domingo, 14 de abril de 2019

Rodrigo Caio. O central moderno que a Europa ainda não viu

Rodrigo Caio trocou recentemente o São Paulo pelo Flamengo
Hummels, Piqué, Laporte e tantos e tantos outros. O central construtor é o central moderno, está na moda e é procurado cada vez mais. Por mais paradoxal que possa parecer, hoje olha-se tanto ou mais para as características ofensivas do que para as defensivas na hora de avaliar um defesa. E no Brasil, há pelo menos uma mão cheia de anos que Rodrigo Caio tem vindo a mostrar esses requisitos tão em voga, mas a Europa ainda não as viu – ou melhor, não foram vistos no velho continente.


O jogador formado no São Paulo até já esteve bem perto de assinar por clubes bastante conceituados do futebol europeu. Em 2015, chegou a ter tudo acertado com o Valência, mas os exames médicos diagnosticaram problemas físicos relacionados com uma antiga lesão numa rótula. Imediatamente a seguir, esteve perto do Atlético Madrid, mas não aceitou estar emprestado na capital espanhola. Nessa altura, também se falou do Benfica. No final do ano passado, foi a vez de o Barcelona estar bastante próximo de o contratar, mas acabou por decidir-se pelo colombiano Jeison Murillo (ex-Valência), apesar de o brasileiro ter efetuado exames médicos na Catalunha.

Sem sorte nas tentativas de rumar à Europa, Rodrigo Caio deixou finalmente o São Paulo mas para… ficar no Brasil, no milionário Flamengo, que pagou cinco milhões de euros pelo seu passe. Aos 25 anos, pode dar a ideia de tratar-se de uma promessa adiada, mas a verdade é que vai brilhando no Maracanã do mesmo jeito que encantou no Morumbi.

Com grande capacidade para a fase da construção, é bastante seguro no passe e na condução de bola, chegando a aparecer a sair a jogar já no meio-campo ofensivo, procurando aproximar-se dos companheiros mais ofensivos, criando superioridade numérica, e simultaneamente atraindo a marcação de um elemento das linhas mais adiantadas do adversário, fazendo-o sair de uma zona que fica sem cobertura. Fá-lo muito bem e vê-se que os companheiros confiam muito nele quando pretendem entregar a bola. Chutões para a frente não são para ele, que gosta de um futebol de requinte. Afinal, até é um volante de raiz.


Mas não se julgue que este internacional brasileiro (por quatro vezes) se limita a construir com qualidade. Não. Apesar de não ser muito alto para um zagueiro (1,82 m), tem um grande poder de impulsão e é forte no jogo aéreo, sendo fundamental na estratégia das bolas paradas ofensivas do laboratório do treinador Abel Braga, que em Portugal orientou Rio Ave, Famalicão, Belenenses e Vitória de Setúbal nas décadas de 1980 e 1990.

A capacidade para se impor nas alturas aplica-se igualmente aos momentos defensivos, onde também se destaca pelo asserto posicional e pela capacidade para proteger o espaço nas costas da defesa. Em suma, é um central moderno, completo, e não será de estranhar se o seu nome estiver na agenda de clubes europeus já para a janela de verão do mercado de transferências.




















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