Óliver Torres começa a justificar os 20 milhões que custou |
Elegi Óliver Torres como um dos flops
da I Liga na época passada e não me arrependo. Tudo dava a entender para que o
médio espanhol fosse um elemento central na manobra ofensiva da formação
orientada por Sérgio Conceição, com a missão de ligar setores e corredores, e
uma peça nuclear para a pressão alta do bloco portista. Porém, não mostrou pedalada
para as funções e não conseguiu colocar a sua indiscutível qualidade técnica ao
serviço do coletivo, ao ponto de ter perdido rapidamente a titularidade para
Herrera e não ter sequer chegado aos mil minutos no campeonato.
Esta temporada, porém, surgiu um
novo Óliver: mais intenso, rotativo, concentrado, mais capaz de gerir os ritmos
do jogo com bola e a tomar as melhores decisões. Amadureceu nesses aspetos e a
qualidade técnica tem vindo ao de cima, no passe e no transporte de bola. Também
está a correr mais, a participar mais no momento defensivo, e as atentas
bancadas do Dragão revelaram estar atentas, ao dirigir-lhe uma enorme ovação
aquando da saída de campo na vitória de terça-feira sobre o Lokomotiv (4-1).
Numa posição ligeiramente nova,
tem jogado como segundo médio, muitas das vezes em linha com Danilo Pereira e
até mesmo mais recuado, como quando baixa até entre os centrais para iniciar a
construção de jogo. Depois, numa fase mais adiantada dos ataques, procura
oferecer sempre uma linha de passe aos companheiros e aparecer no último terço
a chegar desequilíbrios. Bem diferente das funções que tinha no 4x3x3 de Julen Lopetegui,
em que atuava como médio interior esquerdo ou a extremo, o no 4x1x3x2 de Nuno
Espírito Santo e dos primeiros tempos de Sérgio Conceição, em que aparecia como
médio ofensivo.
Hoje,
o centrocampista de 23 anos sabe melhor o que fazer, quando fazer, onde fazer e a que ritmo fazer, e
deve-o ao toque de midas do técnico portista, que também deu novas vidas a
Herrera, Brahimi, Aboubakar e Marega na época passada e está igualmente a
revelar-se importante para Corona, que tem recuperado a confiança e a alegria
de jogar.
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