sexta-feira, 12 de abril de 2019

A minha primeira memória de... um jogo entre Sporting e Desp. Aves

Leão Sá Pinto em duelo com capitão avense Quim Costa
Sporting e Desportivo das Aves foram os finalistas da Taça de Portugal em 2017/18, mas os jogos entre as duas equipas ainda estão longe de constituir um clássico do futebol português. A minha primeira memória de um confronto entre avenses e leões remonta a 14 de outubro de 2000, naquele que foi o quarto encontro oficial entre ambos os clubes.

A formação orientada por Prof. Neca – quem mais poderia ser? - tinha acabado de subir à I Liga e era uma das candidatas à descida de divisão, algo que se viria a confirmar. Mas à entrada para a 7.ª jornada, ainda estava acima da zona de despromoção, com o ex-portista Quinzinho, o ex-rioavista Camberra, o ex-salgueirista Abílio, os ex-benfiquistas José Soares e Nuno Afonso e o ex-boavisteiro Tó Luís como alguns dos principais nomes. E também havia o atacante camaronês Douala, que estava emprestado pelo Boavista e que haveria de representar o Sporting quatro anos depois.


O Sporting de Augusto Inácio, por sua vez, defendia o título nacional, conseguindo andar sempre pontualmente próximo da liderança durante o primeiro terço do campeonato, embora tivesse entrado para o encontro da Vila das Aves a um ponto do vice-líder Sp. Braga e a dois do FC Porto.

Tinha a ideia de o jogo se ter realizado a uma quinta ou sexta-feira à noite, mas afinal, confirma a Internet, foi a um sábado. Um sábado de muitos golos, que presenciei a partir da televisão. Sete, entre os quais dois de um autor improvável, Dimas, e um autogolo de André Cruz, com a vitória a pender para um Sporting que esteve por duas vezes em desvantagem.

“Foi uma vitória arrancada a ferros, sofrida como as coisas sofridas e indefinida até ao derradeiro apito de Martins dos Santos! Muito por culpa de um Desportivo das Aves que aproveitou o dia de festa que uma inauguração [de uma das bancadas do estádio] sempre proporciona para mostrar que tem uma equipa para voar alto - a jogar assim... - e causar grandes dissabores na maratona que falta percorrer!”, escreveu o Record na crónica do jogo, embora errando redondamente a previsão para a campanha avense.


O improvável Dimas foi mesmo o autor do golo inaugural, através de um remate de primeira de fora da área, aos 18 minutos. Rui Lima, também de fora da área mas por via de um remate colocadíssimo, restabeleceu um empate que havia de perdurar até ao diabólico início de segundo tempo.

“Bem: se, em termos de jogo, de espectáculo, os quarenta e cinco minutos iniciais tinham atingido bitola alta, os segundos... superaram-na e muito! Um jogo de emoções fortes, de bola cá, bola lá, de futebol ao primeiro toque e de um Aves, senhor do seu nariz, altivo, convicto das suas armas e a desafiar o campeão para um duelo de gigantes. Resultado: em seis minutos - leu bem, leitor, em seis minutos - quatro golos! Quinzinho desfez a igualdade com um remate cruzado para o poste mais longe de Schmeichel; Dimas voltou a empatar, desviando uma bola vinda dos pés de André Cruz; André Cruz foi infeliz ao tentar safar uma "chapelada" de Quinzinho a Schmeichel e Sá Pinto voltou a repor a igualdade no minuto seguinte. Tudo isto entre o minuto 49 e 55!”, também se lê na crónica do diário desportivo.

O ritmo entretanto abrandou e, apesar de ainda haver cerca de 40 minutos por se disputar, só houve mais um golo, da autoria do avançado argentino Alberto Acosta, na recarga de um penálti defendido por Tó Luís (65'), colocando os leões na frente do marcador mais de meia hora depois e estabelecendo o 3-4 final.


Também me recordo do jogo da segunda volta e até do café onde assisti ao encontro. Num jogo mais calmo, a 11 de março de 2001, com os leões a quatro pontos da liderança e o Desp. Aves com a lanterna vermelha, os verde e brancos já orientados por Manuel Fernandes bateram os avenses de Carlos Carvalhal por 2-0, com golos do avançado croata Robert Spehar (22') e Pedro Barbosa (70').


























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