Dez jogadores que ficaram na história do Torreense |
Líder isolado da Série F do Campeonato
de Portugal, o Sport Clube União Torreense está em posição
privilegiada para assegurar uma vaga na fase de promoção à II
Liga.
Caso venha a regressar ao segundo
escalão após 23 anos de ausência, a formação de Torres Vedras irá
a voltar a um patamar no qual competiu por cinco vezes, sendo que a primeira,
logo na edição inaugural (1990-91), culminou na promoção à I
Liga. Por outro lado, as duas últimas participações (1994-95 e 1997-98)
traduziram-se em descidas à II Divisão B.
Em 174 jogos na II
Liga, o SCUT somou 48 triunfos, 48 empates, 78 derrotas e um
saldo de 188-255 em golos.
Ao longo dessas cinco presenças,
104 futebolistas jogaram pelos Torreense na II
Liga. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram mais vezes.
10. Evandro (51 jogos)
Evandro |
Médio brasileiro que reforçou o Torreense no final de 1990, proveniente
do Joinville, chegou, viu e venceu, conquistando rapidamente a titularidade e
ajudando a formação de Torres Vedras a alcançar a promoção à I
Divisão, tendo contribuído com quatro golos, frente a Desp.
Aves, O
Elvas (dois) e Freamunde, em 17 jogos (16 a titular).
Na temporada seguinte
apresentou-se a bom nível no primeiro
escalão, mas não evitou a despromoção à II
Liga.
Apesar da descida de divisão,
permaneceu mais um ano em Torres Vedras, tendo atuado em 34 partidas (26 a
titular) e faturado por cinco vezes, diante de Penafiel
(dois), União
de Leiria, Feirense e Nacional.
No verão de 1993 mudou-se para o Tirsense,
tendo ainda representado Sp.
Braga e Marco
no futebol português.
9. Sérgio Camacho (51 jogos)
Lateral direito nascido em Angola,
mas desde tenra idade radicado em Portugal, chegou ao Torreense no verão de
1993 depois de um longo percurso de mais de uma década no Amora,
incluindo os anos em que jogou nas camadas jovens.
Com entrada direta no onze da
equipa de Torres Vedras, disputou 24 jogos (todos a titular) na II
Liga na época de estreia, ajudando a formação da região
Oeste a assegurar a permanência.
Já em 1994-95 atuou em 27
partidas (sempre a titular) e marcou um golo ao… Amora,
insuficiente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão
mudou-se para a Ovarense,
tendo depois voltado ao Amora
e representado Portimonense
e Esperança
de Lagos antes de pendurar as botas.
8. Rui Melo (51 jogos)
Presença assídua no onze de Rui
Mâncio, disputou 24 jogos (23 a titular) na II
Liga ao longo da época de estreia no Campo Manuel Marques, ajudando o
Torreense a assegurar a permanência.
Em 1994-95 atuou em 27 partidas
(sempre a titular) e marcou um golo ao Sp. Espinho, insuficiente para evitar a
despromoção.
Após a descida de divisão voltou
ao Benfica Castelo Branco, clube em que fez parte da formação e iniciou o seu
percurso no futebol sénior.
7. Elísio (55 jogos)
Elísio |
Guarda-redes internacional jovem por Portugal e formado no Benfica
ao lado de Samuel
e José Carlos, entre outros, passou por clubes como Gil
Vicente, Estoril
e O
Elvas antes de reforçar o Torreense no verão de 1991, quando a formação da região
Oeste subiu à I
Divisão.
Titular indiscutível nessa que foi a última participação do clube de Torres
Vedras no primeiro
escalão, foi impotente para evitar a descida à II
Liga, patamar em que disputou 33 jogos e sofreu 44 golos em 1992-93.
No verão de 1993 mudou-se para o Felgueiras, mas um ano depois regressou
ao emblema grená para atuar em 22 encontros (20 a titular) e sofrer 37 golos em
1994-95, não evitando a descida à II Divisão B.
Após a despromoção transferiu-se para o Beira-Mar.
6. Rosário (61 jogos)
Rosário |
O melhor marcador de sempre do Torreense na II
Liga, com 20 golos.
Extremo de baixa estatura (1,65 m) natural de Castanheira do Ribatejo,
concelho de Vila Franca de Xira, chegou pela primeira vez ao Torreense no verão
de 1987, proveniente do Monte Agraço, saltando assim dos distritais da AF
Lisboa para um clube importante na II Divisão Nacional.
Em 1990-91, sete anos após ter deixado de jogar na III Divisão Distrital,
ajudou o emblema de Torres Vedras a regressar à I
Divisão depois de quase três décadas de ausência, tendo apontado onze golos
em 37 jogos (36 a titular). Sp. Espinho (dois), Benfica Castelo Branco, Barreirense
(dois), Freamunde, Maia (três), Académico Viseu e Paços
de Ferreira foram as vítimas de Rosário.
Na temporada seguinte apontou idêntico número de golos no primeiro
escalão, mas sofreu uma lesão na fase final da época e foi impotente para
evitar a descida à II
Liga, patamar em que atuou em 24 partidas (17 a titular) e faturou por nove
vezes, diante de Louletano,
Benfica Castelo Branco, União
de Leiria (dois), Feirense, Desp.
Aves (dois), Rio
Ave e Nacional.
No verão de 1993 mudou-se para o Vitória
de Setúbal, tendo ainda passado por Boavista
e Felgueiras antes de regressar ao Torreense em 1996-97 para contribuir para a
obtenção do primeiro lugar na Zona Centro da II Divisão B e para a consequente
promoção à II
Liga.
“O Rosário era uma referência para nós e ainda bem que veio. Ele, o
Teixeira e o Vítor Martins funcionavam quase como os nossos pais, foram de
extrema importância porque o plantel era muito jovem e eles trouxeram o
equilíbrio de que precisávamos. O Rosário era realmente a estrela da equipa,
mesmo sendo um dos palhacinhos do balneário (juntamente comigo). Era um exemplo
a seguir, respeitado por todos os colegas e adversários e claro que a entrega,
a humildade, a alegria contagiante e a qualidade que tinha foram uma mais
valia, não só pelos golos que marcou, mas pelo que ajudou no crescimento dos
jogadores mais jovens”, contou o antigo guarda-redes Nélson ao portal Curiosidades
sobre o Torreense.
Consumada a subida de divisão, transferiu-se para o Vila Real.
Rosário tem um filho que tem dado cartas no futebol, Diogo Figueiras,
antigo lateral de Paços
de Ferreira, Sevilha, Olympiacos
e Sp.
Braga, entre outros.
5. Jorge Mota (63 jogos)
Jorge Mota |
Defesa central nascido em Abrantes, iniciou-se no futebol sénior ao
serviço do Estrela
da Amadora, tendo ainda passado pelo Louletano
antes de reforçar o Torreense no verão de 1991, numa altura em que o emblema da
região
Oeste tinha regressado à I
Divisão.
Embora fosse titular indiscutível, não evitou que a equipa então
orientada por Manuel Cajuda descesse à II
Liga, patamar em que disputou 33 jogos (todos como titular) e apontou dois
golos, frente a Campomaiorense e União da Madeira.
Na temporada seguinte atuou em 30 partidas (29 a titular) e somou três
remates certeiros, frente a União
de Leiria, Leça e Académico Viseu.
No verão de 1993 deixou Torres Vedras e rumou ao Nacional
da Madeira.
4. Andrade (64 jogos)
Andrade |
Lateral esquerdo natural de Elvas, internacional jovem português e que
jogou nos juniores do Sporting,
passou pelos seniores de Juventude
Évora, Ginásio
Alcobaça e Peniche
antes de reforçar pela primeira vez o Torreense em 1985-86, quando o emblema
grená militava na II Divisão.
Entretanto deu o salto para a I
Divisão, onde jogou ao serviço de Farense
e Marítimo, tendo regressado a Torres Vedras em 1990-91 para ajudar a formação
da região
Oeste a regressar ao primeiro
escalão após 26 anos de ausência, tendo atuado em 35 jogos (31 a titular) e
apontado três golos, frente a Louletano
e Barreirense
(dois), nessa época que culminou na subida de divisão.
Embora tivesse mantido o estatuto de titular indiscutível no patamar
maior do futebol português, foi impotente para evitar a despromoção à II
Liga, patamar em que atuou em 29 partidas (todas como titular) em 1992-93.
3. Baltazar (67 jogos)
Baltazar |
Médio ofensivo natural de Castelo Branco, internacional jovem português e
que jogou ao lado de Fernando Mendes, Litos e Futre na formação do Sporting,
passou por Vitória
de Setúbal, União da Madeira, Académica
e Olivais e Moscavide antes de reforçar o Torreense no verão de 1989. Em
quatro anos no clube, assumiu rapidamente o estatuto de capitão de equipa e
jogou em três campeonatos diferentes: II Divisão Nacional, II
Liga e I
Divisão.
Em 1990-91 disputou 33 jogos (32
a titular) e apontou oito golos na II
Liga, diante de Académico Viseu, Recreio
de Águeda (dois), Varzim, Barreirense,
Freamunde, União
de Leiria e Maia, contribuindo assim para a promoção ao primeiro
escalão.
Entre a elite
do futebol português manteve o estatuto de titular indiscutível, mas foi
impotente para evitar a descida à II
Liga, patamar em que foi utilizado nas 34 jornadas (sempre a titular) e
somou uma mão cheia de golos, frente a Campomaiorense, Penafiel,
União
de Leiria, Nacional
e Vitória
de Setúbal, em 1992-93.
No verão de 1993 rumou ao Louletano,
mas um ano depois voltou à I
Liga para reencontrar Manuel Cajuda no Sp.
Braga.
2. Bruno Vaza (94 jogos)
O crescimento de Bruno Vaza coincidiu com a ascensão do clube no início da década de 1990, tendo
contribuído para a promoção à I
Divisão com um golo ao Louletano
em 33 jogos (31 a titular) na edição inaugural da II
Liga, em 1990-91. “Foi 27 anos depois de o meu pai e os seus companheiros
de equipa terem subido de divisão em 1964-65. Essa equipa do Torreense de 1964-65
era formada, quase na totalidade, por jogadores formados em Torres. Foi lindo,
único, e Torres Vedras inteira estava a receber-nos. Foi muito bonito o que
fizemos, para a alegria dos adeptos e restantes Torrenses, assim como foi muito
gratificante o seu apoio. Foi um dia que nos vai acompanhar sempre, com um
brilho nos olhos”, recordou ao portal Curiosidades
sobre o Torreense.
Após se ter estreado no primeiro
escalão, regressou à II
Liga em 1992-93 para atuar em 31 encontros (todos como titular) e apontar
dois golos, frente a Feirense e Benfica Castelo Branco.
Na temporada seguinte participou
em 30 partidas (29 a titular) e somou dois remates certeiros, diante de Desp.
Chaves e Leça.
No verão de 1995 deu o salto para
o Sp.
Braga, tal como Hélder, tendo reencontrado Manuel Cajuda.
Após sete anos no Minho,
regressou ao Torreense em 2001-02 para jogar na II Divisão B naquela que foi a
última temporada da carreira. “O meu regresso foi o que sempre quis, acabar no
Torreense. Com a lesão que tive em Braga,
isso levou-me a terminar mais cedo. Foi apenas um ano, como podiam ter sido
mais, caso as pessoas na altura tivessem sido sérias. Mas é passado”, contou.
O seu filho, Rodrigo Vaza, passou
pela formação do emblema da região
Oeste e chegou a jogar pela equipa principal em 2019-20.
1. Sérgio Santos (111 jogos)
Na quarta época de sénior
disputou 31 jogos (todos como titular) na edição inaugural da II
Liga e contribuiu para a subida à I
Divisão.
No regresso do emblema da região
Oeste ao primeiro
escalão, em 1991-92, viveu na sombra de Nuno Damas, mas voltou a assumir-se
como do lado direito da defesa na temporada seguinte, mais uma vez na II
Liga, ao atuar em 29 encontros (27 a titular) e marcar um golo à Ovarense.
Já em 1993-94 foi utilizado em 24
partidas (18 a titular) e marcou um golo ao Leça, transferindo-se no final
dessa época para o Nacional,
onde reencontrou o treinador Rui Mâncio.
Entretanto passou por União
de Leiria e Câmara de Lobos, tendo regressado ao Torreense no verão de 1997
para jogar mais uma temporada na II
Liga, tendo participado em mais 27 jogos numa campanha que culminou em
despromoção.
Seguiram-se mais dez anos ao
serviço do clube, sempre a jogar na II Divisão B, antes passar as últimas
épocas no Encarnacense, onde se haveria de retirar. Em 1998-99 participou na
brilhante caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal, ainda que não tivesse marcado presença no jogo em que o
conjunto de Torres Vedras eliminou o FC
Porto em pleno Estádio das Antas, em dia de Carnaval.
Segundo o antigo companheiro de
equipa e antigo internacional português Filipe Ramos, Sérgio Santos “era um
fantástico jogador, com uma alma incrível”. “Jogava em várias posições, lateral
direito e médio”, acrescentou ao portal Curiosidades
sobre o Torreense.
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