sexta-feira, 20 de março de 2020

Ruizinho. O açoriano todo-o-terreno do Real SC

Ruizinho jogou na II Liga ao serviço de Belenenses e Santa Clara


Estruturalmente, o novo treinador manteve o 4x2x3x1, mas alterou o modelo de jogo, abandonando as transições de António Pereira para abraçar um futebol apoiado, e modificou algumas peças do onze. Uma das mudanças mais evidentes foi a saída do onze de Ibraime Cassamá, um médio possante (1,86 m), essencialmente de contenção e de pouca envolvência no futebol ofensivo, para a entrada de Tiago Morgado – e recentemente de João Coito -, com mais qualidade e discernimento com bola. Quem se manteve de pedra e cal foi Ruizinho, o segundo médio.

Com esta alteração, o Real SC deixou de ter um ‘6’ e um ‘8’ para passar a ter dois ‘8’, dois elementos para trabalhar com e sem bola na sala de máquinas do meio-campo, que ganharam mais responsabilidades defensivas e acrescentaram mais vocação ofensiva à equipa da Linha de Sintra, otimizando o modelo idealizado por Hugo Martins.

Perante este contexto, é bastante agradável ver Ruizinho jogar. Aos 31 anos, este centrocampista natural de Ponta Delgada tanto aparece a meio do meio-campo defensivo a mostrar-se aos defesas e a dar seguimento à construção de jogo como na zona de definição a rematar ou a assistir, fazendo piscinas entre uma área e a outra. Um autêntico todo-o-terreno com um raio de ação bastante amplo.  

Com qualidade de passe a qualquer distância e grande critério na tomada decisão, é passagem obrigatória – até mais do que uma vez, se assim se justificar – em praticamente quase todas as jogadas de ataque dos realistas. São raríssimas as equipas do Campeonato de Portugal e poucas da II Liga em que é possível encontrar uma zona medular tão dinâmica como a da formação de Queluz, muito por culpa da influência que o centrocampista açoriano tem na manobra ofensiva e do entendimento que vai exibindo com Morgado.


Depois de passagens por Belenenses e Santa Clara na II Liga entre 2012 e 2015, é no Campeonato de Portugal que Ruizinho tem vindo a assumir protagonismo, perfilando-se como um jogador que qualquer candidato à subida à II Liga gostaria de ter no seu plantel. Os responsáveis do Real Sport Clube que o digam.






















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