Dudu na eliminatória da Libertadores diante do Cerro Porteño |
Dudu é o protótipo do extremo
brasileiro: baixinho (1,66 m), rápido, criativo e sempre com a bola no pé. Tem
aquele jeito de que a qualquer momento pode tirar um coelho da cartola ou
perder inexplicavelmente a bola.
No 4x2x3x1 de Luiz Felipe
Scolari, surge no lado esquerdo do ataque, o que para um destro fantasista
corresponde a partir da faixa lateral para o meio, transportando a bola colada
ao pé direito como se a estivesse a atrair com algum íman na chuteira, sambando
perante os adversários até os ultrapassar, naquele estilo tão brasileiro, tão
açucarado.
À técnica fantástica, que lhe
permite driblar e conduzir muito bem a bola, junta o repentismo, a
irreverência, a velocidade, a qualidade de passe e a visão de jogo. Também bate
bolas paradas. Segundo o FutAnalysis, foi o terceiro jogador com
mais passes para finalização a cada 90 minutos do Brasileirão 2017 (2,44).
Se encanta os adeptos do verdão e do futebol em geral, imagino
que irrite os adversários com aquele baixo centro de gravidade que o ajuda a
estar sempre mais perto de tocar a bola do que os oponentes e de sair com ela
dominada em situações de aperto e que lhe permite guardar a bola com quase
tanta segurança como se a estivesse a agarrar com as mãos.
Parte dos bons resultados que
Scolari tem alcançado neste regresso ao Palmeiras explica-se pelo acentuar de
protagonismo de Dudu, que reencontra um treinador que já o tinha orientado no
Grêmio, em 2014. “[O Felipão] significa muito para mim. É um cara vencedor, um cara que desde que chegou ao Grêmio me ajudou bastante. Se hoje
estou bem e se estou aqui no Palmeiras, é também graças a ele e ao Enderson
[Moreira], que está no Bahia, porque apostaram mim no Grêmio”, afirmou
recentemente o extremo de 26 anos, internacional brasileiro – dois jogos com
Mano Menezes em novembro de 2011 e um com Tite em janeiro de 2017 numa
convocatória que só contemplou jogadores a atuar no Brasileirão.
Ainda a tempo de um regresso à
Europa, depois de uma aventura mal sucedida nos ucranianos do Dínamo Kiev entre
agosto de 2011 e fevereiro de 2014, é o futebol chinês que tem chamado por ele.
Segundo o Globoesporte, o Palmeiras
recusou em julho uma proposta de 15 milhões de euros do Shandong Luneng e a
ideia passava por manter o jogador mesmo que a oferta subisse para os 20 M.
Blindado até dezembro de 2022,
não é de esperar que saia tão cedo do Allianz Parque, estádio de que é melhor
marcador de sempre, com 24 golos. A esse estatuto, poderá juntar em breve o de
máximo artilheiro do Palmeiras no século XXI: tem 50 golos e está a quatro de
igualar Vagner Love.
Aos portugueses, porém, à primeira
vista pouco lhes dirá o nome deste extremo nascido em Goiânia a 7 de janeiro de
1992 e formado no Cruzeiro, mas foi um dos carrascos da seleção de sub-20 na
final do Campeonato do Mundo da categoria em 2011.
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