domingo, 5 de maio de 2019

A minha primeira memória de… um jogo entre Vitória FC e Boavista

Bosingwa e Marco Ferreira meses antes de rumarem ao FC Porto
Lembro-me perfeitamente de onde estava, do resultado, da época e da jornada do primeiro jogo entre Vitória de Setúbal e Boavista de que tenho memória. Foi o encontro inaugural da edição 2002/03 da I Liga, que haveria de ser de me má memória para as duas equipas, teve lugar no Estádio do Bonfim.

Recordo-me que estava a passar férias na aldeia de que os meus pais são naturais, no Baixo Alentejo, e que, no meio de nada para fazer, ansiava pela noite para ver frente a frente o clube mais representativo do meu distrito e o vice-campeão nacional na noite de 22 de agosto de 2002, uma quinta-feira, devido à participação dos axadrezados na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.


Na altura, tinha dez anos e devorava aqueles cadernos de início de época do Record, pelo que não só conhecia todos os jogadores em campo como ainda dei um autêntico show no café a identificar cada futebolista que aparecesse mais destacado na transmissão televisiva. 

Se não é preciso puxar muito pela cabeça para adivinhar que Jaime Pacheco era o treinador do Boavista, do outro lado era Luís Campos que comandava a nau setubalense. E que nau. Nomes conceituados não faltavam. Aos internacionais portugueses Pedro Espinha, Nélson e Hélio juntavam-se os promissores Marco Ferreira, Hugo Alcântara, Mário Carlos, Jorginho, Meyong e Celino, só para citar alguns. No emblema do Bessa, sobreviviam os campeões de 2000/01 Ricardo, Jorge Silva, Jorge Couto, Erwin Sánchez, Duda, Martelinho e Elpídio Silva, mas quase todos eles começavam a entrar numa fase descendente das respetivas carreiras.

Tantos anos depois, ainda me lembrava que o resultado tinha sido 1-1, mas já não fazia ideia da marcha do marcador ou dos autores dos golos. Mas felizmente que há vídeos e fichas de jogo para me avivarem a memória. O então reforço boavisteiro Luiz Cláudio apontou o primeiro golo desse campeonato à passagem da meia hora, mas o avançado brasileiro dos sadinos Hugo Henrique restabeleceu a igualdade cerca de dez minutos depois, na transformação de uma grande penalidade.



Meses depois, não assisti ao encontro da segunda volta, mas recordava-me que o Boavista tinha vencido e que tinha sido polemicamente anulado um golo ao Vitória de Setúbal, depois de Ricardo ter pontapeado a bola contra Hugo Henrique e ela ter entrado na baliza axadrezada.

“Há coisas que até vistas custam a acreditar. Mas a verdade é que ontem no Bessa o árbitro João Vilas Boas anulou um golo a Hugo Henrique, mesmo estando de costas para o lance. Terá alegado o árbitro que o avançado do Vitória de Setúbal não estava à distância, prejudicando a ação de Ricardo, mas custa a acreditar que, de costas, tivesse visto alguma coisa. Com isso, tirou ao Setúbal um golo e logo numa altura em que o Boavista passava por aflições”, escreveu O Jogo no dia seguinte, sobre uma partida decidida com um golo madrugador de Luiz Cláudio e para a qual as duas equipas tinham partido em igualdade pontual. Ambas somavam 18 pontos e ocupavam o 13.º e o 14.º lugares da classificação, à 17.ª jornada. O Boavista terminou a época em 10.º, subindo três posições. O Vitória foi o lanterna-vermelha do campeonato.


























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