantes num jogo marcado também por duas estreias
absolutas nos “AA” – Rogério Matias e Silas
– e, já agora, uma confirmação: Maniche é mesmo o tipo de jogador que não
brilha individualmente, mas é uma... constelação ao serviço do coletivo. Na seleção
como no FC
Porto”, podia ler-se no jornal O Jogo.
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