terça-feira, 14 de setembro de 2021

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Benfica na Liga dos Campeões

Dez jogadores que fizeram história no Benfica
Duas vezes campeão europeu, o Sport Lisboa e Benfica vai esta época participar pela 38.ª vez na Taça/Liga dos Campeões e reforçar o estatuto de uma das equipas com mais presenças na prova, depois do Real Madrid (52) e em igualdade com o Bayern Munique.
 
Na estreia na competição, em 1957-58, os encarnados foram prontamente afastados logo na primeira eliminatória pelo Sevilha. Na participação seguinte, em 1960-61, sagrou-se campeão europeu ao bater o Barcelona na final por 3-2. E na temporada que se seguiu revalidou o título, ao levar a melhor sobre o Real Madrid no jogo decisivo (5-3).
 
Além desses triunfos, as águias também atingiram a final em 1962-63, 1964-65, 1967-68, 1987-88 e 1989-90, tendo ainda chegado às meias-finais em 1971-72 e aos quartos de final em 1965-66, 1968-69, 1975-76, 1977-78, 1983-84, 1994-95, 2005-06, 2011-12 e 2015-16.
 
Feitas as contas, o emblema da Luz contabilizou 105 vitórias, 54 empates, 81 derrotas, 384 golos marcados e 279 sofridos em 240 encontros na Champions.
 
No total, 305 futebolistas representaram o Benfica na Taça/Liga dos Campeões. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.
 
 

10. Veloso (37 jogos)

António Veloso
Disputou o mesmo número de jogos de André Almeida, Gaitán e Pizzi, mas amealhou mais minutos em campo: 3137.
A vida e a carreira de futebolista de António Veloso começou a quase 300 quilómetros de Lisboa, em São João da Madeira, tendo dado o salto do Beira-Mar para o Benfica no verão de 1980.
Conhecido pela polivalência e pelo espírito combativo, fez a estreia na Taça dos Campeões Europeus em 1981-82. Seguiram-se mais cinco participações, sendo que duas delas culminaram em caminhadas até à final, 1987-88 e 1989-90. Em 1988, falhou mesmo o penálti decisivo na derrota por grandes penalidades ante o PSV no jogo decisivo. “E se não fosse eu a decidir-me pela marcação do penálti a esta hora ainda lá estávamos. "Discutimos entre nós até que eu como capitão, tive de ir lá”, assumiu, em entrevista ao Expresso.
Paralelamente, conquistou sete campeonatos (1980-81, 1982-83, 1983-84, 1986-87, 1988-89, 1990-91 e 1993-94), seis Taças de Portugal (1980-81, 1982-83, 1984-85 a 1986-87 e 1992-93) e três Supertaças (1980, 1985 e 1989) e esteve na caminhada até à final da Taça UEFA em 1982-83. Também faz parte da seleção nacional que atingiu as meias-finais do Euro 1984, tendo depois falhado o Mundial 1986 após ter acusado positivo numa análise anti-doping.
Após pendurar as botas em 1995 experimentou a carreira de treinador. Em 2000-01 foi adjunto de Toni no plantel principal do Benfica e na época seguinte dirigiu a equipa B, não evitando a despromoção à III Divisão.
 
 
 

9. Costa Pereira (37 jogos)

Costa Pereira
Disputou o mesmo número de jogos de Veloso, André Almeida, Gaitán e Pizzi, mas amealhou mais minutos em campo: 3330.
Guarda-redes nascido na cidade moçambicana de Nacala, estreou-se pela equipa principal do Benfica em 1954-55, mas teve de esperar até 1960-61 para jogar pela primeira vez na Taça dos Campeões Europeus. Valeu a pena à espera, uma vez que conquistou o título europeu, tal como na época que se seguiu. Mais tarde, foi finalista vencido em 1962-63 e 1964-65, tendo nesta última tido culpas no golo que daria o triunfo ao Inter de Milão.
No total, disputou 37 jogos na competição e sofreu 46 golos.
Paralelamente, conquistou oito campeonatos (1954-55, 1956-57, 1959-60, 1960-61, 1962-63, 1963-64, 1964-65 e 1966-67) e cinco Taças de Portugal (1954-55, 1956-57, 1958-59, 1961-62 e 1963-64). Também integrou a seleção nacional que atingiu o 3.º lugar no Mundial 1966.
Haveria de falecer em outubro de 1990, aos 60 anos.
 
 
 

8. Nené (38 jogos)

Nené
O homem que não sujava os calções. Um avançado móvel, elegante e goleador. Curiosamente, mais uma figura benfiquista que nasceu a norte, mais precisamente em Leça da Palmeira. Porém, cedo rumou a Moçambique com os pais e foi lá que começou a jogar futebol, no Ferroviário da Manga, tendo sido recrutado para as camadas jovens do Benfica ainda com 16 anos, em 1966.
A estreia pela equipa principal dos encarnados ocorreu em novembro de 1968, pela mão de Otto Glória, numa receção ao Vitória de Guimarães, mas o primeiro jogo na Taça dos Campeões Europeus só aconteceu em 1971-72, tendo contribuído para a caminhada até às meias-finais.
Foi apenas a primeira de nove participações, que se traduziram num total de 38 jogos (33 a titular) e 15 golos, tendo chegado aos quartos de final em 1975-76, 1977-78 e 1983-84, numa fase em que as águias começavam a perder algum protagonismo na maior prova de clubes a nível europeu.
Infelizmente para Nené, não chegou a tempo das gloriosas campanhas europeias da década de 1960 e encerrou a carreira anos antes de o Benfica ter atingido as finais da Taça dos Campeões Europeus em 1987-88 e 1989-90.
Paralelamente, venceu dez campeonatos (1968-69, 1970-71 a 1972-73, 1974-75 a 1976-77, 1980-81, 1982-83 e 1983-84), sete Taças de Portugal (1969-70, 1971-72, 1979-80, 1980-81, 1982-83, 1984-85 e 1985-86) e duas Supertaças (1980 e 1985). Já depois de Mário Wilson ter convertido o então extremo em ponta de lança, em 1975-76, tornou-se uma máquina de fazer golos ao ponto de se ter sagrado o melhor marcador da I Divisão em 1980-81 (20 golos) e 1983-84 (21 golos). Em 1982-83 esteve na caminhada até à final da Taça UEFA e, em termos internacional, ajudou Portugal a atingir as meias-finais do Euro 1984.
Após encerrar a carreira ficou ligado ao clube enquanto treinador nas camadas jovens e olheiro.
 
 
 

7. Cavém (44 jogos)

Cavém
Jogador polivalente – jogou a extremo, médio e defesa, à esquerda e à direita – natural de Vila Real de Santo António, foi contratado ao Sp. Covilhã no verão de 1955, quando já tinha tudo acertado com o Vitória de Setúbal.
Em termos de Taça dos Campeões Europeus, estreou-se na prova ao mesmo tempo que o Benfica, em 1957-58, numa eliminatória de má memória diante do Sevilha. No entanto, seguiram-se épocas e recordações memoráveis, nomeadamente as conquistas do título europeu em 1960-61 e 1961-62. Nos anos que se seguiram, foi finalista vencido em 1962-63, 1964-65 e 1967-68 e atingiu os quartos de final em 1965-66 e 1968-69.
No total, disputou 44 jogos (43 a titular) e apontou quatro golos na competição, um dos quais no jogo decisivo de 1962, diante do Real Madrid.
Paralelamente, conquistou nove campeonatos (1956-57, 1959-60, 1960-61, 1962-63, 1963-64, 1964-65, 1966-67, 1967-68 e 1968-69) e cinco Taças de Portugal (1956-57, 1958-59, 1961-62, 1963-64 e 1968-69).
Haveria de falecer em janeiro de 2005, aos 72 anos.
 
 
 

6. Cruz (53 jogos)

Fernando Cruz
Lateral de esquerdo de baixa estatura (1,63 m) natural de Cabanas de Viriato, concelho de Carregal do Sal, transitou para a equipa principal do Benfica em 1959 e por lá ficou durante onze anos, o que coincidiu com o período áureo do clube a nível internacional.
Ao longo de oito participações na Taça dos Campeões Europeus, disputou 53 jogos (todos a titular) na prova e sagrou-se campeão continental por duas vezes, em 1960-61 e 1961-62. Nos anos que se seguiram, foi finalista vencido em 1962-63, 1964-65 e 1967-68 e atingiu os quartos de final em 1965-66 e 1968-69.
Paralelamente, conquistou oito campeonatos (1959-60, 1960-61, 1962-63, 1963-64, 1964-65, 1966-67, 1967-68 e 1968-69) e três Taças de Portugal (1961-62, 1963-64 e 1968-69). Também integrou a seleção nacional que alcançou o 3.º lugar no Mundial 1966, mas não chegou a jogar na competição, pois o titular do lado esquerdo da defesa era o sportinguista Hilário.
 
 

5. José Augusto (56 jogos)

José Augusto
Virtuoso extremo direito contratado ao Barreirense em 1959, foi um dos esteios de um Benfica que teve a Europa a seus pés durante a década de 1960.
Também conhecido como o Garrincha português, sagrou-se campeão nas duas primeiras ocasiões em que participou na Taça dos Campeões Europeus, em 1960-61 e 1961-62. Depois foi três vezes finalista vencido (1962-63, 1964-65 e 1967-68) e chegou por duas vezes aos quartos de final (1965-66 e 1968-69).
No total, somou 56 encontros (51 a titular) e apontou 24 golos na prova, registo que faz dele, ainda hoje, o segundo melhor marcador dos encarnados na Champions, sendo apenas superado pelo antigo companheiro de equipa Eusébio. José Augusto nunca faturou em finais, mas foi decisivo para a qualificação para os jogos decisivos com golos em meias-finais em 1962, diante do Tottenham; em 1963, frente ao Feyenoord; e em 1965, ao Gyori ETO.
Paralelamente, conquistou oito campeonatos (1959-60, 1960-61, 1962-63, 1963-64, 1964-65, 1966-67, 1967-68 e 1968-69) e três Taças de Portugal (1961-62, 1963-64 e 1968-69). Em 1966 foi um dos magriços que ajudaram Portugal a alcançar um histórico 3.º lugar no Mundial de Inglaterra.
Em 1969-70 chegou a assumir o comando técnico da equipa principal do Benfica, tendo sido depois adjunto de Jimmy Hagan e treinador na formação.
 
 
 

4. Simões (57 jogos)

António Simões
Natural da Cruz de Pau, no concelho do Seixal, chegou ao Benfica ainda idade de júnior, em 1960, proveniente do Almada, já depois de ter feito testes no Belenenses e de o Sporting se ter mostrado interessado na sua contratação.
No final de 1961, este talentoso extremo esquerdo subiu à equipa principal, à beira de completar 18 anos, e rapidamente se tornou uma peça importante no plantel então às ordens do húngaro Béla Guttmann, tendo inclusivamente jogado na final em que as águias venceram o Real Madrid (5-3) e conquistaram a sua segunda Taça dos Campeões Europeus consecutiva.
“Quando entrámos em campo, lado a lado, olho para o Di Stéfano, Puskás, Gento... Só dizia, mas vamos ganhar a estes gajos? Eram os nossos ídolos, que tínhamos visto pela televisão vencer uma final por 7-3 ao Eintracht Frankfurt. Há imagens minhas a festejar os golos como uma criança... só dava pulos. Era como se fosse o meu primeiro brinquedo”, recordou, em entrevista ao Diário de Notícias em agosto de 2019.
“Quando chegámos aos 3-3, nessa altura viu-se que o Benfica era mais forte, mais fresco e mais jovem. Ao intervalo o Bela Guttmann diz: ‘Real Madrid velho, não ter força, nós ser mais fortes. Nós fazer golos, nós ganhar.’ Acertou em tudo”, prosseguiu, lembrando a euforia dos adeptos após o apito final: “Os adeptos quase chegaram à cabina. Alguém foi dar com o Ângelo numa vala. Houve um descontrolo total... todos queriam tocar nos ídolos. Ninguém dormiu... A chegada a Lisboa foi impressionante. Num país fragilizado, fechado para o mundo, éramos bicampeões europeus contra os maiores monstros do Real Madrid! Andámos por toda a Lisboa, com toda a gente a correr atrás do autocarro e nós com as mãos fora da janela porque as pessoas queriam-nos tocar. Foi um feito que teve um enorme peso político e social.”
Nas temporadas que se seguiram foi finalista vencido por três vezes (1962-63, 1964-65 e 1967-68) e semifinalista numa ocasião (1971-72), tendo ainda chegado aos quartos de final em duas participações (1965-66 e 1968-69). No total, somou 57 encontros na prova, todos na condição de titular, e apontou oito golos ao longo de onze participações.
Paralelamente, conquistou dez campeonatos (1962-63 a 1954-65, 1966-67 a 1968-69, 1970-71 a 1972-73 e 1974-75) e cinco Taças de Portugal (1961-62, 1963-64, 1968-69, 1969-70 e 1971-72). Em 1966 foi uma das peças fulcrais da seleção portuguesa que alcançou um histórico 3.º lugar no Mundial do Brasil.
Após ter encerrado a carreira de futebolistas e ter tido algumas experiências como treinador, foi diretor desportivo do Benfica entre 2001 e 2004.
 
 
 

3. Coluna (58 jogos)

Mário Coluna
Centrocampista nascido na Ilha da Inhaca, em Moçambique, chegou ao Benfica com 19 anos, proveniente do Desportivo de Lourenço Marques, e pela Luz ficou durante 16 memoráveis temporadas, entre 1954 e 1970.
De águia ao peito ficou conhecido por Monstro Sagrado. Em termos de Taça dos Campeões Europeus, esteve na estreia benfiquista da prova, em 1957-58; na conquista de ambos os títulos continentais, em 1960-61 e 1961-62; e nas caminhadas até às finais perdidas de 1962-63, 1964-65 e 1967-68. No total, participou em 58 partidas (todas a titular) na Champions e apontou onze golos.
Paralelamente, conquistou dez campeonatos (1954-55, 1956-57, 1959-60, 1960-61, 1962-63 a 1964-65 e 1966-67 a 1968-69) e seis Taças de Portugal. Se não fosse Eusébio, com quem partilhou o balneário, possivelmente teria um estatuto ainda maior na história do clube. Basta dizer que o Benfica tinha menos dois títulos de campeão nacional do que o Sporting quando chegou e mais quatro quando saiu. Fez também parte da equipa dos magriços que alcançou o 3.º lugar no Campeonato do Mundo de Inglaterra, em 1966.
 
 
 

2. Luisão (61 jogos)

Luisão
Defesa central brasileiro, chegou ao Benfica proveniente do Cruzeiro no verão de 2003, numa fase em que os encarnados jogavam no Jamor enquanto terminavam as obras do novo estádio e estavam há dois anos sem competir nas competições europeias.
Luisão precisou de dois anos para se estrear na Liga dos Campeões, mas logo na primeira participação, em 2005-06, ajudou as águias a chegarem aos quartos de final, feito que já não conseguiam há onze anos.
Nos anos que se seguiram contribuiu para a consolidação benfiquista na Champions, tendo somado mais dez participações e voltado a atingir os quartos de final em 2011-12 e 2015-16. No total, amealhou 61 partidas (todas como titular) e cinco golos na prova milionária.
Paralelamente, sagrou-se campeão nacional por seis vezes (2004-05, 2009-10, 2013-14, 2014-15, 2015-16 e 2016-17), venceu três Taças de Portugal (2003-04, 2013-14 e 2016-17), quatro Supertaças (2005, 2014, 2016 e 2017) e sete Taças da Liga (2008-09 a 2011-12 e 2013-14 a 2015-16). Esteve ainda nas campanhas até às finais da Liga Europa em 2012-13 e 2013-14.
Despediu-se da Luz e dos relvados no final de 2018, aos 37 anos, depois de 15 no clube, grande parte deles enquanto capitão. Depois passou a integrar a estrutura do clube.
 
 
 

1. Eusébio (64 jogos)

Eusébio
Era difícil que um jogador que tenha feito toda a carreira antes da década de 1990, quando foi introduzida a fase de grupos e o número de jogos da competição aumentou, liderasse esta lista. Mas Eusébio conseguiu estabelecer um recorde que ameaça durar durante mais uns longos anos.
Embora tenha reforçado o Benfica numa época em que os encarnados se sagraram campeões europeus pela primeira vez, após ter fugido ao rival Sporting e viajado de Moçambique para Portugal sob o nome de Ruth Malosso, o Pantera Negra só participou no título continental conquistado na temporada seguinte, 1961-62, brilhando durante toda a caminhada, mas sobretudo na final, quando marcou dois dos golos com que as águias bateram o Real Madrid por 5-3.
Eusébio não voltou a vencer a Taça dos Campeões Europeus, mas continuou a brilhar: finalista vencido em 1962-63, finalista vencido e melhor marcador da prova em 1964-65, melhor marcador em 1965-66 e finalista vencido e melhor marcador em 1967-68. No total, amealhou 64 encontros (63 a titular) e apontou 46 golos, registo que faz dele o goleador-mor do Benfica na competição.
Paralelamente, o King conquistou um recorde de onze títulos nacionais (1960-61, 1962-63, 1963-64, 1964-65, 1966-67, 1967-68, 1968-69, 1970-71, 1971-72, 1972-73 e 1974-75) e cinco Taças de Portugal (1961-62, 1963-64, 1968-69, 1969-70 e 1971-72).
Em 15 épocas de águia ao peito, foi por sete vezes melhor marcador do campeonato (1963-64 a 1967-68, 1969-70 e 1972-73), sendo que os seus 42 golos em 1967-68 e os 40 em 1972-73 também lhe valeram a Bota de Ouro. No entanto, foi em 1964-65, quando apontou (apenas) 28 golos na I Divisão, que conquistou a Bola de Ouro da revista France Football. É ainda o melhor marcador de sempre dos encarnados no primeiro escalão, com 315 golos.
Após pendurar as botas, no final da década de 1970, integrou as várias equipas técnicas benfiquistas na qualidade de treinador de guarda-redes.
Haveria de falecer em janeiro de 2014, à beira de completar 72 anos.
 












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