É com bastante nostalgia que
recordo as minhas primeiras memórias de jogos entre Fabril
Barreiro e Mineiro
Aljustrelense. Como barreirense e sócio fabrilista, vim com entusiasmo o
regresso do clube aos campeonatos nacionais em 2007-08, na altura na Série F da
III Divisão, onde mediu forças por quatro vezes com a equipa
de Aljustrel, vila alentejana onde tenho muitas raízes.
No primeiro encontro entre as
duas equipas dessa época, a 11 de novembro de 2007, um Fabril
em dificuldades na tabela classificativa conseguiu arrancar um empate a dois
golos em casa do Mineiro,
mas esse jogo não assisti ao vivo. Apenas soube do resultado depois.
Na segunda volta, a 24 de
fevereiro de 2008, um Fabril
em franca recuperação na classificação, depois de o ex-preparador físico
Alfredo Lopes ter assumido o comando técnico da equipa após as demissões do
obreiro da subida José Carvalho e do antigo extremo sportinguista e benfiquista
Jorge
Amaral, recebeu e venceu o líder e também recém-promovido Aljustrelense
por 2-0 no Estádio Alfredo da Silva, numa partida em que marquei presença. Porém,
não encontrei qualquer registo relativo à partida em termos de ficha de jogo.
As duas equipas acabaram por se
classificar nos seis primeiros lugares, ou seja, garantiram um lugar de acesso
à fase de promoção, etapa em que voltaram a medir forças por mais duas vezes.
O Mineiro
Aljustrelense, orientado por Francisco Fernandes e com vários trabalhadores
da mina de Aljustrel na equipa, terminou mesmo a fase regular em primeiro lugar.
A formação
alentejana era uma equipa que valia pelo coletivo mas que contava com
alguns jogadores com experiência em ligas profissionais como o defesa Paulo
Serrão (ex-Farense e Sp. Espinho), os médios Zé Luís Araque (ex-Salgueiros e
Campomaiorense) e Katchana (ex-Beira-Mar) e o avançado Rui Sousa (ex-Paços de
Ferreira).
O Fabril
contava com menos experiência em termos globais, mas tinha no plantel o capitão
do Beira-Mar que ergueu a Taça de Portugal em 1998-99, o médio Fusco.
Na fase de promoção, o Fabril
revelou falta de pedalada para acompanhar os adversários e ficou no último
lugar, enquanto o Aljustrelense
não só ascendeu à II Divisão B como foi campeão da Série F.
Homenagem dos jogadores do Fabril a um sócio falecido, Frederico |
Esse desfecho começou a ser
traçado logo na 2.ª jornada, a 13 de abril, num desafio disputado em Aljustrel no
qual marquei presença, numa espécie de loucura do meu pai que resolveu fazer
uma viagem relâmpago à vila mineira só para assistir a um jogo da III Divisão.
O Mineiro
ganhou por 3-1, com golos de Catchana, Duarte e Carlos Fio para os alentejanos
e Rui Capitão-Mor, filho de uma velha glória do clube dos tempos da CUF, para
os fabrilistas.
"O Fabril
não esteve ao nível das últimas exibições e que pena foi isso ter acontecido
logo hoje. Até não entrámos muito mal no jogo mas faltou uma coisa muito
importante, impormo-nos sobre o adversário, nunca conseguimos jogar só o nosso
jogo. O jogo até ficou mais fácil quando aos 30 minutos foi expulso um dos
jogadores locais. Mas o Fabril
não soube aproveitar essa vantagem numérica, nunca arriscou e foi penalizado
por isso. Durante a segunda parte, nos primeiros três remates a baliza o Aljustrelense
fez três golos. Pelo meio já o nosso ponta de lança Rui Capitão-Mor tinha
diminuído a desvantagem fazendo o 2-1, nessa altura acreditámos na reviravolta
mas esteve sempre longe de tal. Nem a segunda expulsão de um dos locais nos
ajudou. Não era mesmo dia do Fabril.
Mas não atiramos a toalha ao chão, isso nunca! O GD
Fabril vai já na próxima semana mostrar de que fibra é feito",
escreveu um site afeto ao Fabril.
Se o Fabril
entrou no jogo de Aljustrel nos lugares de subida, já estava a cinco pontos de
distância das duas primeiras posições à partida para a receção ao Mineiro
no Lavradio, a 17 de maio. Uma derrota por 1-2 colocou um ponto final na
esperança dos fabrilistas e catapultou a formação
do distrito de Beja para a liderança da prova, de onde não mais saiu.
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