Sete jogos oficiais e alguns
erros individuais pelo Benfica na segunda metade 2013 bastaram para que fosse
apelidado de flop. Porém, o que Bruno
Cortez já
mostrava no São Paulo e exibe agora no Grêmio é que a passagem malsucedida
por Portugal se deveu mais a questões de inadaptação ou de ansiedade do que
propriamente a falta de qualidade.
Quando chegou à Luz, tinha 26
anos e vinha rotulado de um lateral muito ofensivo, característica que mantém e
concilia com uma boa leitura de jogo, consistência e capacidade física a fazer
os vaivéns no corredor esquerdo, como se de uma locomotiva se tratasse, e
facilidade em recuperar a posição nas transições defensivas.
Hoje é um dos melhores laterais
esquerdos do Campeonato Brasileiro, se não o melhor. Se tivesse 22 e não 32
anos, certamente que os colossos europeus estariam dispostos em abrir cordões à
bolsa para o levar para o velho continente.
Sempre preparado para embalar em
passada larga pelo flanco esquerdo, gosta de subir e fazer a equipa progredir através
de tabelinhas com os jogadores que lhe estão mais próximos, invariavelmente o
volante e o extremo do seu lado. A sua vocação ofensiva é de tal forma patente
que lhe permite fazer todo o corredor, libertando o extremo esquerdo Everton
aparecer em zonas interiores. Noutras ocasiões, é o próprio Bruno Cortez que
surge mais por dentro, e bem, com Everton a aparecer por fora a dar largura.
À capacidade física e tática para
se envolver constantemente no ataque, junta-se a qualidade técnica que o torna
capaz de desenvencilhar-se em situações de um contra um e cruzar com precisão
para o interior da área.
Este Bruno Cortez, com todos
estes atributos, foi certamente o que Jorge
Jesus viu quando decidiu avançar para a sua contratação no 2013, com o
intuito de finalmente fazer esquecer Fábio
Coentrão, depois de os sucessores Emerson, Capdevila, Melgarejo e Luisinho
terem ficado aquém das expetativas. Mas o lateral natural do Rio de Janeiro,
que também tem capacidade para executar lançamentos laterais longos, por esta
ou por aquela razão não foi feliz na Luz.
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