terça-feira, 7 de setembro de 2021

A minha primeira memória de… um jogo entre Portugal e Azerbaijão

Cristiano Ronaldo brilhou na receção ao Azerbaijão no Bessa
A minha primeira memória de um jogo entre Portugal e Azerbaijão leva-me àquele que terá sido um dos melhores golos não validados de sempre. Mas já lá vamos.
 
A 7 de outubro de 2006, quando as duas seleções se defrontaram no Estádio do Bessa, a equipa das quinas vivia uma fase de renovação, uma vez que tinha ficado sem Figo e Pauleta após o Mundial da Alemanha, e contava com vários jogadores com 30 ou mais anos, casos de Ricardo, Nuno Valente, Costinha e Nuno Gomes. Antes da receção aos azeris, Portugal tinha empatado na Finlândia (1-1) no arranque da fase de qualificação para o Euro 2008.
 

Já o Azerbaijão procurava fugir às duas últimas posições do grupo de qualificação, às quais parecia condenado, como indica a história – lanterna vermelha nos apuramentos para Mundiais 1998, 2002 e 2006 e para os Europeus de 1996 e 2004, penúltimo na caminhada para o Euro 2000. No elenco composto por anónimos e orientado pelo checo Vlastimil Staricny, constavam os nomes de três brasileiros naturalizados azeris, os defesas André Ladaga e Ernani e o avançado Leandro Gomes.
 
Endiabrado, Cristiano Ronaldo inaugurou o marcador aos 25 minutos, a passe de Deco, e marcou o livre que deu origem ao 2-0, apontado por Ricardo Carvalho após uma defesa incompleta do guarda-redes Ferhad Valiyev (31’).
 
Pelo meio, CR7 fez um golaço de pontapé de bicicleta, fazendo a bola embater na trave, tocar no interior da baliza e ressaltar para fora, mas a equipa de arbitragem não conseguiu vislumbrar que o esférico tinha entrado.
 
 
No entanto, Cristiano Ronaldo acabou mesmo por completar o bis na segunda parte, de cabeça, na sequência de um fantástico cruzamento de Simão a partir da direita (63’). Caso o tal golo de bicicleta tivesse sido validado, teria sido não só um hat-trick perfeito (pé esquerdo, pé direito e cabeça) mas também o primeiro hat-trick do madeirense ao serviço da seleção nacional. Assim sendo, o avançado que na altura ainda pertencia ao Manchester United teve de esperar mais sete anos para apontar o primeiro de nove hat-tricks com as quinas ao peito.
 
“Foram três golos, podiam ter sido muitos mais, pelo menos mais um, porque um bonito pontapé-de-bicicleta realizado por Cristiano Ronaldo fez a bola entrar na baliza por breves momentos, depois de ter embatido na barra, mas a equipa de arbitragem não viu o que toda a gente vislumbrou. O limiar da goleada fica por aí, com os azeris contentes por não irem com o saco cheio para casa. Ficam, de qualquer forma, os bons momentos proporcionados pela Seleção no Estádio do Bessa, no regresso ideal aos campos nacionais após a brilhante prestação no Campeonato do Mundo. Ronaldo e Deco brilharam enquanto quiseram, nunca deixando de evitar o choque com os temerários defesas do Azerbaijão, que entravam de pé em riste a cada lance que surgia. Os dois prodígios souberam suplantar essa dificuldade, natural de quem não tem tanto talento, e partiram para uma exibição agradável, que devolve a Scolari três dos quatro pontos pedidos para a jornada europeia”, escreveu o Maisfutebol.
 
 
 
Cerca de um ano depois, as duas seleções voltaram a defrontar-se, desta vez em Baku. À partida para o jogo, Portugal ocupava o 3.º lugar no grupo, a dois pontos da Finlândia e a quatro da Polónia, mas com a Sérvia à espreita, a apenas um ponto.
 
Sem margem de erro, os homens orientados por Luiz Felipe Scolari venceu num terreno difícil por 2-0. Bruno Alves inaugurou o marcador aos 12 minutos, através de um imponente cabeceamento na resposta a um canto de Deco. E já com os azeris reduzidos a dez, Hugo Almeida aumentou a contagem ainda antes do resultado, dando a melhor sequência a um cruzamento de Miguel (45’).
 
“A Seleção Nacional está cada vez mais perto de garantir a qualificação para o Campeonato da Europa de 2008. À vitória no Azerbaijão, num jogo em que Scolari ficou na bancada por estar a cumprir o primeiro de três jogos de castigo, juntaram-se os empates da Sérvia na Arménia e da Finlândia na Bélgica. No total, Portugal ganhou sete pontos numa só jornada e subiu ao segundo lugar do Grupo A, podendo até distanciar-se mais se vencer quarta-feira no Cazaquistão. Algo que será possível se a equipa das quinas tiver a mesma atitude que apresentou ontem e que lhe valeu o regresso às vitórias, após quatro empates consecutivos, um deles em jogo de carácter particular, no Kuwait, e os restantes três na qualificação para o Euro 2008, na Arménia e em casa com a Polónia e a Sérvia. Para acabar com o jejum, Portugal até teve uma contrariedade ainda no aquecimento. Nuno Gomes lesionou-se e Flávio Murtosa substituiu-o por Hugo Almeida. Uma alteração que resultou em pleno, porque o ponta-de-lança foi de uma utilidade incrível. Além do golo que apontou, o seu primeiro na equipa principal, obrigou os centrais a vigiá-lo de perto e abriu espaços para os dois flanqueadores, Quaresma e Cristiano Ronaldo, que ontem usou a braçadeira de capitão, no dia em que completou o 50.º jogo na Seleção “A”. Deco, outro dos cinquentenários, também teve grande influência no resultado. O mágico apareceu fisicamente em boa forma, o que lhe permitiu coordenar os movimentos ofensivos, além de lhe ter pertencido o canto que resultou no primeiro golo do jogo, marcado por Bruno Alves. O defesa-central justificou completamente a aposta, formando uma boa dupla com Ricardo Carvalho, de regresso à equipa para mostrar a sua inegável classe”, podia ler-se no jornal O Jogo.
 



 

 

  



   



E para o caro leitor, qual é o primeiro jogo entre Portugal e Azerbaijão de que tem memória? E quais foram as melhores e mais marcantes jogos de sempre entre as duas seleções?

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